* BEM-VINDO AO BLOGUE "NOVÍSSIMOS DO HOMEM" ! *

Preparemo-nos bem para a hora da Morte e do Juízo,
a fim de escaparmos ao Inferno e ganharmos o Paraíso!


quinta-feira, 22 de julho de 2010

REVELAÇÕES DO INFERNO ETERNO
por Santo Anselmo - Doutor da Igreja


Imagem de grande ampliação


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Revelações do Inferno


por Santo Anselmo
*



1. Eles jazem nas "trevas exteriores"...
Pois, lembrai-vos, o fogo do Inferno não emite nenhuma luz.
Assim como, ao comando de Deus, o fogo da fornalha babilónica perdeu o seu calor, mas não perdeu a sua luz, contrariamente, sob o comando de Deus, o fogo do Inferno, conquanto retenha a intensidade do seu calor, arde eternamente nas trevas.

2. É uma tempestade que nunca mais acaba, de trevas, de negras chamas e de negra fumaça de enxofre a arder, por entre as quais os corpos estão amontoados uns sobre os outros, sem uma nesga de ar.
De todas as pragas com que a terra dos faraós foi flagelada, uma praga só, a das trevas, foi chamada de horrível.
Qual o nome, então, que devemos dar às trevas do Inferno, que hão-de durar, não por três dias apenas, mas por toda a eternidade?

3. O horror desta estreita e negra prisão é aumentado pelo seu tremendo cheiro nauseabundo.
Toda a imundície do mundo, todos os monturos e escórias do mundo, segundo está escrito, correrão para lá, como para um vasto e fumegante esgoto, quando a terrível conflagração do último dia houver purgado o mundo.

Também o enxofre, que arde lá em tão misteriosa quantidade, enche todo o Inferno com seu intolerável fedor.
E os corpos dos próprios danados exalam um cheiro tão pestilento que, como diz S. Boaventura, só um deles bastaria para infectar todo o mundo.

4. Até o ar deste mundo, esse elemento vital e puro, torna-se fétido e irrespirável quando fica fechado longo tempo.
Considerai, então, quanto deve ser irrespirável e fétido o ar do Inferno.
Imaginai num cadáver fétido e pútrido, que tenha jazido a decompor-se e a apodrecer na sepultura, uma matéria gosmosa de corrupção líquida.

Imaginai um tal cadáver preso das chamas, devorado pelo fogo de enxofre a arder e a emitir densos e horrendos fumos de nauseante e repugnante decomposição.
E de seguida, imaginai esse cheiro nauseabundo multiplicado um milhão de vezes, por milhões de fétidas carcaças comprimidas na treva fumarenta, numa enorme fogueira de podridão humana.
Imaginai tudo isso, e tereis uma pálida ideia do horror fétido do Inferno.

5. Mas tal fetidez extrema não é, terrível pensamento este, o maior tormento físico a que os danados estão sujeitos.
O tormento do fogo é o maior suplício a que o Demónio sempre tem sujeitado as suas vítimas.
Colocai o vosso dedo, por um só momento, na chama duma vela, e logo sentireis a dor do fogo.

Mas o fogo terreno foi criado por Deus para benefício do homem, para manter nele a centelha da vida e para ajudá-lo nas suas necessidades, ao passo que o fogo do Inferno é duma outra natureza e foi criado para atormentar e punir o pecador sem arrependimento.

6. O fogo terrestre, outrossim, consome-se mais ou menos rapidamente, conforme o objecto que ele ataca for mais ou menos combustível, ao ponto da inteligência humana ter sempre procurado inventar soluções para garantir ou frustrar a sua duração.
Mas o sulfuroso breu que arde no Inferno é uma substância que foi especialmente criada para arder contínua e perpetuamente com indizível fúria.

Além disso, o fogo terrestre destrói e consome-se ao mesmo tempo que arde, de maneira que quanto mais intenso ele for, mais curta será a sua duração; enquanto que o fogo do Inferno tem a propriedade de preservar aquilo que ele queima, e embora ataque com incrível violênca, ele permanece para sempre.

