* BEM-VINDO AO BLOGUE "NOVÍSSIMOS DO HOMEM" ! *

Preparemo-nos bem para a hora da Morte e do Juízo,
a fim de escaparmos ao Inferno e ganharmos o Paraíso!


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

NOVÍSSIMOS
Introdução ao JUÍZO e ao PARAÍSO




+ + + + +



O JUÍZO PARTICULAR


Imediatamente depois da morte, tem lugar o Juízo particular, no qual a Justiça Divina decide a sorte eterna dos que faleceram (Verdade de Fé).
Ao separar-se do corpo, a Alma humana é imediatamente julgada por Deus.

Em substância, o Juízo consiste na apreciação dos méritos ou deméritos contraídos durante a vida terrestre, em virtude dos quais o Supremo Juiz pronuncia a sentença que decide o nosso destino eterno.
As almas não comparecem, perante o Divino Juiz, localmente, à maneira dum tribunal terrestre, mas intelectualmente, não para serem objecto de debates contraditórios, mas para receberem a correspondente sanção.

Não haverá juízos de discussão, mas somente de retribuição.
O Deus Vivo dá à alma a consciência clara dos seus méritos ou deméritos. Da mesma forma, a sentença será puramente interior, de forma que fique impressa na inteligência de cada um.
Ir ao Tribunal diante de Deus, significa que a alma reconhece interiormente, diante de Deus, o que ela é, o que vale, o que fez, o que usou bem ou mal, e disto se segue, por conseguinte, a sua sorte eterna.

Opõem-se esta doutrina à teoria ensinada por diversas seitas antigas e modernas, segundo a qual, apoiando-se em Apocalipse (20, 1 ss) e nas profecias do Antigo Testamento, sobre o futuro Reino do Messias, sustinha que Cristo e os justos estabeleceriam sobre a Terra um reinado de mil anos, antes que venha a Ressurreição universal, e só então viria a Bem-aventurança definitiva.

A Doutrina do Juízo particular não foi definida directamente, mas é um pressuposto do Dogma de que as almas dos defuntos vão imediatamente, depois da morte, para o Céu, para o Inferno, ou para o Purgatório.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no n.º 1022:
«Cada homem recebe, na sua alma imortal, a retribuição eterna, logo depois da sua morte, num juízo particular que põe a sua vida na referência de Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do Céu, quer para ser condenada imediatamente (ao Inferno) para sempre».
«No entardecer da nossa vida, seremos julgados sobre o Amor de Deus» (S. João da Cruz, Ditos 64)




A Sagrada Escritura fornece-nos um testemunho indirecto do Juízo particular, pois ensina que as almas dos defuntos recebem a sua recompensa, ou o seu castigo, imediatamente depois da morte
(cf. Eclo 1, 13; 11, 28 s).
O pobre Lázaro é levado ao seio de Abraão, imediatamente depois da sua morte, enquanto o rico Epulão é entregue, também imediatamente, aos tormentos do Inferno
(Lc 16, 22 s).

O Redentor, moribundo, diz ao bom ladrão: «Hoje, estarás comigo no Paraíso» (Lc 23, 43).
Judas foi para "o lugar que lhe correspondia" (Act 1, 25).
Em Ezequiel, diz Deus: «Por isso, Eu vos julgarei, a cada um segundo a sua maneira de agir» (Ez 18, 30).
Para S. Paulo, a morte é a porta da Bem-aventurança, em união com Cristo: «Desejo morrer para estar com Cristo» (Fl, 1, 23).

Impressionante, mas é verdade:
Por detrás de meia dúzia de dezenas de anos (em média), neste mundo, esconde-se uma Eternidade magnífica (para os justos)...
Estamos todos a caminho, e então não existe mais retorno.
Por isso, só a Felicidade em Deus deve ser a nossa vocação.

Renunciar a ela é um gravíssimo crime, punido com a infelicidade eterna, pois significa renunciar a Deus e ao Amor infinito que nos é oferecido por Cristo Redentor.

Deus não morreu numa cruz, no meio de tormentos inenarráveis para a inteligência humana, para que o homem vivesse como um demónio, isto é, separado e inimigo de Deus...
Quem ama é grato. E quem ama a Deus sabe dizer obrigado, com a vida e com a inteligência.

Se Deus nos pede que obedeçamos à Sua Lei, para nos dar a Vida eterna, por que não fazê-lo, em lugar de arriscarmos uma eternidade maldita?
Para quê renegar a Deus? Quem como Deus?
Ai daqueles que resolvem hostilizar Deus!
Sabemos o que aconteceu a Satanás.

Acreditemos ou não, estamos a caminho, e dentro em breve encontrar-nos-emos com Aquele que nos moldou e criou à Sua imagem e semelhança.
Ai daqueles que, nesta vida de provação, nada quiseram com Deus!

O Deus que não quiseram conhecer em vida, dizia Santo Agostinho, não os reconhecerá na morte, e para eles será a sentença: «Não vos conheço!» (Mt 25, 12).



