* BEM-VINDO AO BLOGUE "NOVÍSSIMOS DO HOMEM" ! *

Preparemo-nos bem para a hora da Morte e do Juízo,
a fim de escaparmos ao Inferno e ganharmos o Paraíso!


segunda-feira, 11 de março de 2013

REVELAÇÃO DO INFERNO, POR SANTO ANSELMO

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Revelação do Inferno
por Santo Anselmo



1. Jazem nas 'trevas exteriores'.
Pois, lembrai-vos, o fogo do Inferno não emite nenhuma luz.
Assim como, ao comando de Deus, o fogo da fornalha babilónica perdeu o seu calor, mas não perdeu a sua luz, assim, no comando de Deus, o fogo no Inferno, conquanto retenha a intensidade do seu calor, arde eternamente nas trevas.

2. É uma tempestade que nunca mais acaba, de trevas, de negras chamas e de negra fumaça de enxofre a arder, por entre as quais os corpos estão amontoados uns sobre os outros, sem uma nesga de ar.
De todas as pragas com que a terra dos faraós foi flagelada, uma praga só, a das trevas, foi chamada de horrível.
Qual o nome, então, que devemos dar às trevas do Inferno, que hão de durar não por três dias apenas, mas por toda a eternidade?

3. O horror desta estreita e negra prisão é aumentado pelo seu tremendo cheiro activo.
Toda a imundície do mundo, todos os monturos e escórias do mundo, nos é dito, correrão para lá como para um vasto e fumegante esgoto, quando a terrível conflagração do último dia houver purgado o mundo.
O enxofre, também, que arde lá em tão prodigiosa quantidade, enche todo o Inferno com o seu intolerável fedor; e os corpos dos danados, eles próprios, exalam um cheiro tão pestilento que, como diz S. Boa-ventura, só um deles bastaria para infeccionar todo o mundo.

4. O próprio ar deste mundo, esse elemento puro, torna-se fétido e irrespirável quando fica fechado longo tempo.
Considerai, então, quanto deva ser (irrespirável) o fétido ar do Inferno.
Imaginai um cadáver fétido e pútrido, que tenha jazido a decompor-se e a apodrecer na sepultura, uma matéria gosmenta de corrupção líquida.
Imaginai tal cadáver preso das chamas, devorado pelo fogo do enxofre a arder e a emitir densos e horrendos fumos de nauseante decomposição repugnante.
E a seguir, imaginai esse fedor malsão multiplicado um milhão e mais outro milhão de milhões sobre milhões de carcaças fétidas comprimidas juntas na treva fumarenta, uma enorme fogueira de podridão humana.
Imaginai tudo isso e tereis uma certa ideia do horror do cheiro do Inferno.

*****
5. Mas tal fedentina não é, horrível pensamento é este, o maior tormento físico ao qual os danados estão sujeitos. O tormento do fogo é o maior tormento ao qual o demo tem sempre sujeitado suas criaturas. Colocai o vosso dedo por um momento na chama duma vela e sentireis a dor do fogo. Mas o nosso fogo terreno foi criado por Deus para benefício do homem, para manter nele a centelha de vida e para ajudá-lo nas artes úteis, ao passo que o fogo do inferno é duma outra qualidade e foi criado por Deus para torturar e punir o pecador sem arrependimento.

6. O nosso fogo terrestre, outrossim, se consome mais ou menos rapidamente, conforme o objeto que ele ataca for mais ou menos combustível, a ponto de a ingenuidade humana ter-se sempre entregado a inventar preparações químicas para garantir ou frustrar a sua ação. Mas o sulfuroso breu que arde no inferno é uma substância que foi especialmente designada para arder para sempre e ininterruptamente com indizível fúria. Além disso, o nosso fogo terrestre destrói ao mesmo tempo que arde, de maneira que quanto mais intenso ele for mais curta será a sua duração; já o fogo do inferno tem esta propriedade de preservar aquilo que ele queima e, embora se enfureça com incrível ferocidade, ele se enfurece para sempre.

7. O nosso fogo terrestre, ainda, não importa que intensidade ou tamanho possa ter, é sempre duma extensão limitada; mas o lago de fogo do inferno é ilimitado, não tem praias nem fundo. E está documentado que o próprio demônio, ao lhe ser feita a pergunta por um soldado, foi obrigado a confessar que se uma montanha inteira fosse jogada dentro do oceano ardente do inferno seria queimada num instante como um pedaço de cera. E esse terrível fogo não aflige os danados somente por fora, pois cada alma perdida se transforma num inferno dentro de si mesma, o fogo sem limites se enraivecendo mesmo em sua essência. Oh! Quão terrível é a sorte desses desgraçados seres! O sangue ferve e referve nas veias; os cérebros ficam fervendo nos crânios; o coração no peito flamejando e ardendo; os intestinos, uma massa vermelha e quente de polpa a arder; os olhos. coisa tão tenra, flamejando como bolas fundidas.

8. Ainda assim, quanto vos falei da força, da qualidade e da ilimitação desse fogo é como se fosse nada quando comparado com a sua intensidade, uma intensidade que é justamente tida como sendo o instrumento escolhido pelo desígnio divino para punição da alma assim como do corpo igualmente. Trata-se dum fogo que procede diretamente da ira de Deus, trabalhando não por sua própria atividade, mas como um instrumento da vingança divina. Assim como as águas do batismo limpam tanto a alma como o corpo, assim o fogo da punição tortura o espírito junto com a carne.

9. Todos os sentidos da carne são torturados; e todas as faculdades da alma outro tanto: os olhos com impenetráveis trevas; o nariz com fétidos nauseantes; os ouvidos com berros, uivos e execrações; o paladar com matéria sórdida, corrupção leprosa, sujeiras sufocantes inomináveis; o tato com aguilhões e chuços em brasa e cruéis línguas de chamas. E através dos vários tormentos dos sentidos a alma imortal é torturada eternamente, na sua essência mesma, no meio de léguas e léguas de ardentes fogos acesos nos abismos pela majestade ofendida de Deus Onipotente e soprados numa perene e sempre crescente fúria pelo sopro da raiva da Divindade.

