* BEM-VINDO AO BLOGUE "NOVÍSSIMOS DO HOMEM" ! *

Preparemo-nos bem para a hora da Morte e do Juízo,
a fim de escaparmos ao Inferno e ganharmos o Paraíso!


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Passagem para a Vida Eterna







Vida para Além da Morte



O último artigo do nosso Credo diz: “Creio na Vida eterna”.
A maior esperança cristã é esta: A Vida não termina na morte, mas continua no Além.
E muitos perguntam:
“O que virá depois?”

Somente a Fé católica tem resposta clara para esta questão.
A Carta aos Hebreus diz que: “está determinado que o homem morra uma só vez, e em seguida vem o Juízo” (Hb 9, 27).
Para nós Católicos, isso liquida de vez com a mentira da 'reencarnação', que engana tantas pessoas e as deixa despreparadas diante da morte, acreditando nesse erro, com uma falsa ideia de salvação.


S. Paulo ensinava aos Cristãos de Corinto, muito influenciados pela mitologia grega que dominava a região, que: “ao desfazer-se esta tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus, e não por mãos humanas, uma habitação eterna no Céu” (2 Cor 5, 10).
Mas Paulo não deixou de dizer que: “teremos de comparecer diante do Tribunal de Cristo, e aí cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo” (2 Cor 5, 10).

A Igreja ensina-nos que: logo após a morte vem o Juízo particular da pessoa, e assim diante da Justiça perfeita de Deus, seremos julgados.
Mas é preciso lembrar que o Juiz é o mesmo que chegou até ao lenho da Cruz, para que ninguém fosse condenado e tivesse à sua disposição, através dos Sacramentos da Igreja, o perdão e a salvação, que custaram a Sua Vida.


E afirma o nosso indispensável Catecismo:
“Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo particular que coloca a sua vida em relação à Vida de Cristo, seja através duma purificação (no Purgatório), seja para entrar de imediato na felicidade do Céu, seja para condenar-se de imediato para sempre (ao Inferno)” (§ 1022).

Isto mostra que, imediatamente após a morte, a nossa alma já terá o seu destino eterno definido:
O Céu, mesmo que tenha de viver antes o estado de purificação (Purgatório), ou o Inferno.

Sobre o Céu, diz S. Paulo: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2, 9).
O Papa Bento XII (1335-1342) assegurou, através da Bula “Benedictus Deus”, que as almas de todos os Santos, mesmo antes da Ressurreição dos mortos e do Juízo Universal, já estão no Céu.
A Igreja, desde o tempo dos primeiros Mártires, acredita, sem dúvida, que eles já estam no Céu, intercedendo pelos que vivem na Terra.
São muitos os documentos antigos que confirmam isso.

Sobre o Purgatório, a Igreja também não tem dúvidas, já que esta Verdade de Fé foi confirmada em vários Concílios ecuménicos da Igreja: Lião (1245), Florença (1431-1442), Trento (1545-1563), e com base na Tradição e na Sagrada Escritura (1 Cor 3, 15; 1 Pe 1, 7; 2 Mac 12, 43-46).

Ensina o Catecismo que: “A Igreja denomina Purgatório a purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (§ 1031).
As Almas do Purgatório já estão salvas, apenas completando a sua purificação para poderem entrar na Comunhão perfeita com Deus.
Diz a Carta aos Hebreus que “sem a santidade, ninguém pode ver o Senhor” (cf. Hb 12, 14).



Como ensina S. Francisco de Sales (Doutor da Igreja), mais do que um estado de sofrimento, o Purgatório é um estado de esperança, de amor, de confiança em Deus e de paz, embora a alma sofra para se santificar.
Para os que rejeitaram a Deus e a Sua Graça - isto é, que deixaram o coração endurecer (no pecado) -, o destino será a condenação eterna longe de Deus, junto todos daqueles que também rejeitaram a Deus.
Jesus diz que aí haverá “choro e ranger de dentes” (ou seja, grandes sofrimentos).

Aqui, é preciso lembrar que Jesus foi ao extremo do sacrifício humano, para garantir a todos os homens (que assim o desejarem) a Salvação eterna; e logo, Ele fará o máximo para que ninguém seja condenado.
Mas Deus respeita a liberdade de cada um, e como disse Santo Agostinho: Ele, que nos criou sem precisar de nós, não pode salvar-nos sem a nossa ajuda.