* * *




O CÉU - PARAÍSO


As almas dos justos que, no instante da morte, se encontram livres de todo a culpa e pena de pecado, entram logo no Paraíso (Verdade de Fé).

O Papa Bento XII declarou, na sua Constituição dogmática 'Benedictus Deus' (1336), que as almas completamente purificadas entram no Céu e contemplam imediatamente a Deus, vendo-O "face a face", pois o Deus Vivo manifesta-se-lhes imediata e abertamente, de maneira clara e sem véus.
As almas, em virtude dessa suprema visão - visão beatífica - são verdadeiramente felizes, tendo assim a Vida eterna e o eterno Descanso.
(Dz 530; cf. Dz 40, 86, 693, 696)

O Concílio de Florença ensina que:
«As almas dos que morrem sem necessidade de purificação, ou depois de realizá-la no Purgatório, são imediatamente recebidas no Céu, e vêem claramente a Deus Uno e Trino, tal como Ele é. Umas, no entanto, com mais perfeição do que outras, conforme a diversidade de merecimentos» (Denz 693).

A título de exemplo, se alguém contemplar o mar, da praia, não o vê em toda a sua imensidade e profundidade; mas é evidente que vê o mar, tal e qual ele é em si mesmo.
Apesar de tudo, este exemplo é bastante imperfeito, pois aquele que contempla o mar, desde a praia, não o vê em toda a sua imensidade, mas os Bem-aventurados do Céu vêem toda a Essência Divina, mas sem esgotar a Sua infinita Cognoscibilidade, isto é, os infinitos modos de conhecer e amar a Deus.
É como que, se elevados muito acima do mar, pudéssemos contemplar todo o mar, mas penetrando na profundidade do mar em grau desigual.

Os Eleitos do Céu vêem a Deus na Sua totalidade, mas não totalmente.
Assim mesmo, os eleitos no Céu vêem claramente a Deus, tal como é em Si mesmo: Uno em essência e Trino em pessoas, com todos os Seus atributos essenciais.
Contudo, uns contemplam-No com mais perfeição do que outros, em função dos méritos adquiridos na vida terrena.

O Céu consiste na visão imediata e plena de Deus: «Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal e qual é» (1 Jo 3, 2).
A Escolástica insiste no carácter sobrenatural da Visão beatífica, e exige uma especial iluminação de entendimento, a que chamou de "lumen gloriae" (luz da Glória), que seria um dom sobrenatural e habitual do entendimento, que o capacita para o acto da Visão de Deus.
(Cf. Sum. Th. I, 12, 4 e 5).

Jesus apresenta a Felicidade celeste sob a simples imagem dum banquete de bodas (Mt 25, 10; cf. Mt 22, 1 ss; Lc 14, 15 ss), qualificando esta Bem-aventurança de «Vida» ou «Vida eterna».
(Cf. Mt 18, 8s; 19, 29; 25, 46; Jo 3, 15 ss)

Eis a condição essencial para alcançar a Vida eterna, conhecendo a Deus e a Cristo:
«Esta é a Vida eterna: que te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e ao Teu enviado Jesus Cristo» (Jo, 17, 3).
Aos limpos de coração, Jesus promete-lhes que verão a Deus:
«Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus» (Mt 5, 8).

S. Paulo insiste no carácter misterioso do Céu:
«Nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem veio à mente do homem, o que Deus preparou para os que O amam» (1 Cor 2, 9; cf. 2 Cor 12, 4).

São Pio X, no seu Catecismo, diz:
"O Céu é o gozo eterno de Deus, nossa Felicidade, e por Ele a posse de todos os bens, sem mal algum. E merece o Céu quem é bom, isto é, quem ama e serve fielmente a Deus, morrendo na Sua Graça".

A visão directa de Deus, "face a face, tal como é em Si mesmo" (1 Jo 3, 2), enche a alma de uma felicidade tão imensa e indizível, que nenhuma mente humana a pode conceber, e da qual, neste mundo, jamais teremos a menor ideia.



A Felicidade celestial consiste na possessão e no gozo fruitivo do Bem absoluto e infinito, que é Deus.
O Bem-aventurado torna-se participante da Natureza Divina.
E é tal essa Felicidade, que todos os outros prazeres, que são imensos, são como uma gota de água no oceano; ou como se a um multimilionário lhe dessem apenas alguns cêntimos.

Pois bem, a felicidade humana, no seu gozo e prazer máximos aqui na Terra, não passa de um átomo de felicidade, quando comparado com o universo e todos os átomos.
E pensarmos nessa totalidade de átomos, que é possuirmos um Corpo glorioso, que brilhará mais do que o nosso Sol natural:
«Então, os Justos brilharão como o Sol, no Reino de Seu Pai. Os que têm ouvidos, ouçam» (Mt 13, 43).

Os Corpos dos eleitos brilharão com um resplendor único, uns mais do que outros, segundo o grau de glória que tiverem alcançado nesta vida terrena.
O dom da Claridade manifestou-o também o Senhor, no dia da Sua Transfiguração, em que os três Apóstolos Lhe viram o Rosto mais resplandecente que o Sol.
(Cf. Mt 17, 2)

Relembro que o grau de Glória no Céu redundará segundo o grau de Graça santificante atingido nesta vida; ou seja, quem mais se pareceu com Cristo na Terra, tanto maior participação terá na Sua Glória celeste.