10. Considerai, finalmente, que o tormento dessa prisão infernal é acrescido pela companhia dos condenados mesmos. A má companhia, sobre a terra, é tão nociva que as plantas, como que por instinto, apartam-se da companhia seja do que for que lhes seja mortal ou funesto. No inferno, todas as leis estão trocadas lá não há nenhum pensamento de família, de pátria, de laços, de relações. O danado goela e grita um com o outro, sua tortura e raiva se intensificando pela presença dos seres torturados e se enfurecendo como ele.

11. Todo o senso de humanidade é esquecido. Os lamentos dos pecadores a sofrerem enchem os mais recuados cantos do vasto abismo. As bocas dos danados estão cheias de blasfêmias contra Deus e de ódio por seus companheiros de suplício e de maldições, contra as almas que foram seus companheiros no pecado. Era costume, nos antigos tempos, punir o parricida, o homem que havia erguido sua mão assassina contra o pai, arremessando nas profundezas do mar num saco dentro do qual também eram colocados um galo, um burro e uma serpente.

12. A intenção desses legisladores, que inventaram tal lei, a qual parece cruel nos nossos tempos, era punir o criminoso pela companhia de animais malignos e abomináveis. Mas que é a fúria dessas bestas estúpidas comparada com a fúria da execração que rompe dos lábios tostados e das gargantas inflamadas dos danados no inferno, quando eles contemplam em seus companheiros em miséria aqueles mesmos que os ajudaram e incitaram no pecado, aqueles cujas palavras semearam as primeiras sementes do mal em pensamento e em ação em seus espíritos, aqueles cujas sugestões insensatas os conduziram ao pecado, aqueles cujos olhos os tentaram e os desviaram do caminho da virtude? Voltam-se contra tais cúmplices e os xingam e amaldiçoam. Não terão, todavia, socorro nem ajuda; agora é tarde demais para o arrependimento.

13. Por último de tudo, considerai o tremendo tormento daquelas almas condenadas, as que tentaram e as que foram tentadas, agora juntas, e ainda por cima, na companhia dos demônios. Esses demônios afligirão os danados de duas maneiras: com a sua presença e com as suas admoestações. Não podemos ter uma idéia de quão terríveis são esses demônios. Santa Catarina de Siena uma vez viu um demônio e escreveu que preferia caminhar até o fim de sua vida por um caminho de carvões em brasa a ter que olhar de novo um único instante para tão horroroso monstro.

14. Tais demônios, que outrora foram formosos anjos, tornaram-se tão repelentes e feios quanto antes tinham de lindos. Escarnecem e riem das almas perdidas que arrastaram para a ruína. É com eles que são feitas, no inferno, as vozes da consciência. Por que pecaste? Por que deste ouvido às tentações dos amigos? Por que abandonaste tuas práticas piedosas e tuas boas ações? Por que não evitaste as ocasiões de pecado? Por que não deixaste aquele mau companheiro? Por que não desististe daquele mau hábito, aquele hábito impuro? Por que não ouviste os conselhos do teu confessor? Por que, mesmo depois de haveres tombado a primeira, ou a segunda, ou a terceira, ou a quarta ou a centésima vez, não te arrependeste dos teus maus passos e não voltaste para Deus, que esperava apenas pelo teu arrependimento para te absolver dos teus pecados? Agora o tempo para o arrependimento se foi. Tempo existe, tempo existiu, mas tempo não existirá mais!

15. Tempo houve para pecar às escondidas, para se satisfazer na preguiça e no orgulho, para ambicionar o ilícito, para ceder às instigações da tua baixa natureza, para viver como as bestas do campo, ou antes, pior do que as bestas do campo, porque elas, ao menos, não são senão brutos e não possuem uma razão que as guie; tempo houve, mas tempo não haverá mais. Deus te falou por intermédio de tantas vozes, mas não quiseste ouvir. Não quiseste esmagar esse orgulho e esse ódio do teu coração, não quiseste devolver aquelas ações mal adquiridas, não quiseste obedecer aos preceitos da tua Santa Igreja nem cumprir teus deveres religiosos, não quiseste abandonar aqueles péssimos companheiros, não quiseste evitar aquelas perigosas tentações. Tal é a linguagem desses demoníacos atormentadores, palavras de sarcasmo e de reprovação, de ódio e de aversão. De aversão, sim! Pois mesmo eles, os demônios propriamente, quando pecaram, pecaram por meio dum pecado que era compatível com tão angélicas naturezas: foi uma rebelião do intelecto; e eles, estes mesmos, têm que se afastar, revoltados e com nojo de terem de contemplar aqueles pecados indizíveis com os quais o homem degradado ultraja e profana o templo do Espírito Santo, e se ultraja e avilta a si mesmo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Absoluta e Tremenda
Realidade do Inferno - II






“ ISTO É TUDO MEU ! ”


Tivemos já ocasião de falar das visitas, não desejadas, do “manquinho” (o Demónio) à Beata Alexandrina, quando lemos uma das páginas da sua Autobiografia.
O inimigo de Deus e das almas, dá aqui novas provas das suas manhas e dos seus artifícios, quando quer seduzir uma alma.

O caso da Alexandrina é “bicudo” para ele, visto que, acorrentado pelo Senhor, não pode, por enquanto, aproximar-se muito dela, nem lhe tocar, mas mesmo assim e, de longe, tenta quanto pode, ou quanto lhe é permitido, levá-la ao desânimo, às dúvidas sobre a Fé e, por que não, ao desespero.
Todos os meios são bons para ele, como abaixo veremos.

Empregará até uma frase idêntica àquela que antes dissera a Jesus, quando, transportando-o sobre uma alta montanha e, mostrando-Lhe o mundo, disse-Lhe, descaradamente:
“Isto é tudo meu!”
Situa-se aqui a visão - a primeira - que a Beata Alexandrina teve do Inferno.
A semelhança desta visão com aquela outra do Inferno que teve Santa Francisca Omana, é muito grande!

Talvez, para contrabalançar esta terrível visão infernal, Jesus oferece-lhe também uma visão muitíssimo mais agradável, linda, feliz e beatífica: a da Virgem
Maria!


* * * * *


Rev. Padre Mariano Pinho, Jesuíta, 1.º Director Espiritual da Beata Alexandrina... Faleceu no Recife (Brasil), em odor de santidade.A tal respeito, escreve Alexandrina ao seu 1.º Director Espiritual, Padre Mariano Pinho:


« Balasar, 7 de Fevereiro de 1935
Viva Jesus !

