«Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo do Inferno, preparado para o Diabo e seus anjos...
E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a Vida eterna» (Mt 25, 41.46)
Aquele que afirmou:
«Por que não entendeis a Minha linguagem? Por que não podeis ouvir a Minha palavra? Vós tendes por pai o Diabo, e quereis realizar os desejos o vosso pai. Ele foi assassino desde o principio, e não esteve pela verdade, porque nele não à verdade...
Por isso, não acreditais em Mim, porque vos digo a verdade... Se digo a verdade, porque não acreditais? Quem é de Deus, escuta as palavras de Deus; vós não as escutais porque não sois de Deus» (Jo, 8, 42-47).
Jesus não mente. Ele é a Verdade.
Se Ele afirmou claramente que o Inferno é uma realidade, por que duvidar? Todo aquele que nega a realidade do Inferno, nega que Jesus seja a Verdade, e todo aquele que não crê em Jesus, está escrito:
«Quem crê no Filho têm a Vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a Vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus» (Jo 3, 36).
E ainda: «Quem n'Ele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus» (Jo 3, 18).
Quem é que não acredita no Inferno?
Quem apenas lhe convém que ele não exista.
«De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz, para que as suas acções não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus» (Jo 3, 20-21).
Jesus referencia aproximadamente 20 vezes o Inferno no Evangelho de S. Mateus, e cerca de 10 vezes fala em 'fogo' (do Inferno)!
E no Novo Testamento afirma-se cerca de 23 vezes que existe fogo.
Porquê esta sua preocupação extrema em alertar-nos frequentemente para a terrível realidade do Inferno, se ele não existisse?
Deus, o Sumo Bem, afirma:
«Por que quereis morrer, casa de Israel? Pois eu não me comprazo com a morte de quem quer que seja - oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivei» (Ez 18, 32)
«Porventura, hei-de-me comprazer com a morte do pecador - oráculo do Senhor - e não com o facto de ele se converter e viver?» (Ez 18, 23).
Deus quis o Inferno?
O Inferno existe, porque existe o pecado!
O pecado é obra do homem e do Demónio; o Inferno é o fruto do pecado.
Deus não quer o Inferno, como nós não queremos as prisões, mas assim como estas devem existir, pelo facto dos homens serem livres e de poderem abusar dessa liberdade; da mesma forma Deus teve de criar o Inferno, para garantir a ordem e a justiça.
Caso contrário, Deus não seria Justíssimo, e se Deus não fosse Justo, seria injusto, e como tal não seria verdadeiro Deus, o que não faz sentido nenhum!
Existe um abismo infinito, em todos os aspectos, entre a criatura e o Criador. Deus criou o Inferno para castigar o pecado.
Porquê o Inferno é tão terrível?
A Justiça perfeita exige que exista uma proporção entre a magnitude do crime e a magnitude do castigo.
Sendo Deus de Sabedoria, Majestade e Santidade infinitas, e sendo o pecado mortal uma ofensa voluntária contra Deus, encerra em si mesmo uma gravidade e malícia infinitas; logo, o pecador mereceria um castigo infinito.
Como a criatura é finita, e não suportaria tal castigo, proporcional à gravidade da sua culpa, ele, em lugar de ser infinito em intensidade, por permissão divina, será infinito na sua duração.
Além disso, se Deus fizesse um Inferno "light" ou suave, como se diz agora, o pecador seria induzido a pecar indirectamente, pois seria levado a não temer o Senhor, nem os Seus Juízos, já que a punição justa reduzir-se-ia apenas a um ligeiro castigo.
E nesse caso, o próprio Deus seria, ainda que de forma indirecta, como que agente do pecado.
E deste modo, como é que Deus poderia castigar o pecado que ele próprio "induzira"?
Deus, assim, já não seria Justo, Justíssimo, e como tal não seria Deus, pois não pode haver, de modo nenhum, Misericórdia sem Justiça Divina, ao contrário dos que muitos infelizmente pensam ou desejam.
O Inferno é mesmo eterno?
Sim, é eterno, como eternas e perfeitas são a Justiça e a Misericórdia Divinas.
Deus não pode perdoar a quem não quer ser perdoado, o que, a não ser assim, seria uma arbitrariedade e uma tirania.
E como o pecador não quis aceitar o perdão de Deus, e dessa forma ultrajou a Misericórdia Divina, recusando-a deliberadamente, o Senhor deverá exercer a Sua rigorosa Justiça.
Ora, Justiça é dar ou tirar a alguém aquilo que merece ou não por direito.
Como o pecador ofendeu a Deus, o Senhor, pela Sua perfeita Justiça, retira ao pecador tudo aquilo que lhe pertence, ficando o pecador apenas com aquilo que é seu por direito, isto é, com o seu pecado.
Como o fruto do pecado mortal, por ser duma gravidade extrema, é o Inferno, tendo presente a infinita dignidade do Ofendido, o pecador merecerá um Inferno eterno.
Além disso, faria algum sentido que, depois de ser condenado, o Demónio, como sendo a personificação da soberba e de todo o mal, dissesse: "Condenaste-me a um milhão de milênios no Inferno, mas quando eu sair, ajustaremos contas".
Poderia uma Justiça assim ficar satisfeita? Nem a justiça humana, quanto mais a Justiça Divina.
Além de que, se as penas do Inferno não fossem perpétuas, a felicidade dos eleitos, por analogia, também não seria eterna, e estes, ao saberem que o Céu não era eterno, não teriam a felicidade perfeita, e logo o Céu deixaria de ser Céu, o que não faz nenhum sentido, absolutamente.