7. E ainda, o nosso fogo terreno, não importando que intensidade ou tamanho possa ter, é sempre duma extensão limitada; mas o mar de fogo do Inferno é ilimitado, sem praias nem fundo.
Está documentado que o próprio Demónio, ao ser-lhe feita a pergunta por um soldado, foi obrigado a confessar que, se uma montanha inteira fosse jogada dentro do oceano ardente do Inferno, seria queimada num instante como um pedaço de cera.

E esse terrível fogo não aflige os condenados somente por fora, pois cada alma perdida transforma-se num Inferno dentro de si mesma, com o fogo sem limites enraivecendo-se na sua essência.
Oh, quão terrível é a sorte desses desgraçados seres!
O sangue ferve e referve nas veias; o cérebro fica fervendo no crânio; o coração, no peito flamejando e ardendo; os intestinos, uma massa vermelha e quente de polpa a arder; os olhos, tão sensíveis, flamejando como bolas fundidas.

8. Ainda assim, quanto vos falei da força, da qualidade e da imensidão desse fogo, é como se fosse nada, quando comparado com a sua intensidade, uma intensidade que é justamente tida como sendo o instrumento escolhido pela Justiça Divina para punição da alma, assim como igualmente do corpo.

Trata-se dum fogo que procede directamente da Ira de Deus, agindo assim não pela sua própria constituição, mas como instrumento do castigo divino.
Assim como a água do Baptismo limpa espiritualmente tanto a alma como o corpo, assim o fogo do Inferno tortura simultaneamente o espírito e a carne.

9. Todos as faculdades da alma são torturadas; e todos os sentidos do corpo outro tanto: os olhos com impenetráveis trevas; o nariz com fétidos nauseantes; os ouvidos com berros, uivos e execrações; o paladar com matéria sórdida, corrupção leprosa, sujeiras sufocantes inomináveis; o tacto com aguilhões e chuços em brasa e cruéis línguas de chamas.

E através dos vários tormentos dos sentidos, a alma imortal é torturada eternamente, na sua própria essência, no meio de léguas e léguas de ardentes fogos acesos nos abismos pela Majestade de Deus infinitamente ofendida, e soprados numa perene e sempre violenta fúria pela Ira da Omnipotência Divina.

10. Considerai, finalmente, que o tormento dessa prisão infernal é acrescido pela companhia nefasta dos próprios condenados.
A má companhia, sobre a Terra, é tão prejudicial às pessoas, que até os próprios animais, por instinto, fogem da companhia do que lhes seja mortal ou nocivo.

No Inferno, porém, todas as leis estão trocadas, pois lá não há nenhum pensamento de família, de pátria, de laços, de amizade.
Os condenados odeiam e gritam uns aos outros a sua raiva e tortura, que são intensificadas pela sua presença, enfurecendo-se mutuamente.

11. Todo o senso de humanidade é esquecido ou negado.
Os gritos dos réprobos em desespero enchem os mais recuados cantos do vastíssimo abismo.
As mentes e as bocas dos condenados estão cheias de blasfémias contra Deus, de ódio pelos seus companheiros de suplício, e de maldições contra as almas que foram suas cúmplices nos pecados.

Nos tempos antigos, era costume punir o parricida, o homem que erguera a sua mão assassina contra o pai, arremessando-o nas profundezas do mar dentro dum saco, no qual também eram colocados um galo, um burro e uma serpente.

12. A intenção dos inventores dessa lei, que parece muito cruel nos nossos tempos, era punir tal género de homicídio também pela presença e acção de animais violentos e venenosos.

Mas o que é a violência ou fúria desses animais estúpidos, comparada com a fúria da execração que rompe dos lábios tostados e das gargantas inflamadas dos danados no Inferno, quando eles contemplam nos seus companheiros de desgraça aqueles mesmos que os levaram ou incitaram ao pecado, aqueles cujas palavras criaram as primeiras sementes do mal nos seus espíritos, aqueles cujas atitudes insensatas conduziram-nos ao delito, aqueles cujos olhos os tentaram e desviaram do caminho da virtude?