Além disso, os corpos dos eleitos possuirão o dom da Agilidade, em virtude do qual, poderão deslocar-se à velocidade do pensamento, a locais remotíssimos, atravessando distâncias fabulosas, num só instante:
«Mas, os que põem a sua esperança em Iavé, renovam as suas forças, abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminham e não se cansam» (Is 40, 31).

Este dote do Corpo glorioso permitirá aos bem-aventurados deslocarem-se sem estarem presos às leis da gravidade, ou a quaisquer outras leis materiais.
Voarão, diríamos nós, na nossa linguagem humana; mas voarão de forma perfeitíssima, em completa e total liberdade.

A Subtileza será outro dom espantoso, que os Bem-aventurados possuirão, pois o Corpo glorioso dos eleitos estará completamente espiritualizado (semelhante aos Anjos):
«O mesmo se dará com a Ressurreição dos mortos: Semeado corruptível, o corpo ressuscitará incorruptível; semeado desprezível, ressuscitará reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscitará cheio de força; semeado em corpo psíquico, ressuscitará em corpo espiritual» (1 Cor 15, 42-43).

O dom da Subtileza (Subtilidade) significa a "espiritualização" do corpo glorificado.
Existirá um domínio absoluto da alma sobre a matéria; o corpo não oferecerá a menor resistência à alma.

O corpo, que antes era grosseiro e compacto, despirá no Céu a mortalidade e tornar-se-á sutil e espiritual, e assim já não precisará de alimentação, de sono, ou de quaisqer outras funções animais.
A matéria corporal, perderá a sua pesadez e torpeza, ficando espiritualizada, aptíssima para seguir em tudo os voos ou exigências da alma.

Além disso, o Corpo dos bem-aventurados será um corpo impassível.
Este dom da Impassibilidade impedirá que os corpos sintam qualquer dor, sofrimento ou incómodo.
Tanto o fogo, como o frio, em graus absolutos, não terão qualquer efeito sobre o Corpo glorioso dos eleitos, pelo que poderiam literalmente andar na estrela Sol, por exemplo, sem sofrerem qualquer incómodo com isso.
Serão corpos incorruptíveis, e como tal impassíveis a qualquer dor ou sofrimento.

Mas repito, todos estes dotes do Corpo glorioso, assim como todos os deleites dos sentidos que os eleitos experimentarão no seu corpo, em completo deleite de felicidade e prazer, são meras sombras em relação à suprema Felicidade que advirá da nossa união com a Essência Divina que, elevando misteriosamente as nossas faculdades intelectuais, permitir-nos-á contemplar Aquele que é o Amor e a Beleza infinitos, o nosso DEUS CRIADOR e PAI ETERNO.

À Felicidade essencial do Céu, que brota da Visão imediata de Deus, acrescenta-se uma Felicidade acidental, procedente do conhecimento natural e do amor aos bens criados (Sentença comum).

É também motivo de Felicidade acidental, para os Bem-aventurados, conhecerem as Obras maravilhosas de Deus, encontrarem-se na companhia de Cristo (em relação à Sua Natureza Humana), da Virgem Imaculada, dos Anjos e Santos, e voltarem a encontrar-se com os seres queridos e amigos que tiveram durante a vida terrena.
A união da Alma com o Corpo glorioso, no dia da Ressurreição final, significará um aumento acidental de Glória celestial.




ETERNIDADE

A Felicidade do Céu dura por toda a Eternidade (Verdade de Fé).

O Papa Bento XII declarou:
«Uma vez que haja começado neles essa Visão intuitiva, face a face (com Deus), e todo o respectivo Gozo, subsistirão continuamente neles essa mesma Visão e esse mesmo Gozo, sem interrupção nem tédio de qualquer espécie, durando até ao Juízo Final, e desde aí, indefinidamente, por toda a Eternidade» (Dz 530).

Jesus compara a recompensa, pelas boas obras, aos tesouros guardados no Céu, aonde não se podem perder
(Mt 6, 20; Lc 12, 33).
Os Justos irão para a «Vida Eterna» (Mt 25, 46; cf. Mt 19, 29; Rom 2, 7; Jo 3, 15 s).

«Agora, vemos através de espelho, de modo obscuro, mas depois veremos face a face» (1 Cor 13, 12).
«Alegrai-vos e exultai, pois é grande a vossa recompensa no Céu» (Mt 5, 12).
«Dai e dar-se-vos-á, retribuir-se-vos-á uma medida boa, batida, sacudida e transbordante» (Lc 6, 38).

Santo Agostinho acrescenta: «Como podia falar-se de verdadeira felicidade, se faltasse a confiança da duração eterna da mesma?» (De Civ. Dei XII, 13, 1)

A vontade dos Bem-aventurados encontra-se de tal modo confirmada no bem, por uma íntima união de amor com Deus, que lhes é moralmente impossível afastar-se d'Ele por qualquer pecado (Impecabilidade Moral).


