Vida para Além da Morte
O último artigo do nosso Credo diz: “Creio na Vida eterna”.
A maior esperança cristã é esta: A Vida não termina na morte, mas continua no Além.
E muitos perguntam: “O que virá depois?”
Somente a Fé católica tem resposta clara para esta questão.
A Carta aos Hebreus diz que: “está determinado que o homem morra uma só vez, e em seguida vem o Juízo” (Hb 9, 27).
Para nós Católicos, isso liquida de vez com a mentira da 'reencarnação', que engana tantas pessoas e as deixa despreparadas diante da morte, acreditando nesse erro, com uma falsa ideia de salvação.
S. Paulo ensinava aos Cristãos de Corinto, muito influenciados pela mitologia grega que dominava a região, que: “ao desfazer-se esta tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus, e não por mãos humanas, uma habitação eterna no Céu” (2 Cor 5, 10).
Mas Paulo não deixou de dizer que: “teremos de comparecer diante do Tribunal de Cristo, e aí cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo” (2 Cor 5, 10).
A Igreja ensina-nos que: logo após a morte vem o Juízo particular da pessoa, e assim diante da Justiça perfeita de Deus, seremos julgados.
Mas é preciso lembrar que o Juiz é o mesmo que chegou até ao lenho da Cruz, para que ninguém fosse condenado e tivesse à sua disposição, através dos Sacramentos da Igreja, o perdão e a salvação, que custaram a Sua Vida.
E afirma o nosso indispensável Catecismo:
“Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo particular que coloca a sua vida em relação à Vida de Cristo, seja através duma purificação (no Purgatório), seja para entrar de imediato na felicidade do Céu, seja para condenar-se de imediato para sempre (ao Inferno)” (§ 1022).
Isto mostra que, imediatamente após a morte, a nossa alma já terá o seu destino eterno definido:
O Céu, mesmo que tenha de viver antes o estado de purificação (Purgatório), ou o Inferno.
Sobre o Céu, diz S. Paulo: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2, 9).
O Papa Bento XII (1335-1342) assegurou, através da Bula “Benedictus Deus”, que as almas de todos os Santos, mesmo antes da Ressurreição dos mortos e do Juízo Universal, já estão no Céu.
A Igreja, desde o tempo dos primeiros Mártires, acredita, sem dúvida, que eles já estam no Céu, intercedendo pelos que vivem na Terra.
São muitos os documentos antigos que confirmam isso.
Sobre o Purgatório, a Igreja também não tem dúvidas, já que esta Verdade de Fé foi confirmada em vários Concílios ecuménicos da Igreja: Lião (1245), Florença (1431-1442), Trento (1545-1563), e com base na Tradição e na Sagrada Escritura (1 Cor 3, 15; 1 Pe 1, 7; 2 Mac 12, 43-46).
Ensina o Catecismo que: “A Igreja denomina Purgatório a purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (§ 1031).
As Almas do Purgatório já estão salvas, apenas completando a sua purificação para poderem entrar na Comunhão perfeita com Deus.
Diz a Carta aos Hebreus que “sem a santidade, ninguém pode ver o Senhor” (cf. Hb 12, 14).
Como ensina S. Francisco de Sales (Doutor da Igreja), mais do que um estado de sofrimento, o Purgatório é um estado de esperança, de amor, de confiança em Deus e de paz, embora a alma sofra para se santificar.
Para os que rejeitaram a Deus e a Sua Graça - isto é, que deixaram o coração endurecer (no pecado) -, o destino será a condenação eterna longe de Deus, junto todos daqueles que também rejeitaram a Deus.
Jesus diz que aí haverá “choro e ranger de dentes” (ou seja, grandes sofrimentos).
Aqui, é preciso lembrar que Jesus foi ao extremo do sacrifício humano, para garantir a todos os homens (que assim o desejarem) a Salvação eterna; e logo, Ele fará o máximo para que ninguém seja condenado.
Mas Deus respeita a liberdade de cada um, e como disse Santo Agostinho: Ele, que nos criou sem precisar de nós, não pode salvar-nos sem a nossa ajuda.
Ao falar do Inferno, o Catecismo diz que:
“Deus não predestina ninguém ao Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal), persistindo nela até o fim.
S. Pedro diz que “Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” (2 Pe 3, 9).
Se a lembrança do Inferno trouxer medo ou insegurança ao seu coração, lembre-se daquilo que disse um dia S. Bernardo, Doutor da Igreja: “Nenhum servo de Maria será condenado”.
Sem dúvida, a Mãe de Deus saberá salvar aqueles que foram Seus fiéis devotos aqui na Terra. Ela é, afinal, a Mãe do Juiz.
A Igreja lembra-nos ainda que, na segunda Vinda de Cristo (Parúsia), que ninguém sabe quando será, haverá o Juízo Final (ou Universal).
O Catecismo ensina que: “A ressurreição de todos os mortos, ‘dos justos e dos injustos’ (Act 24, 15), antecederá no Juízo Final” (§ 1038).
O Magistério da Igreja ensina que “essa será a hora em que todos os que repousam no sepulcro ouvirão a voz do Senhor, e logo sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição de condenação” (Jo 5, 28-29).
“Então, Cristo virá em Sua glória, e todos os Seus anjos com Ele…” (Mt 25, 31).
Portanto, a ressurreição dos corpos ainda não aconteceu, nem mesmo para os Santos.
Os seus corpos ainda aguardam a ressurreição do último dia.
Somente Jesus e Maria já ressucitaram e têm os Seus Corpos já glorificados.
Quanto a esse grande Dia da Volta gloriosa do Senhor, a Igreja não quer que se faça especulações sobre ele; pois o próprio Cristo o proibiu.
Muitos foram enganados e a Fé desacreditada por muitos que, ao longo dos séculos, ousaram marcar a hora da volta do Filho de Deus.
Sobre isso, o Papa João Paulo II disse recentemente:
“A História caminha rumo à sua meta, mas Cristo não indicou qualquer prazo cronológico. Ilusórias e desviantes são, portanto, as tentativas de previsão do Fim do mundo". (L’Osservatore Romano, n. 17 - 25/4/98)
Muitas vezes, a Igreja já se pronunciou sobre esta questão.
No Concílio ecuménico de Latrão, em 1516, assim afirmou:
“Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão, incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam afirmar ou apregoar determinada época para os males vindouros relacionados com a vinda do Anticristo ou com o Dia do Juízo".
Com efeito, a 'Verdade' diz:
“Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por Sua própria autoridade.
Consta que aqueles que, até hoje, ousaram afirmar tais coisas, mentiram, e por causa deles, nada pouco sofreu a autoridade daqueles que pregam com rectidão.
Ninguém ouse predizer o futuro, apelando para a Sagrada Escritura, nem afirmar o que quer que seja, como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular, nem ouse apoiar-se sobre conjecturas vãs ou despropositadas.
Cada qual, segundo o Preceito Divino, deve pregar o Evangelho a toda a criatura, aprender a detestar o vício, recomendar e ensinar a prática das virtudes, a paz e a caridade mútuas, tão recomendadas pelo nosso Redentor”.
Diz o nosso Catecismo:
“Só o Pai conhece a hora desse Juízo, só Ele decide do seu advento.
Através do Seu Filho Jesus, Ele pronunciará a Sua Palavra definitiva sobre toda a História.
Conheceremos então o sentido último de toda a obra da Criação” (§ 1040).
Autor: Prof. Felipe Aquino
Adaptação:
Novíssimos do Homem