Ao falar do Inferno, o Catecismo diz que:
“Deus não predestina ninguém ao Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal), persistindo nela até o fim.
S. Pedro diz que “Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” (2 Pe 3, 9).

Se a lembrança do Inferno trouxer medo ou insegurança ao seu coração, lembre-se daquilo que disse um dia S. Bernardo, Doutor da Igreja: “Nenhum servo de Maria será condenado”.
Sem dúvida, a Mãe de Deus saberá salvar aqueles que foram Seus fiéis devotos aqui na Terra. Ela é, afinal, a Mãe do Juiz.

A Igreja lembra-nos ainda que, na segunda Vinda de Cristo (Parúsia), que ninguém sabe quando será, haverá o Juízo Final (ou Universal).
O Catecismo ensina que: “A ressurreição de todos os mortos, ‘dos justos e dos injustos’ (Act 24, 15), antecederá no Juízo Final” (§ 1038).

O Magistério da Igreja ensina que “essa será a hora em que todos os que repousam no sepulcro ouvirão a voz do Senhor, e logo sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição de condenação” (Jo 5, 28-29).
“Então, Cristo virá em Sua glória, e todos os Seus anjos com Ele…” (Mt 25, 31).

Portanto, a ressurreição dos corpos ainda não aconteceu, nem mesmo para os Santos.
Os seus corpos ainda aguardam a ressurreição do último dia.
Somente Jesus e Maria já ressucitaram e têm os Seus Corpos já glorificados.

Quanto a esse grande Dia da Volta gloriosa do Senhor, a Igreja não quer que se faça especulações sobre ele; pois o próprio Cristo o proibiu.
Muitos foram enganados e a Fé desacreditada por muitos que, ao longo dos séculos, ousaram marcar a hora da volta do Filho de Deus.

Sobre isso, o Papa João Paulo II disse recentemente:
“A História caminha rumo à sua meta, mas Cristo não indicou qualquer prazo cronológico. Ilusórias e desviantes são, portanto, as tentativas de previsão do Fim do mundo". (L’Osservatore Romano, n. 17 - 25/4/98)

Muitas vezes, a Igreja já se pronunciou sobre esta questão.
No Concílio ecuménico de Latrão, em 1516, assim afirmou:
“Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão, incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam afirmar ou apregoar determinada época para os males vindouros relacionados com a vinda do Anticristo ou com o Dia do Juízo".

Com efeito, a 'Verdade' diz:
“Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por Sua própria autoridade.
Consta que aqueles que, até hoje, ousaram afirmar tais coisas, mentiram, e por causa deles, nada pouco sofreu a autoridade daqueles que pregam com rectidão.
Ninguém ouse predizer o futuro, apelando para a Sagrada Escritura, nem afirmar o que quer que seja, como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular, nem ouse apoiar-se sobre conjecturas vãs ou despropositadas.
Cada qual, segundo o Preceito Divino, deve pregar o Evangelho a toda a criatura, aprender a detestar o vício, recomendar e ensinar a prática das virtudes, a paz e a caridade mútuas, tão recomendadas pelo nosso Redentor”.

Diz o nosso Catecismo:
“Só o Pai conhece a hora desse Juízo, só Ele decide do seu advento.
Através do Seu Filho Jesus, Ele pronunciará a Sua Palavra definitiva sobre toda a História.
Conheceremos então o sentido último de toda a obra da Criação”
(§ 1040).




Autor: Prof. Felipe Aquino

Adaptação:
Novíssimos do Homem

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

DOUTRINA DOS NOVÍSSIMOS





N O V Í S S I M O S


Os Novíssimos estão ligados aos destinos finais do homem: Morte, Juízo, Inferno ou Paraíso.
É muito importante conhecer a posição da Igreja sobre estes temas, para não confundir, por exemplo, o 'fim dos tempos' que estamos agora vivendo, com o 'fim do mundo', que ninguém sabe quando acontecerá.

De facto, no dia do Juízo Final, acontecerá também o final deste mundo em que vivemos, mundo mau e cheio de corrupção, para dar lugar ao Reino de Jesus, os Novos Céus e a Nova Terra, onde viverão apenas os santos.