RETRIBUIÇÃO

O grau de Felicidade celestial é distinto em cada um dos bem-aventurados, segundo a diversidade dos seus méritos (Verdade de Fé).

As alegrias e delícias do Céu não são igualmente intensas para todos os Bem-aventurados.
Quem aqui na Terra amou mais a Deus e O serviu mais fielmente, receberá no Céu o Amor de Deus em medida mais abundante, proporcionalmente.

Jesus assegura-nos: «O Filho do Homem dará a cada um segundo as suas obras» (Mt 16, 27).
S. Paulo afirma: «Cada um receberá a recompensa conforme o seu trabalho» (1 Cor 3, 8).
«O que semeia com abundância, com abundância colherá» (2 Cor 9, 6; cf. 1 Cor 15, 41 s).
Jesus fala-nos das muitas moradas que existem na Casa do Pai.
(Jo, 14, 2)

A Igreja afirma no "Decretum pro Graecis", do Concílio de Florença (1439), que as almas dos justos «intuem claramente o Deus Trino e Uno, tal e qual é, ainda que uns com mais perfeição do que outros, segundo a diversidade dos seus merecimentos» (Dz 693, Dz 842).





+ + + + +



Fonte: Últimas e Derradeiras Graças


Adaptação:
Novíssimos do Homem

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

NOVÍSSIMOS
Introdução sobre a Morte




+ + + + +


A ORIGEM DA MORTE


A morte, na ordem actual da Salvação, é a consequência punitiva do pecado (original e actual).

No seu decreto sobre o pecado original, ensina-nos o Concílio de Trento que Adão, por ter transgredido o preceito de Deus, atraiu sobre si o castigo da morte com que Deus o tinha advertido, transmitindo esse castigo a todo o género humano. (cf. Dz 788 s; Dz 101, 175)

# Dz 788: « Se alguém não confessar que o primeiro homem Adão, depois de transgredir o preceito de Deus no Paraíso, perdeu imediatamente a santidade e a justiça em que havia sido constituído; e que pela sua prevaricação incorreu na ira e indignação de Deus, e por isso na morte com que Deus antes o havia ameaçado e, com a morte, na escravidão e debaixo do poder daquele que tem o império da morte (Heb 2, 14); isto é, o Demónio, e que Adão por aquela ofensa foi, segundo o corpo e a alma, mudado para pior – seja excomungado».

# Dz 789: « Se alguém afirmar que a prevaricação de Adão prejudicou a ele só, e não à sua descendência; e que a santidade e justiça recebidas de Deus, e por ele perdidas, as perdeu só para si, e não também para nós; ou [disser] que, manchado ele pelo pecado de desobediência, transmitiu a todo o género humano somente a morte e as penas do corpo, e não também o mesmo pecado, que é a morte da alma – seja excomungado; porque contradiz o Apóstolo que diz: "Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, e assim a morte passou para todos os homens, pelo qual todos pecaram" (Rom 5, 12)».

Ainda que o homem seja mortal pela sua natureza, já que o seu ser está composto por partes distintas, sabemos pelo testemunho da revelação, que Deus dotou o homem, no Paraíso terrestre, do dom preternatural da imortalidade corporal.
Mas, no castigo de ter quebrado a ordem que tinha imposto para o provar, o Senhor infligiu-lhe a morte, com que já antes o tinha intimidado:
«Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que o comeres, certamente morrerás» (Gen 2, 16-17).

S. Paulo ensina que a morte é castigo do pecado de Adão:
« Por isso, tal como por um só entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram» (Rom 5, 12).
« Portanto, como pela falta de um só, veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida» (Rom 5, 18).
« É que o salário do pecado é a morte» (Rom 6,23).


+ + +




O QUE É A MORTE?

A morte é a separação da alma do corpo.
O corpo é entregue à terra, e aí se desfaz, regressando ao pó donde saiu. (Gn 3, 19)

Mas a nossa alma, não se desfaz, pois é imortal.
Imediatamente depois da morte, a nossa alma comparecerá perante o Deus Vivo, Criador supremo de tudo quanto existe, e aí será julgada.
« Está determinado que os homens morram uma só vez, e depois disto será o Juízo» (Heb 9, 27).

Pertence ao Depósito da Fé que: a alma é a forma substancial do corpo
(Denz 481).
Pois bem, na morte rompe-se essa união substancial, existente entre a alma e o corpo.
O corpo, sem o seu princípio vital, do qual depende intrinsecamente, fica sem vida e converte-se automaticamente em cadáver...

Diz a Sagrada Escritura: «Lembra-te do teu Criador nos dias da mocidade, antes que venham os dias da desgraça... Antes que o fio de prata se rompa e o copo de ouro se parta, antes que o jarro se quebre na fonte e a roldana rebente no poço, antes que o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito [alma] volte a Deus que o concebeu» (Eclesiastes 12, 1, 6-7).