Só podem voltar-se contra esses seus cúmplices do pecado, insultando-os e amaldiçoando-os.
Não terão, contudo, nenhum socorro nem ajuda, visto que já é demasiado tarde para o arrependimento (que eles mesmos abominam).


13.
Finalmente, considerai o terrível tormento daquelas almas condenadas, as que tentaram e as que foram tentadas, agora todas juntas e, ainda por cima, na companhia dos demónios.
Esses demónios afligirão os réprobos de duas maneiras: com as suas horríveis presenças e com as suas odiosas acusações.

Não podemos ter uma ideia de quão horríveis são esses demónios.
Uma vez, Santa Catarina de Sena viu um demónio, tendo escrito que preferia caminhar por cima de carvões em brasa, até ao fim da sua vida, a ter que olhar de novo, por um só instante, para tão horroroso monstro.

14. Tais demónios, que originariamente foram belíssimos anjos, tornaram-se tão feios e repugnantes quanto antes tinham de formosos e atraentes.
Eles escarnecem e riem com desprezo das almas perdidas que arrastaram para a ruína.
E é pelos diabos que são feitas, no Inferno, as vozes de acusação dos condenados:

Por que pecaste? Por que deste ouvidos às tentações dos amigos?
Por que abandonaste as tuas práticas piedosas e as tuas boas acções? Por que não evitaste as ocasiões de pecado? Por que não deixaste aquele mau companheiro?
Por que não desististe daquele mau hábito, daquele hábito impuro?

Por que não ouviste os conselhos do teu confessor?
Por que, mesmo depois de haveres tombado a primeira, ou a segunda, ou a terceira, ou a quarta, ou a centésima vez, não te arrependeste dos teus maus passos e não voltaste para Deus, que esperava apenas pelo teu arrependimento para te absolver dos teus pecados?

Agora, o tempo para o arrependimento já passou.
O tempo no mundo ainda existe, mas tempo na eternidade não existe mais.

15. Tempo houve para pecar às escondidas, para satisfazer a preguiça e o orgulho, para cobiçar o ilícito, para ceder às tentações e aos maus instintos, para viver como as bestas do campo, ou antes, pior do que as bestas, porque elas apenas são irracionais, não possuindo uma razão que as guie.
Tempo houve no mundo, mas tempo no Inferno não existe mais.

Deus falou-te por intermédio de tantas vozes, mas não quiseste ouvi-las.
Não quiseste esmagar esse orgulho e esse ódio do teu coração, não quiseste devolver aqueles bens mal adquiridas, não quiseste obedecer aos preceitos da tua Santa Igreja, nem cumprir os teus deveres religiosos, não quiseste abandonar aqueles péssimos companheiros, não quiseste evitar aquelas perigosas tentações.

Tal é a linguagem desses atormentadores diabólicos, com palavras de sarcasmo e de reprovação, de ódio e aversão.
De aversão, também sim, pois os próprios demónios, quando pecaram como anjos, fizeram-no por meio dum pecado incompatível com a natureza de tão angélicas criaturas: o da rebelião do seu intelecto (pela infidelidade contra Deus).

Por tudo isso, estes mesmos demónios infernais só podem desprezar e odiar os réprobos, revoltados com o nojo e a aversão de terem de contemplar semelhantes pecados também nos homens ímpios, que desse modo ultrajaram a Deus e profanaram o templo do Espírito Santo, aviltando-se e degradando-se a si mesmos.