E não se trata de outra Terra, mas desta mesma, que será totalmente renovada num novo mundo.
O planeta Terra não será tão logo exterminado por Deus, mas com certeza até isso um dia acabará.
Mas, como Jesus disse: Esse dia só o Pai sabe.





1. A MORTE E SUA ORIGEM

A Morte, na actual ordem de Salvação, é a consequência primitiva do pecado.
O Concílio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549), ensina:

"Se alguém não confessar que o primeiro homem, Adão, ao transgredir o Mandamento de Deus no Paraíso, perdeu imediatamente a Santidade e a Justiça em que havia sido constituído - incorrendo assim na morte, que Deus antes havia amenizado, pelo que toda pessoa de Adão foi mudada para pior -, seja excomungado".

Ainda que o homem seja mortal por natureza, já que o seu ser é composto de partes distintas, por revelação sabemos que Deus dotou o homem, no Paraíso, do dom pré-natural da Imortalidade do corpo.
Mas por castigo, ao quebrar a Ordem Divina, ele ficou condenado a morrer fisicamente.

"Adão havia sido avisado: 'No dia que comeres daquele fruto, morrerás' " (Gn 2, 17)
"Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Rm 5, 12)





2. O CÉU (PARAÍSO)

As almas dos justos que, no instante da morte, se acharem livres de toda culpa e pena de pecado, entram no Céu.
Bento XII (1334-1342), pela Constituição "Benedictus Deus", de 29 de Janeiro de 1336, proclama:

"Por esta Constituição, que há-de valer para sempre, por autoridade apostólica, definimos que, segundo a Ordenação de Deus, as almas completamente purificadas entram no Céu e contemplam imediatamente a Essência Divina, vendo-A face a face, pois a mesma Essência é-lhes manifestada imediata e abertamente, de maneira clara e sem véus, e as almas, em virtude dessa visão e desse gozo, são verdadeiramente ditosas e terão Vida eterna e o eterno Descanso" (DZ 530).

Também, o Símbolo dos Apóstolos declara: "Creio na Vida eterna" (DZ 6 e 9).
Jesus representa a felicidade do Céu, sob a imagem dum banquete nupcial: "Enquanto elas iam comprar o azeite, chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com o noivo no banquete da boda, e logo a porta foi fechada" (Mt 25, 10).

A condição para alcançar a Vida eterna é conhecer a Deus e a Cristo:
"Esta é a Tua Vontade, ó Pai, que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e ao Teu enviado Jesus Cristo" (Jo 17, 3).

"Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mt 5, 8).
"Nem o olho viu e nem o ouvido ouviu, segundo a inteligência humana, o que Deus preparou para os que O amam". (1 Cor 2, 9).

A Vida eterna consiste na visão de Deus:
"Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal e qual é" (Jo 5, 13).

As faculdades, que integram a felicidade celestial, são de pleno entendimento, e este, pelo dom sobrenatural "lumen gloriae", é capacitado para o acto da visão de Deus (Sl 35, 10; Ap 22, 5), do amor e do gozo.


3. O INFERNO

As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão para o Inferno.
Bento XII (1334-1342), na Constituição "Benedictus Deus", de 29-01-1336, declara:

"Segundo a comum Ordenação de Deus, as almas dos que morrem em pecado mortal baixam ao Inferno, imediatamente após a morte, onde são atormentadas com suplícios infernais" (DZ 531).

O Inferno é um lugar de eterno sofrimento, onde se encontram as almas dos réprobos.
Negam a existência do Inferno (sobretudo) aqueles que não acreditam na Imortalidade pessoal (materialismo).

Jesus ameaça com o castigo do Inferno:
"Se teu olho direito é causa de pecado, retira-o e afasta-o de ti; pois muito mais te convém que percas um de teus membros, do que teres todo o corpo jogado na Geena" (Mt 5, 29).

"Não temais os que matam o corpo, mas não podem atingir a alma; temai antes Aquele que pode lançar a alma e o corpo na Geena (Inferno)" (Mt 10, 28).
"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que percorreis terra e mar para fazer um prosélito, e quando chegais a fazê-lo, fazei-lo filho da condenação ao dobro de vós mesmos!" (Mt 23, 15).

Trata-se duma espécie de fogo eterno:
"Então, dirá também aos de Sua esquerda: 'Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos' " (Mt 25, 41).