Meu Paizinho:

Já vai sendo tempo de dizer a Vossa Reverência como tenho passado tristemente estes dias da minha vida.
Desde o dia 16 de Janeiro que Nosso Senhor não me tinha voltado a falar.
Oh, como eu estava triste! Parecia-me estar abandonada de todo.
Passaram-se vinte dias sem eu receber o meu querido Jesus, tendo eu tão fortes desejos de estar sempre unidinha a Ele.

Chegaram, por fim, a primeira Sexta-feira e o primeiro Sábado, e nesses dias dignou-se Nosso Senhor vir repousar na minha pobre alma.
Empreguei todos os esforços para me preparar para bem O receber e Lhe dar graças, mas foram inúteis todos os meus esforços, porque só sentia frieza e nenhum fervor.

Vossa Reverência quer saber quem mais se me fazia sentir? Era o Demónio!
Esse todo se consumia para me fazer companhia.
É um tal enredo que não era muito para contar por escrito, mas assim fico mais sossegada da minha consciência:

Na noite de 7 para 8 de Janeiro, estando eu a dormir, acordei sobressaltada, mais de uma vez, porque me parecia que na travesseira, à beira da minha cabeça, ele se esgatanhava.
Depois, de madrugada, vi atravessar umas sombras altas e pretas, da porta de meu quarto para a janela.

Na noite de 17 para 18 de Janeiro, quando todos dormiam, estava eu a contas com as minhas orações, figurou-se-me como um caminho e, de um lado, uma barreira feia.
A muita distância, vi como que um portal, tendo à entrada um vulto preto de cada lado, e então ouvi dizer assim:
Isto é tudo meu!

Quarto, onde viveu, semi-entrevada, durante mais de 30 anos, e onde morreu (em 1955), após 13 anos de jejum absoluto (alimentando-se apenas da Sagrada Comunhão), a Beata Alexandrina de Balasar, cujo lema era 'Amar, Sofrer e Reparar', como Vítima pela conversão e salvação dos pecadores... Aqui mesmo, onde ela teve centenas de colóquios íntimos com o Senhor Jesus, e também com a Virgem Santíssima.Passados momentos, vi, a par da minha cama, um abismo tão fundo e tamanho!
Ai, o que eu vi lá dentro! Coisas tão feias!
Não era gente o que eu via, nem sei explicar o que era.
O que sei dizer é que era uma multidão tamanha, tão grande e tão unida, muito mais unida do que a gente na Missa campal do Congresso Nacional de Braga.


* * *

Legendas nesta imagem
visíveis com o rato:

Para os lados, havia umas covas tão feias!
Oh, e que movimento eu lá vi!
Do meio daquilo saíam labaredas, mas não eram como as do nosso lume.
Lá, num sítio, vi um monte de vultos pretos com umas coisas ao alto, não sei se eram paus ou se eram forcados.

Para o outro lado, vi outras sombras, que me deram a impressão do quadro da morte do pecador: Um a puxar para diante e outro a puxar para trás, e saía do meio um rabo tão grande que formava um grande arco.
E afiguarava-se-me que atravessavam por cima da minha cama as mesmas sombras pretas.
Não podia rezar e não sabia as horas, mas bem as ouvia bater.

Na noite de 29 para 30, formou-se uma enorme escuridão dentro do meu quarto.
Parecia-me ser uma casa muito feia, onde me aparecia a um postigo uma cara muito feia também. E ouvia dizer assim:
"São os telhados da minha casa - mas eu não via telhas nenhumas.
Cá por fora é feia, mas lá por dentro é chique.
Anda para mim, que outros que assim têm feito acham-se bem.
Ama-me e deixa esse
Impostor, a quem amas.
Ele não quer que tu me ames, porque chegavas a ser tanto como Ele.
Tanto como eu, não, pois estive hoje a ver que tinha mais almas do que Ele.
Por que seria isso? É porque valia recompensa."

Eu beijava e apertava na mão o meu Crucifixo, e ouvia dizer assim:
"Se não fosse esse Impostor que tens na mão, punha-te um pé no pescoço; punha-te o corpo em mostarda!
Mas isso há-de fazer Ele a ti, e tu depois hás-de querer vir para mim, mas eu não te aceitarei.
O que te vale é essa benzelhice.
Não é porque tenha medo, mas odeio-O.
Tenho nojo. Cospe-Lhe! "

Nesta ocasião, aproximavam-se de mim uns grupos de vultos de cor avermelhada, e ouvia dizer:
— Se eu quiser, não te deixo dormir.
E eu, no meio de tudo isto, sem ter um Ministro de Nosso Senhor, a quem pudesse abrir a minha consciência! Com quem pudesse desabafar!
E sem ter uma cartinha de Vossa Reverência para me consolar!
Como é que eu não havia de estar triste?
Chorei, mas graças ao meu querido Jesus, eram tristezas e lágrimas de grande resignação com a Sua santíssima Vontade.

Ontem tive a consolação de receber o meu querido Jesus Sacramentado!
Eu tinha o costume de pedir a Nosso Senhor para mandar uma multidão de Anjos, Querubins e Serafins, acompanhar o meu Jesus do Sacrário até junto de mim, e para vir a Mãezinha com outra multidão de Anjos a preparar o trono da minha alma, a fim de receber Jesus, e no fim Ela dar-Lhe graças por mim.
E desta vez foi assim!

Depois de ter recebido Nosso Senhor, que paz eu sentia!
Estava de olhos postos e principiei a ver diante de mim tantas, tantas cabecinhas! Umas mais acima, outras mais abaixo, formando um grande arco.
E, mais ao lado, umas formas maiores, mas não sei como estavam.
Vi no meio uma imagem maior, que não divisava tão bem.
À frente, apresentava-se-me a figura dum trono com umas cores tão lindas, e do meio disto, que eu via, saíam uns raios dourados.
Ao ver isto, pensava que era Nossa Senhora acompanhada dos seus Anjos, como eu lhe tinha pedido.

Pensava também se, sim ou não, havia de mandar dizer isto a Vossa Reverência.
E rezei assim: Ó meu Jesus, dizei-me se lhe hei-de mandar dizer.
E então disse-me Nosso Senhor:

" Diz tudo, tudo.
Apresentei-te isto para saberes que os teus pedidos são ouvidos no Céu.
O que viste foi Nossa Senhora com os seus Anjos, Querubins e Serafins com os seus instrumentos.
Vieram preparar a tua alma, e depois deram-Me graças, amaram-Me e louvaram-Me, como no Céu.
Estão à volta de ti. Vieram em revoada.