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* Santo Anselmo (1033-1109)
Bispo de Cantuária e Doutor da Igreja


Fonte: Igreja Online


# ATENÇÃO:
Leia ainda, no verso, o texto relacionado:
O INFERNO, MESMO EM CASO DE DÚVIDA,
DEVE SER LEVADO MUITO A SÉRIO



Adaptação:
NOVÍSSIMOS DO
HOMEM

domingo, 11 de julho de 2010

Ícone contra o Holocausto
mais abominável da História


Ícone de grande ampliação

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Ícone contra o Holocausto

mais abominável da História



V/. Vós formastes as entranhas do meu corpo e me criastes no seio da minha mãe.
R/. Eu Vos dou graças por me haverdes feito tão maravilhosamente. (Sl 138)

V/. Desde o seio materno, sois o meu Deus. (Sl 21)
R/. Desde o seio materno, sois o meu protector. Em Vós está a minha esperança. (Sl 70)

V/.
Não morrerei, mas hei-de viver.
R/. Para anunciar as obras do Senhor. (Sl 117)




Comecemos pela parte esquerda,
cujas cores de fundo são mais claras
(em contraste bastante evidente
com a parte direita de cores escuras,
representando as trevas, o mal e a morte).


* * *



Jesus Cristo, vencedor da morte,
surge protegendo e abençoando,
abaixo dele, uma família cristã.
(É de notar os trajes
modernos que vestem).
Família, aliás, numerosa
(pai, mãe e seis filhos).



O pai carrega um dos filhos
(como São José, que carrega o Menino Deus,
tradicional imagem da iconografia cristã)
e traz o alimento da família na mão esquerda.
A mãe embala o filho ainda bebé
e alimenta uma outra criança.
São figuras tradicionais de pai e mãe cristãos,
o essencial para o desenvolvimento dos filhos.


Acima da família cristã,
surge a Sagrada Família de Nazaré.
Maria carrega, no seu colo, o Senhor Deus,
nascido de Seu puríssimo ventre.
São José, por sua vez,
carrega uma criança envolta em panos brancos,
símbolo, na iconografia tradicional,
da alma das crianças inocentes assassinadas.



Abaixo da família cristã,
numa imagem bastante contundente,
temos a «arrependida», isto é, a mãe que,
tendo cometido o monstruoso crime do aborto,
chora, agora, o filho que ela própria matou.
Veste-se de vermelho, o que representa
o sangue inocente por ela derramado.



Na parte esquerda inferior,
há a figura da mãe solteira.
Por um lado, ela pecou
e consentiu em relações pré-nupciais
(talvez seja por isto que parte da sua
vestimenta é vermelha, cor da luxúria);
mas, por outro lado, manteve-se firme
frente à tentação de abortar, e agora, carrega
(não sem o auxílio de Deus) a Cruz de ser mãe
sem a ajuda e o suporte de um esposo.
Cruz esta que, se bem conduzida,
será a sua porta de entrada no Céu,
depois de findar a sua peregrinação terrestre.


* * *

Passemos, agora, à parte das trevas...


Na parte direita do ícone,
vemos sentada, num trono vermelho,
uma rainha, chamada de
«Nova Herodes»
É o próprio aborto
personificado,
que como o Herodes o fez outrora,
promove a matança dos inocentes
no mundo moderno.
Ela espezinha e massacra vários
bebés

e recebe outros (todos em posição fetal)
que as mulheres lhe oferecem.



Estas mulheres estão à sua frente
e personificam (de baixo para cima)
a crueldade, a futilidade,
a indiferença e a luxúria,
sem as quais a monstruosidade
do aborto não ocorreria.



Ao fundo, vemos um «médico».
No original, a palavra é
também grafada entre aspas,
pois, sob a aparência de um médico
(que deveria usar os seus talentos
apenas para salvar vidas),
encontra-se um assassino frio,
que passa uma espada no ventre
dum bebé indefeso.
Se o leitor reparar bem,
o
seu bolso está cheio de dinheiro,
pois enriquece com a matança
que ele mesmo promove.

Ao fundo, a imagem dum dragão, a antiga serpente,
o Diabo ou Satanás, que, sedutor do mundo inteiro,
seduz o «médico», colocando-o ao seu serviço.
Pois, todos os que se colocam ao serviço,
directa ou indirectamente, do aborto,
estão ao serviço directo de Satanás.