E de suplício eterno: "Irão estes para o castigo eterno, e os justos a para Glória eterna" (Mt 25, 46).

S. Paulo afirma: "Serão condenados à eterna ruína, longe da Face do Senhor e da Glória do seu Poder" (2 Ts 1, 9).
S. Justino fundamenta o castigo do Inferno no princípio da Justiça Divina, a qual não pode deixar impune os transgressores da Lei de Deus.


4. O PURGATÓRIO

As almas dos justos que, no instante da morte, se encontram manchadas por pecados veniais, ou por penas temporais devidas ao pecado, vão para o Purgatório.
O Purgatório é um estado de purificação.

O II Concílio de Leão (1274), sob Gregório X (1271-1276), afirma:

"As almas que partiram deste mundo no Amor Deus, com verdadeiro arrependimento dos seus pecados, mas antes de terem satisfeito com verdadeiro fruto de penitência pelos seus pecados de actos e omissões, são purificadas depois da morte com as penas do Purgatório" (DZ 464).

Os Judeus ensinam indirectamente a existência do Purgatório, concedendo a possibilidade de purificação na vida futura, ao oraram pelos seus mortos em combate, nos quais tinham encontrado objectos consagrados aos ídolos, a fim de que o Senhor perdoasse os seus pecados:
"Por isso, mandou fazer um sacrifício expiatório a favor dos mortos, para que fossem libertados dos seus pecados" (2 Mc 12, 46).

"Quem falar contra o Espírito Santo, não será perdoado, nem neste mundo nem no vindouro".
Para S. Gregório Magno, esta última frase indica que as culpas (veniais)podem ser perdoadas (ou purificadas) não só neste mundo, mas também no futuro.

A existência do Purgatório prova-se também pela total Santidade e Justiça de Deus, pois estas exigem que apenas as almas completamente purificada sejam admitidas no Céu.
A Sua Justiça reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por outro lado, proíbe que as almas unidas ao Amor com Deus sejam lançadas ao Inferno.
Por isso, admite-se (aliás, de acordo com inúmeras revelações particulares) um estado intermediário, de duração limitada, destinado à devida purificação.





5. O FIM DO MUNDO
E A SEGUNDA VINDA DE CRISTO


No fim do mundo, Jesus Cristo, rodeado de Glória e Majestade, virá de novo para julgar os homens.
O Símbolo Niceno-Constantinopla, aprovado pelo I Concílio de Constantinopla (381), sob S. Dâmaso (366-384), declara:

"E outra vez Ele deverá vir em Glória para julgar os vivos e os mortos" (DZ 86).

Jesus predisse muitas vezes a Sua segunda Vinda:
"Porque o Filho do Homem há-de vir na Glória de Seu Pai, com os Seus Anjos, e então cada um pagará segundo a sua conduta" (Mt 16, 27).

"Porque quem se envergonhar de Mim e das minhas Palavras, nesta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem envergonhar-se-á dele, quando vier na Glória de Seu Pai com os Santos Anjos" (Mc 8, 38; Lc 9, 26).
"O Filho do Homem há-de vir na Glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e então julgará cada um segundo as suas obras" (Mt 24, 30; cf. Dn 7, 13).

"A finalidade da Segunda Vinda será ressuscitar os mortos e dar a cada um o que merece" (2 Ts 1, 8).
"Por isso, devemos ser encontrados irrepreensíveis" (1 Cor 1, 8; 1 Ts 3, 13).


Sinais precursores da Segunda Vinda

1. A pregação do Evangelho a todo o mundo:
"Esta Boa Nova do Reino deverá ser proclamada no mundo inteiro, para dar testemunho a todas as nações. E então, virá o fim" (Mt 21, 14).
"É preciso que antes seja proclamada a Boa Nova a todas as nações" (Mc 13, 10).

2. A conversão dos Judeus:
"Então, irmãos, não quero que ignoreis este mistério, não ocorra que vos presumais de sábios, de que o amadurecimento parcial que sobreveio a Israel perdurará até entre a totalidade dos gentios, e assim todo o Israel será salvo, como diz a Escritura: 'Virá de Sion o Libertador, afastará de Jacob as impiedades. E esta será a minha Aliança com ele, quando tiver apagado os seus pecados' " (Rom 11, 25-27).