" Eu não te abandonarei: É o bem que te quero; é o Amor que tenho à tua alma.
Tenho muito com que te beneficiar.
Não te esqueças do que te tenho recomendado: Os Meus Sacrários e os pecadores.
A batalha é difícil de vencer. "

E tornou Nosso Senhor a dizer-me:
Olha...
Repetiu-se então o que já tinha visto, mas já não se divisava tão bem.
Sentia então todo aquele calor e aquela força, que já muitas vezes tenho dito a Vossa Reverência.

Mais tarde, o Demónio dizia-me assim:
— Não mandes dizer isto! Condenas-te e cais no Inferno!
O que vale é que Ele já não acredita em ti; bem sabe que o andas a enganar.

Adeus, até quinta-feira.
Veja, por caridade, quanto necessito das orações de Vossa Reverência; não me esqueça, que eu também farei o mesmo.
Muitas lembranças da minha mãe, da Deolinda e da D. Sãozinha.
Por caridade, peço-lhe que abençoe a pobre

Alexandrina M. C. »


Ao centro: Alexandrina Maria da Costa; à esquerda: Deolinda, irmã dedicadíssima da Alexandrina; à direita: D. Sãozinha, professora de Balasar e grande amiga de Alexandrina.


Legendas nesta imagem
visíveis com o rato:
→↑



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* * * *



Autoria: Alphonse Rocha

Adaptação: José Avlis

Versão: Novíssimos do Homem

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aparição Mariana de 13 de Agosto
adiada para 19 de Agosto...
* Cinco Primeiros Sábados



Caso queira ver melhor, ou imprimir, esta imagem - ORATÓRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - poderá ampliá-la com o rato. Imagem dos Arautos do Evangelho, cedida por especial deferência... + Doce Coração de Maria, sede a nossa salvação!



* * * * * * *


A 13 de Agosto de 1917, os três Pastorinhos de Fátima foram impedidos, pelas autoridades civis anticlericais, de irem ao combinado encontro com Nossa Senhora, na Cova da Iria, onde já estava reunida uma enorme multidão.

As crianças videntes, durante os dias 13 e 14 de Agosto, foram fechadas e ameaçadas com torturas, em Vila Nova de Ourém, após terem sido 'raptadas' pelo respectivo Administrador, para que desmentissem as Aparições Marianas; mas, heroicamente, elas não cederam.
Estavam prontas a oferecerem as suas vidas, se necessário fosse, a fim de não traírem as mensagens e promessas feitas por Nossa Senhora.
Só então foram libertadas...

Se Deus quisesse, teria feito um 'milagre' para que os Pastorinhos não faltassem à Aparição no dia e hora combinados pela Celeste
Mensageira: Seis dias treze seguidos, entre Maio e Outubro de 1917, e portanto também em 13 de Agosto.


* Capelinha dos Valinhos (Aljustrel-Fátima), onde Nossa Senhora apareceu aos Pastorinhos, a 19 de Agosto de 1917... Mas Deus não achou necessário, nem oportuno, intervir directa e espectacularmente -- embora o faça muitas vezes discretamente, por caminhos espirituais misteriosos, geralmente imperceptíveis aos nossos pobres sentidos corporais --, pois Ele, além de normalmente respeitar o livre-arbítrio humano, por mais maléfico e execrável que seja, geralmente acaba por tirar, mais tarde ou mais cedo, já neste mundo ou na Eternidade, mais bem do que mal de todos os erros e maldades humanos, acabando sempre por punir exemplarmente os ímpios e pecadores obstinados, pois a Sua infinita e perfeita Justiça nunca falha, ainda que seja desconhecida e insondável para nós, míseras criaturas, ao ponto de até, por vezes, nos parecer inexistente ou arbitrária, sobretudo em relação às almas de pouca ou nenhuma Fé Cristã...


* * * * *


Contudo, termino esta breve explicitação, relativa a tão insólito acontecimento de 13 de Agosto, com um dos mais significativos e alarmantes pedidos, feito por Nossa Senhora, a 19 de Agosto de 1917, nos Valinhos [quando finalmente Ela decidiu realizar a única Aparição protelada, por desígnios divinos, assim como Deus vai adiando ou encurtando a nossa vida terrena, a fim de tentar evitar ao máximo a nossa perdição eterna]:


«Rezai, rezai muito

e fazei sacrifícios pelos pecadores,

que vão muitas almas para o Inferno,

por não haver quem se sacrifique

e reze por elas!»



* * * * *



E isto, obviamente,

para além do insistente

pedido da

REZA DIÁRIA DO

TERÇO DO ROSÁRIO,


a Devoção mariana

por excelência,

predilecta e perpétua.


* * * * *


DEVOÇÃO MARIANA DOS

CINCO PRIMEIROS SÁBADOS


Na Aparição do dia 13 de Julho de 1917, anunciou Nossa Senhora:
“Para impedir a guerra, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, e [também] a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados”.

Esta última devoção veio pedi-la, aparecendo à Irmã Lúcia a 10-12-1925, em Pontevedra, Espanha. E disse-lhe, então:
“Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos me cravam, com blasfémias e ingratidões.
Tu, ao menos, procura consolar-me, e anuncia que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias à salvação, a todos os que, no Primeiro Sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 Mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar”.

Nossa Senhora mostrou o seu Coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados.
Pediu que fizéssemos actos de desagravo, por tais blasfémias e ingratidões, com a devoção reparadora dos Cinco Primeiros Sábados.
Em recompensa, promete-nos
"todas as graças necessárias para a Salvação”.

Jesus, nos dois anos seguintes, em 15 de Fevereiro de 1926 e em 17 de Dezembro de 1927, insiste para que se propague esta devoção mariana.
Lúcia escreveu:
“Da prática da devoção dos Primeiros Sábados, unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra e a paz do mundo”.


As condições, para ganhar o privilégio dos Primeiros Sábados, são quatro:

1. Confissão sacramental.
Para cada primeiro Sábado, é precisa uma Confissão, bem feita e como reparação mariana.
Pode fazer-se em qualquer dia, antes ou depois do primeiro Sábado, contanto que se receba a Comunhão em estado de Graça.

A vidente perguntou: – “Meu Jesus, as (pessoas) que se esquecerem de formar essa intenção (reparadora)?
Jesus respondeu: – Podem formá-la na Confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem para se confessar”.