+ + +




SIGNIFICADO DA MORTE


Com a chegada da morte, cessa o tempo de merecer e desmerecer a possibilidade de converter-se -- sentença certa.
Esta Doutrina da Igreja elimina a doutrina dos hereges "origenistas", que defendiam que os homens e os anjos condenados acabariam por se converterem e que finalmente possuiriam a Deus.

Diz o Magistério da Igreja, em Denz 211:
« Se alguém disser ou sentir que o suplício dos demónios e dos homens é temporal e que algum dia terá fim, verificando-se a restituição e reintegração dos demónios e dos homens ímpios, seja anátema» (Vigílio, Papa, contra Orígenes).

Também elimina a doutrina da "transmigração das almas", ou "reencarnação", muito difundida, segundo a qual a alma, depois de abandonar o corpo actual, entra noutro corpo distinto, até encontrar-se totalmente purificada para conseguir a Bem-aventurança.

O Sínodo de Constantinopla, no ano 543 dC, reprovou esta doutrina
(Dz 211).
É Doutrina fundamental da Sagrada Escritura que a retribuição que se recebe na vida futura dependerá dos merecimentos, ou desmerecimentos, adquiridos durante a vida terrena.
Segundo S. Mateus (25, 34ss) o soberano Juiz faz depender a sua sentença do cumprimento, ou omissão, das boas obras na terra.

O rico Epulão e o pobre Lázaro acham-se separados, no
Além, por um abismo insuperável
(Lc 16, 26).
O tempo que se vive sobre a Terra é "o dia", o tempo de trabalhar; depois da morte, vem a "noite", quando já ninguém pode trabalhar.
(Jo 9, 4)

S. Paulo ensina: «Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o Tribunal de Cristo, a fim de que cada um receber a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal» (2 Cor 5, 10).
Por isso, exorta-nos o Apóstolo a fazer o bem «enquanto temos tempo» (Gal 6, 10; cf. Ap 2, 10).

Assim, com a morte, termina para a alma o tempo de prova, ou o "estado de viajante", e penetra para sempre no "estado final ou eterno", onde já não pode merecer, nem pecar.
Com a morte, chega-se ao estado de término, que permanecerá imutável por toda a eternidade.
Para além da morte, não existe possibilidade de mudar o destino que o homem mereceu, ao morrer.


+ + +




A MORTE E MARIA SANTÍSSIMA


Diz-se que um dia uma alma eleita perguntou ao Bom Deus:
" Porquê certas almas, que vivem no Vosso Amor, temem a morte? Não é ela a porta do Paraíso?"

Eis o que Jesus lhe respondeu:

" Minha Filha, a morte é temível, porque é o castigo do pecador.
Mas há uma luz que ilumina: a Minha Mãe!
Na agonia da morte, quando o inimigo se levanta para roubar-me almas, eis que minha Mãe brilha, qual luzeiro luminoso e mostra-lhes que é Mãe também dos pecadores, e que há-de advogar por eles ante o Tribunal Divino!

" Se os Meus filhos, quando recitam: 'Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte', rezassem bem na vida, não teriam medo de morrer.

" Quem é verdadeiro devoto da Minha Mãe, morre com um sorriso nos lábios, porque Ela assiste a todos os Meus filhos na hora da morte.
Nessa hora suprema, Ela vem assistir aos pobres pecadores para ver se ainda consegue abrandar os seus corações endurecidos.
Como Me alegram os corações que n'Ela confiam, porque ainda tenho esperança de salvá-los!

" Quem conhecer esta Mãe amável e a invocar na vida com confiança, no meio da agonia, encontrará este farol luminoso, que lhe mostrará as portas do Paraíso" .

Maria, é a mais bela Flor do Altíssimo!
Ela é a mais bela Flor do Céu e da Terra,
«humilde e elevada acima de qualquer criatura».
Nenhum outro ser a poderá jamais igualar.
Ela é a loucura de Deus, o delírio de Deus.

Objecto da Complacência Divina, Ela nunca conheceu, nem mesmo por um instante, a escravidão de Satanás.
Satanás odeia Maria, a Filha de Deus, a Mãe de Deus, o objecto das Delícias Divinas, a Obra Prima da Omnipotência, da Omnisciência e da Omnipresença Divina.

Diante d'Ela, inclinam-se as Milícias angélicas e todos os Santos do Paraíso.
Maria põe em fuga todas as potências tenebrosas, e com o Seu pé esmaga, todas as vezes que quer, a cabeça da serpente venenosa, Satanás.
«Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre a tua linhagem e a linhagem d'Ela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar» (Gn 3, 15).

Feliz de ti, se invocas a Virgem Imaculada, a Porta do Céu, no momento da tua morte, e lhe suplicas que interceda por ti junto do Altíssimo!
Sim, feliz de ti, pois já estás a caminho do Paraíso!
Se conhecêssemos o poder da Oração de Maria, junto do Trono do Altíssimo!

