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Preparemo-nos bem para a hora da Morte e do Juízo,
a fim de escaparmos ao Inferno e ganharmos o Paraíso!


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Absoluta e Tremenda
Realidade do Inferno - II






“ ISTO É TUDO MEU ! ”


Tivemos já ocasião de falar das visitas, não desejadas, do “manquinho” (o Demónio) à Beata Alexandrina, quando lemos uma das páginas da sua Autobiografia.
O inimigo de Deus e das almas, dá aqui novas provas das suas manhas e dos seus artifícios, quando quer seduzir uma alma.

O caso da Alexandrina é “bicudo” para ele, visto que, acorrentado pelo Senhor, não pode, por enquanto, aproximar-se muito dela, nem lhe tocar, mas mesmo assim e, de longe, tenta quanto pode, ou quanto lhe é permitido, levá-la ao desânimo, às dúvidas sobre a Fé e, por que não, ao desespero.
Todos os meios são bons para ele, como abaixo veremos.

Empregará até uma frase idêntica àquela que antes dissera a Jesus, quando, transportando-o sobre uma alta montanha e, mostrando-Lhe o mundo, disse-Lhe, descaradamente:
“Isto é tudo meu!”
Situa-se aqui a visão - a primeira - que a Beata Alexandrina teve do Inferno.
A semelhança desta visão com aquela outra do Inferno que teve Santa Francisca Omana, é muito grande!

Talvez, para contrabalançar esta terrível visão infernal, Jesus oferece-lhe também uma visão muitíssimo mais agradável, linda, feliz e beatífica: a da Virgem
Maria!


* * * * *


Rev. Padre Mariano Pinho, Jesuíta, 1.º Director Espiritual da Beata Alexandrina... Faleceu no Recife (Brasil), em odor de santidade.A tal respeito, escreve Alexandrina ao seu 1.º Director Espiritual, Padre Mariano Pinho:


« Balasar, 7 de Fevereiro de 1935
Viva Jesus !

Meu Paizinho:

Já vai sendo tempo de dizer a Vossa Reverência como tenho passado tristemente estes dias da minha vida.
Desde o dia 16 de Janeiro que Nosso Senhor não me tinha voltado a falar.
Oh, como eu estava triste! Parecia-me estar abandonada de todo.
Passaram-se vinte dias sem eu receber o meu querido Jesus, tendo eu tão fortes desejos de estar sempre unidinha a Ele.

Chegaram, por fim, a primeira Sexta-feira e o primeiro Sábado, e nesses dias dignou-se Nosso Senhor vir repousar na minha pobre alma.
Empreguei todos os esforços para me preparar para bem O receber e Lhe dar graças, mas foram inúteis todos os meus esforços, porque só sentia frieza e nenhum fervor.

Vossa Reverência quer saber quem mais se me fazia sentir? Era o Demónio!
Esse todo se consumia para me fazer companhia.
É um tal enredo que não era muito para contar por escrito, mas assim fico mais sossegada da minha consciência:

Na noite de 7 para 8 de Janeiro, estando eu a dormir, acordei sobressaltada, mais de uma vez, porque me parecia que na travesseira, à beira da minha cabeça, ele se esgatanhava.
Depois, de madrugada, vi atravessar umas sombras altas e pretas, da porta de meu quarto para a janela.

Na noite de 17 para 18 de Janeiro, quando todos dormiam, estava eu a contas com as minhas orações, figurou-se-me como um caminho e, de um lado, uma barreira feia.
A muita distância, vi como que um portal, tendo à entrada um vulto preto de cada lado, e então ouvi dizer assim:
Isto é tudo meu!

Quarto, onde viveu, semi-entrevada, durante mais de 30 anos, e onde morreu (em 1955), após 13 anos de jejum absoluto (alimentando-se apenas da Sagrada Comunhão), a Beata Alexandrina de Balasar, cujo lema era 'Amar, Sofrer e Reparar', como Vítima pela conversão e salvação dos pecadores... Aqui mesmo, onde ela teve centenas de colóquios íntimos com o Senhor Jesus, e também com a Virgem Santíssima.Passados momentos, vi, a par da minha cama, um abismo tão fundo e tamanho!
Ai, o que eu vi lá dentro! Coisas tão feias!
Não era gente o que eu via, nem sei explicar o que era.
O que sei dizer é que era uma multidão tamanha, tão grande e tão unida, muito mais unida do que a gente na Missa campal do Congresso Nacional de Braga.


* * *

Legendas nesta imagem
visíveis com o rato:

Para os lados, havia umas covas tão feias!
Oh, e que movimento eu lá vi!
Do meio daquilo saíam labaredas, mas não eram como as do nosso lume.
Lá, num sítio, vi um monte de vultos pretos com umas coisas ao alto, não sei se eram paus ou se eram forcados.