As outras três condições devem cumprir-se no primeiro Sábado do mês, a não ser que algum sacerdote, por justificados motivos, conceda que se possam fazer no Domingo seguinte.

2. Comunhão reparadora.

3. Terço do Rosário.

4. Meditação durante 15 minutos - de um só Mistério do Rosário, de vários ou de todos.
Também vale uma meditação, individual ou colectiva, de cerca de 3 minutos, antes de cada um dos cinco Mistérios do Terço que se está a rezar.

Em todas estas quatro práticas, deve-se ter a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria.

A devoção dos Cinco Primeiros Sábados foi aprovada pelo Bispo de Leiria, a 13-9-1939, em Fátima.


# Para mais informações da Devoção

"Cinco Primeiros Sábados"

clique aqui, por favor...




* * * * * * *



# Santuário de Fátima

# 1.ª Aparição de Nossa Senhora de Fátima
#
2.ª Aparição de Nossa Senhora de Fátima
#
3.ª Aparição de Nossa Senhora de Fátima


Nova
Evangelização Católica

sábado, 7 de agosto de 2010

O Inferno e a Eternidade das Penas



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Sobre o Inferno e a
Eternidade das Penas
(S. João Bosco)



1.º - O Inferno é um local destinado, pela Justiça Divina, a castigar com suplícios eternos os que morrem em pecado mortal.A primeira pena, que os condenados padecem no Inferno, é a dos sentidos, por ser todo o seu corpo atormentado por um fogo que arde horrivelmente, sem jamais diminuir.
Esse fogo penetrará pelos olhos, pela boca e por todo o corpo, e cada um do sentidos padecerá uma pena especial.Os olhos ficarão obscurecidos pelo fumo e pelas trevas, e aterrorizados ao ver os demónios e os demais condenados.
Os ouvidos não ouvirão incessantemente senão gritos, uivos, prantos e blasfémias.

O olfacto será atormentado com o mau cheiro do enxofre e betume ardentes, que sufocará.A boca sofrerá sede ardentíssima e padecerá uma fome canina: "Sofrerão fome como cães" (Sl 58, 7; 15).Deus permitiu que o Rico avarento, no meio daqueles tormentos, dirigisse um olhar a Lázaro, pedindo por misericórdia uma gota de água para aliviar o ardor que o consumia; mas até esta lhe foi negada.
Aqueles infelizes, no meio das chamas, devorados pela fome e sede, atormentados por um fogo que não cessa, bradam, uivam e desesperam-se.


Ah, Inferno, Inferno, como são desgraçados os que caem nos teus abismos!
E tu, meu filho, o que dizes?
Se tivesses que morrer neste momento,
para onde irias?Se não podes suportar agora, sem gritar de dor, a ligeira chama duma vela na mão, como poderás sofrer aquelas chamas por toda a eternidade?

2.º - Considera, por outro lado, meu filho, o remorso que sentirá a consciência dos condenados.A sua memória, entendimento e vontade, padecerão tormentos terrivelmente.
Recordarão continuamente o motivo por que se perderam; isto é, por terem querido satisfazer uma paixão qualquer, e esse pensamento será para eles um verme roedor, que jamais morrerá.

Pensarão no tempo que Deus lhes tinha concedido para salvarem-se da perdição; nos bons exemplos dos seus companheiros; nos propósitos formados e não postos em prática.
Pensarão nas pregações ouvidas, nos conselhos dos seus confessores, nas boas inspirações para deixar o pecado...
E vendo que já não há remédio, soltarão uivos desesperados.
A vontade jamais terá nada do que deseja, sofrendo pelo contrário todos os males.O entendimento conhecerá o bem imenso que perdeu.
A alma, separada do corpo e apresentada diante do Tribunal Divino, entreviu a beleza de Deus, conheceu a Sua imensa Bondade, contemplou, por um instante, o esplendor do Paraíso; terá ouvido talvez os dulcíssimos e harmoniosos cânticos dos Anjos e Bem-aventurados.
Que dor, vendo que tudo isso lhes é arrebatado para sempre!
Que horrorosos tormentos! Quem poderá suportá-los?


3.º - Meu Filho, que agora não te preocupas em perder a Deus e o Paraíso!
Esperas por acaso conhecer a tua cegueira,
quando tantos companheiros teus, mais ignorantes e mais pobres do que tu, estiverem gloriosos e triunfantes no Reino dos Céus, e tu fores amaldiçoado por Deus e arrojado fora daquela Pátria Celeste, fora do gozo de Deus, da companhia da Virgem Santíssima e dos Santos?

Decide-te, pois, a servir ao Senhor, e faz penitência.
Não aguardes para quando não houver mais tempo.
Entrega-te já a Deus.
Quem sabe se esta meditação não será a tua última chamada à Graça santificante!
Se não correspondes a ela, expões-te a que Deus te abandone e te deixe cair nos eternos suplícios.
'Ah, Senhor, livrai-nos das penas do Inferno!'



A Eternidade das Penas


1.º - Considera, meu filho, que se caíres no Inferno, dele jamais sairás.Nele se padecem todas as penas, e todas elas para sempre.Passarão cem anos, mil anos, e o Inferno estará apenas começando; passarão cem mil anos, cem milhões de anos, milhões de milhões de anos e de séculos... e o Inferno estará ainda apenas no princípio.
Se um Anjo anunciasse a um condenado que Deus haveria de livrá-lo do Inferno... depois de passar tantos milhões de séculos quantas gotas de água tem o mar, ou quantas folhas de árvores e grãos de areia há no mundo, essa notícia causar-lhe-ia logo um consolo indizível.'É certo, exclamaria ele, que é imenso o número de séculos que no Inferno terei de sofrer, mas finalmente haverá um dia em que eles acabarão'...Mas, ai! Passarão esses milhões de séculos e uma infinidade de outros, e o Inferno estará sempre apenas começando.Cada condenado quereria poder dizer a Deus:
'Senhor, aumentai quanto quiserdes as minhas penas, e fazei-me permanecer aqui o tempo que quiserdes, contanto que me deis a esperança de ver este suplício acabar um dia!'Mas não! Esse término e essa esperança jamais chegarão.