Por isso, recomendo-te: Pensa em Maria, fala com Maria, ora a Maria, suspira por Maria e entrega-te a Maria, durante toda a tua vida, mas de forma especial na hora da morte!
E quando chegar a tua hora final sobre a Terra, invoca Aquela que é o Refúgio dos Pecadores, e serás salvo!
Lembra-te de Maria e Ela lembrar-se-á de ti junto do Altíssimo.

Diz Santo Afonso Maria de Ligório:
« É impossível que alguém devoto de Maria se condene, se procura obsequiá-la e encomendar-se ao Seu patrocínio...
Aqueles devotos com desejo de emenda, juntem a fidelidade em obsequiar e encomendar-se à Mãe de Deus.
Destes afirmo que, moralmente falando, não é possível que se condenem».

E acrescenta:
«Oh, Virgem Benditíssima! É tão impossível que se salve o que de Ti se aparta, como perder-se o que se vale de Ti»

(Glórias de Maria, Cap VIII)


+ + +




A MORTE, O MORIBUNDO E A FAMÍLIA


É dever dos familiares fazer tudo quanto é possível e estiver ao seu alcance para salvar a alma do moribundo, sob pena de pecado grave ou mesmo mortal.

É conveniente chamar o Sacerdote para que o enfermo, ou moribundo, receba a absolvição dos seus pecados, apenas iniciada a gravidade da situação, ainda que não exista, porém, perigo de morte próxima.

Infelizmente, existe um miserável e estúpido costume anti-cristão [que a tantas almas terá custado a sua condenação eterna!] de só chamar o Sacerdote no último instante, alegando os familiares que não se pode melindrar o enfermo falando-lhe de Confissão ou Extrema Unção, ou chamando para isso o sacerdote, pois poderia induzir o doente que está próxima a sua morte.

Este é um dos maiores crimes que se podem cometer, daqueles que clamam vingança ao Céu, e que não ficarão sem castigo já neste mundo, e sobretudo na Eternidade.
Existem famílias tão néscias e insensatas que preferem que o enfermo vá tranquilamente para o Inferno, sem assustar-se, do que ir para o Céu, mesmo que para isso se lhe deva dizer caridosamente a verdade.

Isto é o cúmulo da cegueira e insensatez!
Ai dos que tenham sobre a sua consciência semelhante crime!
Terão que prestar terríveis contas a Deus...

" Morrerão sem darem conta disso? Mas o que são os moribundos inconscientes?
Chamo eu assim àqueles desgraçados que, gravemente enfermos, mas enganados pelos seus parentes, por ocultarem-lhes a gravidade da sua enfermidade e a aproximação do seu fim, não sabem que vão morrer, até que morrem, não caindo na conta de que vão ao encontro do Juízo de Deus, enquanto já estão nele.

" Os seus parentes e amigos, seu pai, sua mãe, seus irmãos, serão ímpios e cruéis porque, só para não alarmá-lo, apesar de verem-no a caminhar para a morte, não o avisam, não lhe trazem um sacerdote, não lhe procuram os últimos Sacramentos, nem sequer o aconselham a preparar-se espiritualmente.

" Oh, que terrível desgraça e castigo o Justo Juiz destinará aos próprios amigos e parentes que, por impiedade ou negligência, foram cúmplices da condenação dos seus moribundos!
O que dirão os que se condenaram, só porque os seus parentes não os prepararam, nem os avisaram a tempo, para receberem os Sacramentos?"

(Pe. Vilarinho, Caminhos da Vida - 'Como se Morre')


Advertimos que a recepção dos últimos Sacramentos, em perigo de vida, é um verdadeiro Mandamento da Santa Igreja, que obriga tão gravemente, como ouvir Missa aos Domingos e Dias Santos de guarda.
De maneira que, o enfermo grave que recusa recebê-los ou os familiares que, para não alarmá-lo ou por qualquer outro pretexto absurdo, não o avisam a tempo - sobretudo se o enfermo não se dá conta por si mesmo de que está gravemente doente - cometem, sem dúvida alguma, um verdadeiro pecado mortal.

(Royo Marin, Teologia da Salvação - 'A Morte', 179)





+ + + +
+



Fonte: Últimas e Derradeiras Graças


Adaptação:
NOVÍSSIMOS DO HOMEM


domingo, 7 de fevereiro de 2010

Incrementação dos
NOVÍSSIMOS DO HOMEM




+ + + + +


NOVÍSSIMOS - O SEU SIGNIFICADO


Quem reflecte sobre o sentido da vida, questiona-se:
Porquê sofrer? Porquê a morte? O que há além da morte?

E as perguntas, sobre o destino após a morte, ficam sem resposta definitiva, porque ninguém jamais voltou para narrar as realidades do Além.

(Já tratámos destes temas no blogue, mas sempre podemos aprender mais, aprofundar melhor)...

“Quase todas as religiões crêem que o espírito humano subsiste após a morte, mas a única confirmação dessa nova forma de existência foi-nos dada por Jesus Cristo.
Inúmeras vezes, Ele prometeu a Vida eterna, e pela Sua Ressurreição deu-nos a esperança dessa vida.
Apesar disso, a morte continua indesejável, contrária à nossa vontade de viver.