* * *

+ Que deles, e de todos nós,
de Portugal e do mundo inteiro,
o Senhor Deus tenha piedade!

+ Que a lei nojenta, cobarde e assassina,
seja revista quanto antes,
cessando a matança de crianças inocentes,
cujas vidas são preciosas, e por quem
tão poucos se preocupam!


+ + + + +



Fonte: Ecclesia - Brasil


NOVÍSSIMOS DO HOMEM

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O DEMÓNIO EXISTE ABSOLUTAMENTE




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O DEMÓNIO EXISTE

E AGE MALIGNAMENTE




O que diz a Igreja sobre a existência de Satanás?
A julgar pela atitude da 'mídia' e de certas correntes filosóficas e teológicas contemporâneas, "também o Diabo está (ou parece) morto".
Contudo, não é esta a posição do Papa Paulo VI, ou João Paulo II, do Catecismo da Igreja Católica.
Se não, vejamos:

O último pedido do Pai-Nosso - "Mas livrai-nos do mal" - faz parte da Oração sacerdotal de Jesus (Jo 17, 15):
«Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno".
O Catecismo da Igreja Católica (n.º 2850) diz que o "nós" do Pai-Nosso lembra a solidariedade, antes mais para o bem do que para o mal, existente entre os filhos do mesmo Pai.

O Papa Paulo VI, na audiência pública de 15 de Novembro de 1972, esclarece sobre "sinais" da presença da acção diabólica.
Embora às vezes pareçam tornar-se evidentes, é necessário ter muito cuidado no discernimento.
Acrescenta Paulo VI:
«Podemos admitir a sua acção sinistra onde a negação de Deus se torna radical, subtil ou absurda; onde o engano se revela hipócrita, contra a evidência da verdade; onde o amor é anulado por um egoísmo frio e cruel; onde o nome de Cristo é tratado com ódio consciente e rebelde; onde o espírito do Evangelho é falsificado e desmentido; onde o desespero se manifesta como a última palavra, etc...»


A afirmação da existência dos espíritos decaídos - Demónio, Satanás - só tem sentido num contexto mais amplo.
A presença de anjos e demónios jamais será aceita à margem da Fé cristã.
A oposição a essa crença tradicional da Igreja surge, como certos tipos da História das Religiões, dentro dum ambiente racionalista e iluminista.
A argumentação daí resultante é alimentada pelas doutrinas propagadas por povos vizinhos dos judeus.
Os relatos do Antigo Testamento, segundo eles, não trazem uma revelação, mas simplesmente reproduzem mitos das culturas pagãs.

Nessa linha de pensamento, o conhecido exegeta protestante, Rudolf Bultmann na sua obra "Kerygma e Mythos", sentencia:
"Já não é possível usar luz eléctrica e rádio (...), e ao mesmo tempo acreditar no mundo do espírito e dos milagres do Novo Testamento".
É interessante observar que são exactamente teólogos e pensadores protestantes de renome, como Karl Barth, que têm outra posição "por causa da tradição bíblica e por causa do seu valor na piedade do povo cristão", pelo que o tema dos Anjos não pode ser preterido pela teologia.
Contudo, isso não impede que alguns teólogos católicos continuem numa profunda reticência (a tal respeito), talvez temerosos de serem taxados de "tradicionalistas", caso tratem, dentro da nossa crença, o tema dos Anjos e Demónios.


Ao falar de Satanás, é importante evitar dois erros:
- O de absolutizar o Maligno, como se fosse uma terrível ameaça, a cada momento, para cada pessoa, mesmo sendo recta, verdadeira, humilde e fiel.
O Demónio pode influenciar através das faculdades mentais e das tendências naturais.
Ele, contudo, não tem poder sobre o íntimo da pessoa, pois a sua liberdade, a sua consciência, pertencem directamente a Deus.
Uma pessoa generosa, que procura guardar rectidão e pureza no seu modo de agir, e mesmo a criança que reza com amor e confiança, é mais forte do que Satanás.
- Por outro lado, há o erro do racionalismo, através do pressuposto, ou princípio, de não existir aquilo que não podemos ver e experimentar com os nossos sentidos.
No mesmo caso, ou princípio, está o Demónio, como tantos outros.