2.º - Se ao menos o condenado pudesse iludir-se a si mesmo, pensando consigo:'Quem sabe se Deus algum dia terá piedade de mim e me tirará deste abismo'...Mas, não! Jamais ele abrigará esta esperança!
O condenado terá sempre presente a sentença da sua condenação eterna:'Este tormentos, este fogo, estes horríveis gritos, eu tê-los-ei para sempre!'

"Para sempre!" - verá isto escrito nas chamas que o devoram.
"Para sempre!" - na ponta das espadas que o trespassam.
"Para sempre!" - nas horríveis fisionomias dos demónios que o atormentam.
"Para sempre!" - naquelas portas fechadas, que jamais se abrirão para ele!

Ó eternidade, ó abismo sem fundo!
Ó mar sem limites! Ó caverna sem saída!
Quem não tremerá pensando em ti?
Ó maldito pecado, que tremendos suplícios preparas para quem te comete!
Ah, basta de pecados! Basta de pecados em toda a minha vida!


3.º - O que deve encher-te de espanto e horror é pensar que essa horrível fornalha está sempre aberta debaixo dos teus pés, e que basta um único pecado mortal para cair nela.Compreendes, meu filho, isto que lês?
Um pecado grave que cometes, com tanta facilidade,
merece uma pena eterna.Uma blasfémia, uma profanação dos dias santos, um furto, um ódio, uma palavra ofensiva, um acto imoral, um pensamento obsceno... basta para condenar-te às penas do Inferno.
Ah, meu filho! Ouve atentamente os meus conselhos:Se a consciência te censura de algum pecado, vai imediatamente confessar-te, para principiares logo uma boa vida.
Põe em prática todos os conselhos do teu Confessor; e se for necessário, faz uma confissão geral; promete fugir das ocasiões perigosas, das más companhias.
E se Deus te chamar a deixar o mundo, obedece-Lhe com prontidão.
Tudo o que se faz para evitar uma eternidade de tormentos, é pouco, é nada:"Nenhuma segurança é excessiva quando está em jogo a Eternidade", escreveu S. Bernardo.
Oh, quantos jovens na flor da idade abandonaram o mundo, a pátria, a família, e foram sepultar-se nas grutas e desertos, não vivendo senão de pão e água, às vezes só de algumas raízes!
E tudo isso por amor de Deus, assim como para evitarem o Inferno!
E tu, o que fazes, depois de mereceres tantas vezes o Inferno, pelo pecado?Lança-te já aos pés do teu Deus, dizendo-Lhe:"Senhor, estou pronto a fazer tudo o que quiserdes; já Vos ofendi demais, até agora; de hoje em diante, não quero mais ofender-Vos.Enviai-me, se necessário, todos os males desta vida, desde que possa salvar a minha alma".(S. João Bosco, em "O Jovem Instruído")





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NOTA FINAL:Este texto de S. João Bosco está inteiramente de acordo -- como não podia deixar de ser -- com a Teologia de S. Tomás de Aquino, da Doutrina Católica e do actual Magistério da Igreja, para além da Sagrada Escritura, claro. (N.E.C.)
Fonte anterior:Pai de Amor
(11/12/2008)

Adaptação:
Nova Evangelização Católica

quinta-feira, 22 de julho de 2010

REVELAÇÕES DO INFERNO ETERNO
por Santo Anselmo - Doutor da Igreja


Imagem de grande ampliação


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Revelações do Inferno


por Santo Anselmo
*



1. Eles jazem nas "trevas exteriores"...
Pois, lembrai-vos, o fogo do Inferno não emite nenhuma luz.
Assim como, ao comando de Deus, o fogo da fornalha babilónica perdeu o seu calor, mas não perdeu a sua luz, contrariamente, sob o comando de Deus, o fogo do Inferno, conquanto retenha a intensidade do seu calor, arde eternamente nas trevas.

2. É uma tempestade que nunca mais acaba, de trevas, de negras chamas e de negra fumaça de enxofre a arder, por entre as quais os corpos estão amontoados uns sobre os outros, sem uma nesga de ar.
De todas as pragas com que a terra dos faraós foi flagelada, uma praga só, a das trevas, foi chamada de horrível.
Qual o nome, então, que devemos dar às trevas do Inferno, que hão-de durar, não por três dias apenas, mas por toda a eternidade?

3. O horror desta estreita e negra prisão é aumentado pelo seu tremendo cheiro nauseabundo.
Toda a imundície do mundo, todos os monturos e escórias do mundo, segundo está escrito, correrão para lá, como para um vasto e fumegante esgoto, quando a terrível conflagração do último dia houver purgado o mundo.

Também o enxofre, que arde lá em tão misteriosa quantidade, enche todo o Inferno com seu intolerável fedor.
E os corpos dos próprios danados exalam um cheiro tão pestilento que, como diz S. Boaventura, só um deles bastaria para infectar todo o mundo.

4. Até o ar deste mundo, esse elemento vital e puro, torna-se fétido e irrespirável quando fica fechado longo tempo.
Considerai, então, quanto deve ser irrespirável e fétido o ar do Inferno.
Imaginai num cadáver fétido e pútrido, que tenha jazido a decompor-se e a apodrecer na sepultura, uma matéria gosmosa de corrupção líquida.

Imaginai um tal cadáver preso das chamas, devorado pelo fogo de enxofre a arder e a emitir densos e horrendos fumos de nauseante e repugnante decomposição.
E de seguida, imaginai esse cheiro nauseabundo multiplicado um milhão de vezes, por milhões de fétidas carcaças comprimidas na treva fumarenta, numa enorme fogueira de podridão humana.
Imaginai tudo isso, e tereis uma pálida ideia do horror fétido do Inferno.

5. Mas tal fetidez extrema não é, terrível pensamento este, o maior tormento físico a que os danados estão sujeitos.
O tormento do fogo é o maior suplício a que o Demónio sempre tem sujeitado as suas vítimas.
Colocai o vosso dedo, por um só momento, na chama duma vela, e logo sentireis a dor do fogo.

Mas o fogo terreno foi criado por Deus para benefício do homem, para manter nele a centelha da vida e para ajudá-lo nas suas necessidades, ao passo que o fogo do Inferno é duma outra natureza e foi criado para atormentar e punir o pecador sem arrependimento.