“A civilização ocidental reflecte pouco sobre o futuro humano e, por não ter esperança, tenta esconder a dramaticidade da morte.
Mas a presença da morte lembra-nos que a vida é passageira e que o valor humano mais fundamental é o Ser.
A morte deveria despertar os vivos a reverem a sua escala de valores e seu modo de viver.
Parece bem verdade que o sentido da vida depende do sentido da morte.
Então, pergunta-se: O que são os Novíssimos?

“Os Novíssimos são: as coisas mais novas, as últimas coisas, que devem acontecer para cada homem, a partir do final da sua vida terrena.
São os factos relacionados com a passagem desta vida para a Eternidade: Morte, Julgamento particular, Céu, ou Inferno, e ainda: Purgatório, Ressurreição dos Corpos e Juízo final”.

(Roque Brugnara)



+ + + +


MORTE E VIDA ETERNA


Vimos o significado de “Novíssimos”: As últimas coisas que devem acontecer a cada um de nós no final da nossa vida.

Jesus falou-nos da Vida eterna e prometeu-a aos que cressem:
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu Seu Filho Unigénito, para que todo o que n'Ele crer não pereça, mas tenha a Vida eterna” (Jo 3, 16).

Mas Ele não definiu a Eternidade, deixando que nós a compreendêssemos por nossa reflexão (e sobretudo pela nossa Fé).

O tempo é uma grandeza física, ligada à matéria e dela dependente.
O tempo só existe para nós enquanto estivermos ligados à matéria.
Pela morte, o nosso espírito separa-se da matéria e do tempo, entrando na Eternidade.

A Eternidade não é soma de imensos anos, nem um tempo infinitamente longo.
A Eternidade é a ausência do tempo e da matéria, uma realidade completamente nova para quem vive no tempo e no espaço.

Na Eternidade, sem a limitação de espaço e tempo, a pessoa atingirá seu estado definitivo.
Terá tudo em plenitude: felicidade, alegria e paz, se alcançar a Vida junto ao Pai, prometida por Jesus:
"Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fora assim, eu vo-lo teria dito; e vou preparar-vos um lugar" (Jo 14, 2).

Tais verdades, reveladas por Jesus, são luzes a iluminar o nosso caminho:
Conhecendo o que acontecerá, cada um tem oportunidade de preparar-se, vivendo de tal forma que possa enfrentar, com confiança e esperança, o que então virá.

A morte é um mistério, ao qual o coração humano não consegue acostumar-se.
É o fim inevitável da existência neste mundo, fatalidade absurda para quem não crê e, para os que crêem, dolorosa, mas feliz passagem para a nova Vida, para o novo nascimento.
A morte tem estes dois aspectos: fim e começo.

O próprio Jesus, como Homem, conheceu a angústia diante da morte (cf. Mc 14, 33-36).
Ele não eliminou a morte física, mas deu-lhe sentido de oferenda ao Pai, pela entrega total em Suas mãos, condição essa para a passagem do terreno ao eterno.

A morte é um verdadeiro renascimento, pelo qual o ser humano passa duma forma de existência para outra (completamente diferente).
A Bíblia apresenta a morte como consequência do pecado humano (cf. Rom 5, 12).
"Jesus venceu o pecado e a morte, aceitando-a e fazendo dela a maior expressão de amor: 'Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos' "
(Jo 15, 13).

Os Cristãos têm grandes motivos para confiar nas Promessas de Deus:

"Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que n'Ele morreram.

"Eis o que vos declaramos, conforme a Palavra do Senhor:

Por ocasião da vinda do Senhor, nós, que ficámos ainda vivos, não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do Céu, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois, nós, os vivos que estão ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, ao encontro do Senhor nas alturas, e assim estaremos para sempre com o Senhor"
(1 Ts 4, 13-17).

(Roque Brugnara)





+ + + +


MORTE E JUÍZO PARTICULAR


A morte é a separação da alma e do corpo.
A união destes dois elementos constitui a vida, e sua separação acarreta a morte.

A Fé ensina-nos:
- Que morreremos (Heb 9, 27);
- Que a morte é o castigo do pecado (Rom 5, 14);
- Que é incerta a hora da morte;
- Que a morte determina a sorte de cada um...
“Porque o salário do pecado é a morte...” (Rom 6, 23).

“Vigiai, portanto, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”
(Mt 24, 42).


Juízo Particular:

Após a morte, a alma comparece perante Deus, para ser julgada das suas acções: É o Juízo particular.

“E certo que os homens devem morrer uma só vez, e logo depois vem o julgamento” (Heb 9, 27).
“Porque o Pai a ninguém julga, mas confiou ao Seu Filho todo o julgamento...” (Jo 5, 22).

Jesus disse ao ladrão arrependido, na cruz:
“Em verdade, Eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).
Em diferentes passagens bíblicas encontramos implícita a verdade do Juízo particular.



+ + + +


JULGAMENTO PARTICULAR


Na vida de todas as pessoas existe o mal em forma de pecado, de doença, de dor, de trauma, de recalque, de frustração e de falta de relacionamento com Deus.