Para o outro lado, vi outras sombras, que me deram a impressão do quadro da morte do pecador: Um a puxar para diante e outro a puxar para trás, e saía do meio um rabo tão grande que formava um grande arco.
E afiguarava-se-me que atravessavam por cima da minha cama as mesmas sombras pretas.
Não podia rezar e não sabia as horas, mas bem as ouvia bater.

Na noite de 29 para 30, formou-se uma enorme escuridão dentro do meu quarto.
Parecia-me ser uma casa muito feia, onde me aparecia a um postigo uma cara muito feia também. E ouvia dizer assim:
"São os telhados da minha casa - mas eu não via telhas nenhumas.
Cá por fora é feia, mas lá por dentro é chique.
Anda para mim, que outros que assim têm feito acham-se bem.
Ama-me e deixa esse
Impostor, a quem amas.
Ele não quer que tu me ames, porque chegavas a ser tanto como Ele.
Tanto como eu, não, pois estive hoje a ver que tinha mais almas do que Ele.
Por que seria isso? É porque valia recompensa."

Eu beijava e apertava na mão o meu Crucifixo, e ouvia dizer assim:
"Se não fosse esse Impostor que tens na mão, punha-te um pé no pescoço; punha-te o corpo em mostarda!
Mas isso há-de fazer Ele a ti, e tu depois hás-de querer vir para mim, mas eu não te aceitarei.
O que te vale é essa benzelhice.
Não é porque tenha medo, mas odeio-O.
Tenho nojo. Cospe-Lhe! "

Nesta ocasião, aproximavam-se de mim uns grupos de vultos de cor avermelhada, e ouvia dizer:
— Se eu quiser, não te deixo dormir.
E eu, no meio de tudo isto, sem ter um Ministro de Nosso Senhor, a quem pudesse abrir a minha consciência! Com quem pudesse desabafar!
E sem ter uma cartinha de Vossa Reverência para me consolar!
Como é que eu não havia de estar triste?
Chorei, mas graças ao meu querido Jesus, eram tristezas e lágrimas de grande resignação com a Sua santíssima Vontade.

Ontem tive a consolação de receber o meu querido Jesus Sacramentado!
Eu tinha o costume de pedir a Nosso Senhor para mandar uma multidão de Anjos, Querubins e Serafins, acompanhar o meu Jesus do Sacrário até junto de mim, e para vir a Mãezinha com outra multidão de Anjos a preparar o trono da minha alma, a fim de receber Jesus, e no fim Ela dar-Lhe graças por mim.
E desta vez foi assim!

Depois de ter recebido Nosso Senhor, que paz eu sentia!
Estava de olhos postos e principiei a ver diante de mim tantas, tantas cabecinhas! Umas mais acima, outras mais abaixo, formando um grande arco.
E, mais ao lado, umas formas maiores, mas não sei como estavam.
Vi no meio uma imagem maior, que não divisava tão bem.
À frente, apresentava-se-me a figura dum trono com umas cores tão lindas, e do meio disto, que eu via, saíam uns raios dourados.
Ao ver isto, pensava que era Nossa Senhora acompanhada dos seus Anjos, como eu lhe tinha pedido.

Pensava também se, sim ou não, havia de mandar dizer isto a Vossa Reverência.
E rezei assim: Ó meu Jesus, dizei-me se lhe hei-de mandar dizer.
E então disse-me Nosso Senhor:

" Diz tudo, tudo.
Apresentei-te isto para saberes que os teus pedidos são ouvidos no Céu.
O que viste foi Nossa Senhora com os seus Anjos, Querubins e Serafins com os seus instrumentos.
Vieram preparar a tua alma, e depois deram-Me graças, amaram-Me e louvaram-Me, como no Céu.
Estão à volta de ti. Vieram em revoada.

" Eu não te abandonarei: É o bem que te quero; é o Amor que tenho à tua alma.
Tenho muito com que te beneficiar.
Não te esqueças do que te tenho recomendado: Os Meus Sacrários e os pecadores.
A batalha é difícil de vencer. "

E tornou Nosso Senhor a dizer-me:
Olha...
Repetiu-se então o que já tinha visto, mas já não se divisava tão bem.
Sentia então todo aquele calor e aquela força, que já muitas vezes tenho dito a Vossa Reverência.

Mais tarde, o Demónio dizia-me assim:
— Não mandes dizer isto! Condenas-te e cais no Inferno!
O que vale é que Ele já não acredita em ti; bem sabe que o andas a enganar.

Adeus, até quinta-feira.
Veja, por caridade, quanto necessito das orações de Vossa Reverência; não me esqueça, que eu também farei o mesmo.
Muitas lembranças da minha mãe, da Deolinda e da D. Sãozinha.
Por caridade, peço-lhe que abençoe a pobre

Alexandrina M. C. »


Ao centro: Alexandrina Maria da Costa; à esquerda: Deolinda, irmã dedicadíssima da Alexandrina; à direita: D. Sãozinha, professora de Balasar e grande amiga de Alexandrina.


Legendas nesta imagem
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Autoria: Alphonse Rocha

Adaptação: José Avlis

Versão: Novíssimos do Homem