6. O fogo terrestre, outrossim, consome-se mais ou menos rapidamente, conforme o objecto que ele ataca for mais ou menos combustível, ao ponto da inteligência humana ter sempre procurado inventar soluções para garantir ou frustrar a sua duração.
Mas o sulfuroso breu que arde no Inferno é uma substância que foi especialmente criada para arder contínua e perpetuamente com indizível fúria.

Além disso, o fogo terrestre destrói e consome-se ao mesmo tempo que arde, de maneira que quanto mais intenso ele for, mais curta será a sua duração; enquanto que o fogo do Inferno tem a propriedade de preservar aquilo que ele queima, e embora ataque com incrível violênca, ele permanece para sempre.

7. E ainda, o nosso fogo terreno, não importando que intensidade ou tamanho possa ter, é sempre duma extensão limitada; mas o mar de fogo do Inferno é ilimitado, sem praias nem fundo.
Está documentado que o próprio Demónio, ao ser-lhe feita a pergunta por um soldado, foi obrigado a confessar que, se uma montanha inteira fosse jogada dentro do oceano ardente do Inferno, seria queimada num instante como um pedaço de cera.

E esse terrível fogo não aflige os condenados somente por fora, pois cada alma perdida transforma-se num Inferno dentro de si mesma, com o fogo sem limites enraivecendo-se na sua essência.
Oh, quão terrível é a sorte desses desgraçados seres!
O sangue ferve e referve nas veias; o cérebro fica fervendo no crânio; o coração, no peito flamejando e ardendo; os intestinos, uma massa vermelha e quente de polpa a arder; os olhos, tão sensíveis, flamejando como bolas fundidas.

8. Ainda assim, quanto vos falei da força, da qualidade e da imensidão desse fogo, é como se fosse nada, quando comparado com a sua intensidade, uma intensidade que é justamente tida como sendo o instrumento escolhido pela Justiça Divina para punição da alma, assim como igualmente do corpo.

Trata-se dum fogo que procede directamente da Ira de Deus, agindo assim não pela sua própria constituição, mas como instrumento do castigo divino.
Assim como a água do Baptismo limpa espiritualmente tanto a alma como o corpo, assim o fogo do Inferno tortura simultaneamente o espírito e a carne.

9. Todos as faculdades da alma são torturadas; e todos os sentidos do corpo outro tanto: os olhos com impenetráveis trevas; o nariz com fétidos nauseantes; os ouvidos com berros, uivos e execrações; o paladar com matéria sórdida, corrupção leprosa, sujeiras sufocantes inomináveis; o tacto com aguilhões e chuços em brasa e cruéis línguas de chamas.

E através dos vários tormentos dos sentidos, a alma imortal é torturada eternamente, na sua própria essência, no meio de léguas e léguas de ardentes fogos acesos nos abismos pela Majestade de Deus infinitamente ofendida, e soprados numa perene e sempre violenta fúria pela Ira da Omnipotência Divina.

10. Considerai, finalmente, que o tormento dessa prisão infernal é acrescido pela companhia nefasta dos próprios condenados.
A má companhia, sobre a Terra, é tão prejudicial às pessoas, que até os próprios animais, por instinto, fogem da companhia do que lhes seja mortal ou nocivo.

No Inferno, porém, todas as leis estão trocadas, pois lá não há nenhum pensamento de família, de pátria, de laços, de amizade.
Os condenados odeiam e gritam uns aos outros a sua raiva e tortura, que são intensificadas pela sua presença, enfurecendo-se mutuamente.

11. Todo o senso de humanidade é esquecido ou negado.
Os gritos dos réprobos em desespero enchem os mais recuados cantos do vastíssimo abismo.
As mentes e as bocas dos condenados estão cheias de blasfémias contra Deus, de ódio pelos seus companheiros de suplício, e de maldições contra as almas que foram suas cúmplices nos pecados.

Nos tempos antigos, era costume punir o parricida, o homem que erguera a sua mão assassina contra o pai, arremessando-o nas profundezas do mar dentro dum saco, no qual também eram colocados um galo, um burro e uma serpente.

12. A intenção dos inventores dessa lei, que parece muito cruel nos nossos tempos, era punir tal género de homicídio também pela presença e acção de animais violentos e venenosos.

Mas o que é a violência ou fúria desses animais estúpidos, comparada com a fúria da execração que rompe dos lábios tostados e das gargantas inflamadas dos danados no Inferno, quando eles contemplam nos seus companheiros de desgraça aqueles mesmos que os levaram ou incitaram ao pecado, aqueles cujas palavras criaram as primeiras sementes do mal nos seus espíritos, aqueles cujas atitudes insensatas conduziram-nos ao delito, aqueles cujos olhos os tentaram e desviaram do caminho da virtude?

Só podem voltar-se contra esses seus cúmplices do pecado, insultando-os e amaldiçoando-os.
Não terão, contudo, nenhum socorro nem ajuda, visto que já é demasiado tarde para o arrependimento (que eles mesmos abominam).


13.
Finalmente, considerai o terrível tormento daquelas almas condenadas, as que tentaram e as que foram tentadas, agora todas juntas e, ainda por cima, na companhia dos demónios.
Esses demónios afligirão os réprobos de duas maneiras: com as suas horríveis presenças e com as suas odiosas acusações.

Não podemos ter uma ideia de quão horríveis são esses demónios.
Uma vez, Santa Catarina de Sena viu um demónio, tendo escrito que preferia caminhar por cima de carvões em brasa, até ao fim da sua vida, a ter que olhar de novo, por um só instante, para tão horroroso monstro.

14. Tais demónios, que originariamente foram belíssimos anjos, tornaram-se tão feios e repugnantes quanto antes tinham de formosos e atraentes.
Eles escarnecem e riem com desprezo das almas perdidas que arrastaram para a ruína.
E é pelos diabos que são feitas, no Inferno, as vozes de acusação dos condenados:

Por que pecaste? Por que deste ouvidos às tentações dos amigos?
Por que abandonaste as tuas práticas piedosas e as tuas boas acções? Por que não evitaste as ocasiões de pecado? Por que não deixaste aquele mau companheiro?
Por que não desististe daquele mau hábito, daquele hábito impuro?

Por que não ouviste os conselhos do teu confessor?
Por que, mesmo depois de haveres tombado a primeira, ou a segunda, ou a terceira, ou a quarta, ou a centésima vez, não te arrependeste dos teus maus passos e não voltaste para Deus, que esperava apenas pelo teu arrependimento para te absolver dos teus pecados?