3. A apostasia da Fé:
"Jesus respondeu-lhes: 'Olhai para que ninguém vos engane, porque virão muitos usurpando o Meu nome e dizendo 'Eu sou o Cristo', enganando muitos" (Mt 24, 4).
"Que ninguém os engane de nenhuma maneira. Primeiro, deverá vir a apostasia e manifestar-se o homem ímpio, o filho da perdição, o adversário que se eleva sobre tudo o que tem o nome de Deus, ou é objecto de culto, até ao extremo de sentar-se ele mesmo no Santuário de Deus e proclamar que ele mesmo é Deus". (2 Ts 2, 3).

4. Antes da apostasia, manifestar-se-á o Anticristo:
"Antes da apostasia, manifestar-se-á o homem com iniquidade" (2 Ts 2, 3); pessoa determinada a ser o instrumento de Satã.

5. Grandes calamidades, inundações e catástrofes naturais serão o prelúdio da Vinda do Senhor:
"Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o Sol escurecer-se-á, a Lua não dará seu resplendor, as estrelas cairão do céu e as forças dos céus serão sacudidas" (Mt 24, 29).
Cf. Is 13, 10: "Quando as estrelas do céu e a constelação de Orion já não iluminarem, e o Sol estiver obscurecido, e não brilhar a luz da Lua"...



6. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
NO ÚLTIMO DIA


É declarado pelo Símbolo "Quicumque" (chamado também 'Atanasiano').
De facto, este Símbolo alcançou tanta autoridade na Igreja ocidental como na oriental, que entrou no uso litúrgico, e deve ser tida por verdadeira a definição de Fé:

"É pois a Fé certa que cremos e confessamos que, à Sua vinda, todos os homens deverão ressuscitar com os seus corpos" (DZ 40).
Também o Símbolo Apostólico confessa: "Creio na ressurreição da carne"...
Jesus contesta os saduceus:

"Na ressurreição, nem se casarão nem se darão em casamento, pois serão como anjos" (Mt 22, 29).

"E sairão, os que tiveram bons trabalhos, para a ressurreição da vida, e os que trabalharam mal, para a ressurreição do juízo" (Mt 22, 29).

"Aos que crêem em Jesus e comem do Seu Corpo e bebem de Seu Sangue, Ele promete-lhes a ressurreição" (Jo 6, 39).
"Eu sou a Ressurreição e a Vida" (Jo 11, 25).

A razão, iluminada pela Fé, prova a conveniência da
ressurreição:

1. Pela perfeição da Redenção obrada por Cristo.
2. Pela semelhança que têm com Cristo os membros do seu Corpo Místico.
3. O corpo humano santificado pela Graça, especialmente pela Eucaristia.


7. O JUÍZO UNIVERSAL

Cristo, depois de Seu retorno, julgará a todos os homens.
É o que expressa o Símbolo "Quicumque":

"É pois Fé segura que cremos e confessamos que aí haverão de ser julgados os vivos e os mortos".

Jesus toma amiúde, como motivo da Sua pregação, o dia do Juízo:
"Por isso vos digo que no dia do Juízo haverá menos rigor para Tiro e Sidon do que para vós" (Mt 11, 22).

"O Filho do Homem há-de vir em toda Glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e então julgará a cada um segundo as suas obras" (Mt 16, 27).
"Jesus Cristo foi instituído por Deus como Juiz dos vivos e dos mortos" (Act 10, 42).





Adaptação:
Novíssimos do Homem

sábado, 9 de janeiro de 2010

REFLEXÕES SOBRE A MORTE - II







Caros Irmãos e Amigos


Mais do que qualquer outra preocupação ou missão de ordem espiritual (e sobretudo mundana ou profana), deveríamos dar sempre especial preferência e maior relevância aos 'Novíssimos do Homem', a que nuinguém escapa, mesmo sendo incrédulo ou pagão, com excepção da alternativa Paraíso ou Inferno por toda a eternidade...


Temos realmente bastante Fé nestas Verdades eternas, ou não?
Se temos, porquê então tantas dúvidas, tanta indiferença, tanta tibieza, na prática efectiva de tais máximas absolutas da escatologia cristã?


Se tivéssemos a certeza quase absoluta de que íamos morrer duma qualquer doença terminal dentro de poucos dias ou semanas, o que não faríamos para termos ao menos a graça duma boa morte?
Inclusivamente, para deixarmos aos nossos entes queridos algo que melhor pudesse suprir o desgosto e prejuízo da nossa ausência definitiva a curto prazo?