O Novo Testamento fala frequentemente no Diabo, ou Satanás, e em demónios.
E mostra o seu lugar na História da Salvação, tanto no evento central da Vida de Jesus Cristo, como na História da Igreja.
O anjo decaído não pode ver Deus em Jesus; só podendo constatar, com pavor e horror, que este "Profeta", superior a todos os outros, é um perigo definitivo para as suas maquinações infernais.
Jesus é apresentado como Aquele que venceu Satanás.
O Maligno, embora derrotado, consegue ainda atrapalhar e seduzir.


O Novo Testamento não manifesta nenhum interesse especulativo em descrever dramaticamente o universo dos demónios, como o faziam certos livros apócrifos.
Não existe uma demonologia propriamente dita.
O Novo Testamento tem, entretanto, um forte interesse em demonstrar que Satanás e os seus espíritos subalternos se apresentam no mundo como adversários da Salvação de Jesus e dos Seus fiéis.
O seu nome é: "Diabo e Satanás" (Mt 4,1); "inimigo e tentador", "Maligno" (Mt 13,19; Ef 6,16); "príncipe do mundo" (Jo 12,31); "acusador", "pai da mentira" (Ap 12,10); "besta", "serpente" (Ap 12), "chefe dos demónios" (Mc 3,22); e assim por diante.

Jesus Cristo não é um exorcista, mas o revelador do Reino de Deus e do Seu Poder, como sendo Ele a Imagem do Pai e o próprio Deus.
A luta contra Satanás e a vitória definitiva sobre ele, é a parte constitutiva desse anúncio e revelação demoníacos.
Cristo, Ele mesmo, interpreta a sua presença assim:
«O príncipe deste mundo está sendo jogado fora» (Jo 12, 31).
É claro que nesses acontecimentos estranhos também existem, por vezes, elementos de doença física ou psíquica.


O Magistério da Igreja sempre procurou manter um equilíbrio entre a tendência de absolutizar o Maligno, e a de, como actualmente, considerá-lo insignificante.
O Concílio Vaticano II não tratou o assunto de modo explícito; somente citou-o de passagem, dizendo que em Cristo "Deus nos reconciliou Consigo e entre nós, arrancando-nos da servidão do Diabo e do pecado" ('Gaudium et Spes' 22.3; 2.2); e "o Maligno continua a tentar-nos" ('Lumen Gentium' 16; 48,4; 'Ad Gentes' 9).

Importa observar que os demónios não são apenas um poder anónimo, impessoal. Mas são espíritos criados, personalizados.
Por isso, e só por isso, o Concílio pode dizer deles:
"Segundo a sua natureza, foram criados por Deus como bons, mas que por si mesmos se tornaram maus".

Na doutrina sobre o Demónio, a Igreja sublinha, de um lado, a infinita Bondade de Deus Criador; e de outro lado, mostra a grandeza da liberdade da criatura que, sendo feita à imagem de Deus, é exactamente por esse motivo submetida a provas e tentações.
É insistente a palavra de Jesus a todos nós:
«Vigiai, porque não conheceis nem o dia, nem a hora" (Mt 25, 13; 13, 35. 37).

Finalmente, devem erradicar-se os dois comportamentos erróneos e extremos:
Aquele que reduz o Diabo a um mero símbolo ou mito (sendo esta atitude sem dúvida a mais grave), e aquele outro que o vê em toda parte, exagerando supersticiosamente a sua influência maligna.






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Fontes:

- Vocacionados Menores

- Comunidade Católica Beatitudes do Coração de Jesus


Adaptação:
Nova Evangelização Católica