Mas sobre elas também actua a força salvadora de Jesus Cristo.

Depende da própria pessoa aceitar ou recusar a Boa-Nova.
No momento da passagem define-se o destino:
O julgamento ou juízo decide sobre o modo de existir da pessoa após a morte.
"É um facto que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem o julgamento" (Hb 9, 27).

Esse julgamento não é um simples balanço de pecados e boas obras.
O espírito humano, conhecendo a Deus face a face e tendo a visão clara de Sua exigência, autodefine-se para o estado de vida que lhe cabe por justiça.

O julgamento particular é a prestação de contas, diante de Deus, daquilo que a pessoa é no mais profundo do seu ser (cf. 1 Cor 4, 5; 1 Cor 5, 10).
Pelo dom da liberdade responsável, cada atitude tomada em sua vida aproximou-a ou afastou-a de Deus.
Na presença de Deus, a pessoa tem visão completamente clara de sua vida.

"Vi, então, um grande trono branco e Aquele que nele se assentava. Os céus e a terra fugiram de Sua face, já não se achando lugar para eles.
Vi os mortos, grandes e pequenos, de pé, diante do trono.
Abriram-se livros, e ainda um outro livro, que é o Livro da Vida. E os mortos foram julgados conforme o que estava escrito nesse Livro, segundo as suas obras"
(Ap 20, 11-12).


+ + + +


O PURGATÓRIO


O Purgatório é um estado de espírito em que as almas dos justos expiam os seus pecados, antes de entrarem no Céu.
A existência do Purgatório é uma verdade (de Fé) defendida pela Igreja; está de acordo com a razão e quase todas as religiões a admitem.

Em conformidade com as Escrituras (Num 20, 12; 2 Reis 21, 13-14), Deus nem sempre perdoa neste mundo a pena temporal devida aos pecados.
As mesmas Escrituras dizem que nada de manchado pode entrar no Céu (Sb 7, 25; Is 25, 8; Hb 1, 13; Ap 21, 27), e que os homens morrem muitas vezes com pecados veniais.

“Então, era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele (Judas) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem purificados dos seus pecados” (2 Mac 12, 45).

S. Paulo diz que os pecados leves serão queimados pelo fogo: “A obra de cada um será posta em evidência... pois esta se manifesta pelo fogo e este provará o que vale a obra de cada um” (1 Cor 3, 13).

Os Santos Padres, do Oriente e do Ocidente, mencionam o costume de orar pelos mortos.
Todos os Católicos honestos reconhecem esta doutrina tradicional da Igreja.



+ + + +


O INFERNO


O Inferno, tal como o Paraíso e o Purgatório, não é propriamente um lugar, mas sim um "estado espiritual".
No Inferno sofrem eternamente os que morrem em pecado mortal.
As penas do Inferno são eternas, segundo a revelação do próprio Jesus
(Mc 9, 43-48; Mt 5, 22 e 25, 41).
Nos Evangelhos, Jesus Cristo repete 15 vezes que há Inferno.

“Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade”
(Mt 7, 23).
“ 'Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno!'... E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a Vida eterna ” (Mt 25, 41-46).

Muitas das Parábolas concluem com a condenação dos maus ao Inferno
(Mt 13, 24-30; 47-50; Lc 14, 16-24; 16, 18-31).

Os Apóstolos repetiram a doutrina do Senhor:
“Os injustos não herdarão o Reino de Deus” (1 Cor 6, 9-10; Gal 5, 19-21; Ef 5, 5).

A doutrina do Inferno coaduna-se com a Misericórdia, a Justiça, o Poder e o Amor do Nosso Deus.



+ + + +


O CÉU - PARAÍSO


O Céu é um estado de plena Felicidade que passam a gozar os que morrem na Graça de Deus, sem já nada terem a expiar pelos seus pecados.

Outros nomes do Céu dados pela Bíblia:
"Reino dos Céus" (Mt 5,3); Reino de Deus (Mc 9,47); "Reino do Pai" (Mt 13,43); "Reino de Cristo" (Lc 22,30); "Cidade de Deus" (Heb 12,22); "Paraíso" (2Cor 12,4); "Vida Eterna" (Mt 19,16); "Coroa da Vida" (Tg 1,12); "Coroa da Justiça" (2Tm 4,8); "Coroa da Glória" (1Pd 5,4); "Herança Eterna" (Hb 9,15);
"Jerusalém Celeste"...

A Felicidade sobrenatural do Céu consiste na Visão intuitiva da "Divina Essência" (que é próprio Deus).
“Agora vemos em espelhos e de maneira confusa, mas depois veremos (Deus) face a face” (1 Cor 13, 12).
“Seremos, depois semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é” (1 Jo 3, 2).
“Os justos irão para a Vida eterna” (Mt 25, 46).

A intimidade da alma com o seu Deus é indescritível.
“Mas, como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso mesmo preparou Deus para aqueles que O amam” (1 Cor 2, 9).





+ + + + +



Fonte: A Alma Viajora do Teu Barco

Adaptação:
NOVÍSSIMOS DO HOMEM