Porém, qual o mais gravoso, prioritário e irreversível, ao ponto de nos exigir mais zelo, prudência e vigilância:
Morrermos de qualquer maneira, em qualquer idade, quando menos esperarmos, correndo o risco de estarmos indevidamente preparados e assim sermos punidos com extrema severidade por toda a eternidade; ou sermos vítimas duma doença incurável ou dum grave acidente que nos deixe incapacitados e atormentados, embora, por isso mesmo, dentro das devidas condições para beneficiarmos duma boa morte?


Por outras palavras, o que nos deve ocupar e preocupar imensamente mais:
A saúde do corpo, os bens e prazeres materiais; ou, muito pelo contrário, a saúde da alma, os bens eminentemente morais e espirituais, por mais que estes nos custem, na certeza ou esperança de obtermos assim a Vida eterna, o Paraíso perpétuo, na contínua presença de Deus?


Penso sinceramente que qualquer bom Cristão não hesitaria escolher sensatamente tão decisiva e relevante questão, tal como essa última, sob pena de ser considerado mau cristão, com todas as consequências negativas daí mesmo resultantes.


Mas o que vemos, geral e frequentemente, na Igreja Católica em particular?
Precisamente o contrário; isto é, a maioria dos cristãos 'praticantes' são-no só na teoria ou aparência, pois na realidade não cumprem minimamente os Mandamentos da Lei de Deus, e até mesmo da própria consciência, como, por exemplo:


- Amar e servir a Deus acima de tudo e de todos (com todas as forças da alma e do coração), e amar ao próximo como a si mesmo;
- Santificar os Domingos e Festas de guarda (dando prioridade ao louvor de Deus, sobretudo pela Santa Missa, e ao devido descanso);
- Não matar (nomeadamente pelo maldito aborto), nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo;
- Guardar castidade nas palavras e nas obras, nos pensamentos e desejos (nomeadeamente contra o adultério e outros graves delitos sexuais);
- Não furtar, nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo;
- Não levantar falsos testemunhos, nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo...


A tal propósito, Jesus disse e ensinou:
«Não se pode servir simultaneamente a dois senhores, a Deus e ao dinheiro [ou a Deus e ao mundo, aos prazeres e vaidades, etc], pois, ao optar-se por um [ou por ambos], desagrada-se ao outro»...


Em conclusão, se optarmos por Deus e por uma santa morte, de alma e coração, escolhemos o maior e melhor tesouro, cem por cento espiritual, recebendo em troca a Vida Eterna!



+ «Na hora em que menos se espera, virá o Filho do Homem» (Lc 12, 40).
+ «Agora são os dias de salvação; agora é o tempo favorável» (2 Cor 6, 2).
+ «Granjeia agora amigos espirituais (venerando os Santos de Deus e imitando as suas virtudes), para que, quando saíres desta vida, eles te recebam na eterna morada» (Lc 16, 9).


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J.A. - Novíssimos
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sábado, 2 de janeiro de 2010

REFLEXÕES SOBRE A MORTE - I





MEDITAÇÃO

SOBRE A MORTE



1. Bem depressa chegará o teu fim neste mundo; vê, pois, como te preparas.
Hoje o homem está vivo e amanhã já não existe.

E logo que se perder da vista, assim mesmo perder-se-á da memória.
Oh, cegueira e dureza de coração humano, que só cuida do presente, sem olhar para o futuro!
De tal modo, deverias proceder em todas as tuas obras e pensamentos, como se já fosse a hora da morte
.
Se tivesses boa consciência,
não temerias demasiado a morte.
Melhor fora evitares o pecado do que fugires da morte.
Se não estás preparado hoje,
como estarás amanhã?
O dia de amanhã é incerto;
sabes tu se lá chegarás?

2. Que nos aproveita viver muito tempo, se tão pouco nos emendamos?
Infelizmente, nem sempre a longa vida nos torna melhores, antes, muitas vezes, aumenta-nos as culpas.
Oxalá tivéssemos vivido bem,
ao menos um só dia, neste mundo!
Muitos contam os anos decorridos desde a sua conversão; frequentemente, porém, pouco é o fruto da sua emenda.
Se morrer mete medo, talvez seja ainda mais perigoso viver muito.
Feliz aquele que medita sobre a hora da morte,
e para ela se dispõe em cada dia.
Se já viste alguém morrer, considera que também passarás pelo mesmo caminho.