Agora, o tempo para o arrependimento já passou.
O tempo no mundo ainda existe, mas tempo na eternidade não existe mais.

15. Tempo houve para pecar às escondidas, para satisfazer a preguiça e o orgulho, para cobiçar o ilícito, para ceder às tentações e aos maus instintos, para viver como as bestas do campo, ou antes, pior do que as bestas, porque elas apenas são irracionais, não possuindo uma razão que as guie.
Tempo houve no mundo, mas tempo no Inferno não existe mais.

Deus falou-te por intermédio de tantas vozes, mas não quiseste ouvi-las.
Não quiseste esmagar esse orgulho e esse ódio do teu coração, não quiseste devolver aqueles bens mal adquiridas, não quiseste obedecer aos preceitos da tua Santa Igreja, nem cumprir os teus deveres religiosos, não quiseste abandonar aqueles péssimos companheiros, não quiseste evitar aquelas perigosas tentações.

Tal é a linguagem desses atormentadores diabólicos, com palavras de sarcasmo e de reprovação, de ódio e aversão.
De aversão, também sim, pois os próprios demónios, quando pecaram como anjos, fizeram-no por meio dum pecado incompatível com a natureza de tão angélicas criaturas: o da rebelião do seu intelecto (pela infidelidade contra Deus).

Por tudo isso, estes mesmos demónios infernais só podem desprezar e odiar os réprobos, revoltados com o nojo e a aversão de terem de contemplar semelhantes pecados também nos homens ímpios, que desse modo ultrajaram a Deus e profanaram o templo do Espírito Santo, aviltando-se e degradando-se a si mesmos.





+ + + +
+


_____

* Santo Anselmo (1033-1109)
Bispo de Cantuária e Doutor da Igreja


Fonte: Igreja Online


# ATENÇÃO:
Leia ainda, no verso, o texto relacionado:
O INFERNO, MESMO EM CASO DE DÚVIDA,
DEVE SER LEVADO MUITO A SÉRIO



Adaptação:
NOVÍSSIMOS DO
HOMEM

domingo, 11 de julho de 2010

Ícone contra o Holocausto
mais abominável da História


Ícone de grande ampliação

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Ícone contra o Holocausto

mais abominável da História



V/. Vós formastes as entranhas do meu corpo e me criastes no seio da minha mãe.
R/. Eu Vos dou graças por me haverdes feito tão maravilhosamente. (Sl 138)

V/. Desde o seio materno, sois o meu Deus. (Sl 21)
R/. Desde o seio materno, sois o meu protector. Em Vós está a minha esperança. (Sl 70)

V/.
Não morrerei, mas hei-de viver.
R/. Para anunciar as obras do Senhor. (Sl 117)




Comecemos pela parte esquerda,
cujas cores de fundo são mais claras
(em contraste bastante evidente
com a parte direita de cores escuras,
representando as trevas, o mal e a morte).


* * *



Jesus Cristo, vencedor da morte,
surge protegendo e abençoando,
abaixo dele, uma família cristã.
(É de notar os trajes
modernos que vestem).
Família, aliás, numerosa
(pai, mãe e seis filhos).



O pai carrega um dos filhos
(como São José, que carrega o Menino Deus,
tradicional imagem da iconografia cristã)
e traz o alimento da família na mão esquerda.
A mãe embala o filho ainda bebé
e alimenta uma outra criança.
São figuras tradicionais de pai e mãe cristãos,
o essencial para o desenvolvimento dos filhos.


Acima da família cristã,
surge a Sagrada Família de Nazaré.
Maria carrega, no seu colo, o Senhor Deus,
nascido de Seu puríssimo ventre.
São José, por sua vez,
carrega uma criança envolta em panos brancos,
símbolo, na iconografia tradicional,
da alma das crianças inocentes assassinadas.



Abaixo da família cristã,
numa imagem bastante contundente,
temos a «arrependida», isto é, a mãe que,
tendo cometido o monstruoso crime do aborto,
chora, agora, o filho que ela própria matou.
Veste-se de vermelho, o que representa
o sangue inocente por ela derramado.



Na parte esquerda inferior,
há a figura da mãe solteira.
Por um lado, ela pecou
e consentiu em relações pré-nupciais
(talvez seja por isto que parte da sua
vestimenta é vermelha, cor da luxúria);
mas, por outro lado, manteve-se firme
frente à tentação de abortar, e agora, carrega
(não sem o auxílio de Deus) a Cruz de ser mãe
sem a ajuda e o suporte de um esposo.
Cruz esta que, se bem conduzida,
será a sua porta de entrada no Céu,
depois de findar a sua peregrinação terrestre.


* * *

Passemos, agora, à parte das trevas...


Na parte direita do ícone,
vemos sentada, num trono vermelho,
uma rainha, chamada de
«Nova Herodes»
É o próprio aborto
personificado,
que como o Herodes o fez outrora,
promove a matança dos inocentes
no mundo moderno.
Ela espezinha e massacra vários
bebés

e recebe outros (todos em posição fetal)
que as mulheres lhe oferecem.



Estas mulheres estão à sua frente
e personificam (de baixo para cima)
a crueldade, a futilidade,
a indiferença e a luxúria,
sem as quais a monstruosidade
do aborto não ocorreria.



Ao fundo, vemos um «médico».
No original, a palavra é
também grafada entre aspas,
pois, sob a aparência de um médico
(que deveria usar os seus talentos
apenas para salvar vidas),
encontra-se um assassino frio,
que passa uma espada no ventre
dum bebé indefeso.
Se o leitor reparar bem,
o
seu bolso está cheio de dinheiro,
pois enriquece com a matança
que ele mesmo promove.

Ao fundo, a imagem dum dragão, a antiga serpente,
o Diabo ou Satanás, que, sedutor do mundo inteiro,
seduz o «médico», colocando-o ao seu serviço.
Pois, todos os que se colocam ao serviço,
directa ou indirectamente, do aborto,
estão ao serviço directo de Satanás.


* * *

+ Que deles, e de todos nós,
de Portugal e do mundo inteiro,
o Senhor Deus tenha piedade!

+ Que a lei nojenta, cobarde e assassina,
seja revista quanto antes,
cessando a matança de crianças inocentes,
cujas vidas são preciosas, e por quem
tão poucos se preocupam!


+ + + + +



Fonte: Ecclesia - Brasil


NOVÍSSIMOS DO HOMEM