3. Logo de manhã, pensa que poderás não chegar à noite, e à noite não consideres seguro o dia seguinte.
Por isso, anda sempre preparado,
vivendo de tal modo que a morte nunca te encontre desprevenido.
Muitos morrem repentina e inesperadamente; pois,
«na hora em que menos se espera, virá o Filho do Homem» (Lc 12, 40).
Quando chegar aquela hora derradeira, então começarás a pensar muito seriamente sobre a tua vida passada, e doer-te-á muito teres sido tão negligente e leviano.



4. Quão feliz e prudente é aquele que procura ter uma vida santa, tal como deseja que a morte o encontre!
O que dará grande confiança duma morte abençoada é o grande desprezo do mundo, o desejo ardente de progresso na virtude, o amor à disciplina, o rigor na penitência, a prontidão na obediência, a renúncia de si mesmo, e a paciência de sofrer, por amor de Cristo, qualquer adversidade.
É fácil praticares o bem enquanto tiveres saúde; mas quando estiveres enfermo, não sei o que poderás fazer.
Poucos melhoram com a enfermidade; assim como também, entre aqueles que andam em muitas peregrinações, raros são os que se santificam.




5. Não confies em parentes e amigos, nem proteles para mais tarde o negócio da tua salvação, porque, mais depressa do que pensas, os homens esquecer-te-ão.
É preferível providenciares agora, fazendo todo o bem possível, do que esperares mais tarde pelo
socorro dos outros.
Se não cuidas de ti no presente,
quem cuidará de ti no futuro?
Muito precioso é o tempo presente:
«Agora são os dias de salvação, agora é o tempo favorável» (2 Cor 6, 2).
Que pena se não aproveitares espiritualmente todo este tempo, pelo qual poderás alcançar o prémio da
Vida eterna!
Depressa chegará o tempo em que desejarás um dia, ou pelo menos uma hora, para te emendares, e não sei se o alcançarás.

6. Ah, caríssimo irmão, de quantos perigos te poderias livrar e de quantos temores poderias fugir, se andasses sempre prevenido e desconfiado da morte!
Procura agora de tal modo viver, que na hora da morte antes tenhas motivos para te alegrar do que para
temer.
Aprende agora a desprezar o mundo, para poderes, à última hora,
voar livremente para Cristo.
Castiga agora pela penitência o teu corpo, a fim de então poderes ter
legítima confiança e paz.




7. Oh, insensato, que pensas viver muito tempo, quando
não tens seguro nem um só dia!
Quantos se deixaram enganar, e repentinamente
foram arrancados do seu corpo!
Quantas vezes ouviste dizer:
Este morreu à espada, aquele afogou-se; este outro, caindo do alto, partiu a cabeça; um expirou quando comia, outro quando jogava; estes morreram pelo fogo, aqueles pelo ferro; uns pela peste, outros pelas mãos dos
ladrões.
Assim acaba a vida do homem, que o fim de todos é a morte, e
«a vida passa tão depressa como a sombra» (Sl 143, 4; Job 14, 10).

8. Quem se lembrará de ti depois da morte? E quem rogará por ti?
Irmão caríssimo, faz já todo o bem que puderes; pois não sabes quando morrerás, nem o que te sucederá
depois da morte.
Enquanto ainda tens tempo,
acumula riquezas espirituais.
Cuida bem da tua salvação eterna; ocupa-te sobretudo das
coisas de Deus.
«Granjeia agora amigos espirituais (venerando os Santos de Deus e imitando as suas virtudes), para que, quando saíres desta vida, eles te recebam na eterna morada» (Lc 16, 9).




9. Considera-te como hóspede e peregrino deste mundo, não te procupando com os
negócios terrenos.
Conserva o coração sempre puro e voltado para Deus, porque
«não tens aqui morada permanente» (Heb 13, 14).
Dirige ao Céu as tuas preces e dores de cada dia, como lágrimas de amor, para que a tua alma, depois da morte, mereça passar ditosamente ao Senhor. Amém.

(Imitação de Cristo, Livro I, Cap. XXIII)


Adaptação:
Novíssimos do Homem