Mas parece não existir proporção alguma
entre 50 ou 60 anos de pecado
e uma eternidade no Inferno.
Quando um assassino mata alguém, demorando apenas 5 minutos, isso não significa que só mereça ser castigado por 5 minutos, por mais grave que seja a pena.
Assim como um pedófilo que demorasse uma hora a violar uma criança não mereceria uma punição de apenas uma hora.
A justiça humana diz que não, pois isso repugna à inteligência humana.
Então, o castigo é dado, não em função do tempo que demorou a ser executado o crime, mas em atenção à sua gravidade intrínseca.
Como um crime (pecado mortal) cometido contra Deus, é de gravidade infinita, merece uma condenação proporcional à magnitude do crime cometido.
A finalidade dum castigo não é também
a recuperação daquele que faz o mal?
Existem duas espécies de castigo: Uma para corrigir, e outra para satisfazer a Justiça.
Para corrigir, serve-se Deus das tribulações desta vida: «Meu filho, não desprezes a disciplina de Javé, nem te canses com a Sua exortação; porque Javé repreende os que Ele ama, como um pai ao filho preferido» (Pv 3, 11-12).
Porém, se mesmo assim o pecador faz-se surdo ao apelos divinos, e despreza o seu Criador e as Sua Leis, implícita ou explicitamente, a Justiça Divina exige que o mal efetuado seja satisfeito.
Se o pecador não quis reparar o seu pecado neste mundo de provação, enquanto podia e devia, então deve satisfazê-lo na Eternidade.
Se Deus, por Amor e Justiça, ameaça o homem com as penas do Inferno, não o faz em vão, e por isso Ele deve levar a cabo a Sua ameaça, se o homem não observa a Sua Lei e continua a pecar.
Deus não é "só" infinitamente Bom e Santo. Ele é também infinitamente Justo e Sábio.
«O Senhor daquele servo virá, em dia imprevisto e hora ignorada. Ele parti-lo-á ao meio e impor-lhe-á a sorte dos hipócritas. Aí, haverá choro e ranger de dentes» (Mt 24, 50).
A maioria dos homens
só peca temporariamente,
esperando arrepender-se depois.
Quem morre em pecado mortal manifesta que não se arrependeu.
No entanto, essa suposta esperança num arrependimento futuro é uma ilusão vã e imoral.
Ilusão vã, porque, sem a Graça de Deus, o pecador não pode sair do seu pecado; isto é, sem a graça do arrependimento, que Deus não é obrigado a dar a ninguém, e que até pode negá-la, em face de tanta ingratidão do pecador.
O que se lança a um poço, dele não pode sair sem alguém que o ajude, resignando-se a permanecer nele eternamente se alguém de cima não lhe estender uma corda, corda essa que ninguém está obrigado a estender-lhe, em função da temeridade ou impossibilidade.
Ilusão imoral, porque se apoia precisamente apenas na Misericórdia de Deus, para assim poder ofendê-Lo mais facilmente, sem receio de castigo.
Se Deus é infinitamente Bom e Pai
de todos os homens, como pode então
condenar alguém a penas eternas?
Deus é infinitamente Bom, mas também é infinitamente Justo (simultânea e harmoniosamente), sendo a Sua Justiça imensamente séria e rigorosa.
A Justiça Divina assinalou um prazo máximo para o exercício incondicional e total da Sua Misericórdia: a hora da morte (passagem para e Eternidade).
Sendo que a infinita Seriedade e Perfeição de Deus impede-O de voltar atrás, oferecendo ao pecador uma nova oportunidade de salvação, depois deste ter injuriado ou menosprezado a Misericórdia Divina.
Se Deus voltasse atrás na sua decisão, estava a autorizar os pecadores a injuriá-Lo indefinidamente.
Se Deus perdoasse ilimitadamente ou em todas as circunstâncias, como sem bastante arrependimento e para além da morte, estava a induzir o pecador a pecar e a rir-se d'Ele, no tempo e na Eternidade, e então era um Deus pouco sério e nada justo; ou seja, não era verdadeiramente Deus.
Além disso, não é rigorosamente verdade que todos somos filhos de Deus:
Todos somos criaturas de Deus, mas não filhos.
A tal respeito, Jesus é bem claro, ao dizer:
«Se Deus fosse vosso Pai, vós Me amaríeis, porque saí de Deus e d'Ele venho... Vós sois do Diabo, vosso pai, pois quereis realizar os desejos do Diabo...
Quem é [filho] de Deus, ouve a Palavra de Deus; se não a ouvis, é porque não sois [filhos] de Deus» (Jo 8, 42.44.47).
De facto, só é verdadeiramente filho de Deus, irmão de Jesus Cristo e templo vivo do Espírito Santo, quem é baptizado e vive na Graça de Deus.
E diz mais S. João: «Aquele que comete pecado é do Diabo, porque o Diabo é pecador desde o princípio. Por isso, é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo...
Nisto se revelam os filhos de Deus e os filhos do Diabo: Todo aquele que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama o seu irmão» (1 Jo 3, 8.10)
Então, existem os filhos de Deus e os filhos do Diabo.
Quem comete pecado mortal e nele morre, renuncia voluntariamente à Paternidade Divina, mormente sabendo que fere a Deus infinitamente - ver Deus Vivo e Crucificado, no meio de tormentos inenarráveis! -, e por isso mesmo não pode se considerado Seu filho.
E não é filho porque não o quis, voluntariamente, sendo para sempre filho do Diabo.
Só é realmente filho de Deus quem vive na Graça de Deus, ou pelo menos, quem se esforça, tanto quanto possível, por cumprir todos os Mandamentos de Deus, invocando-O e respeitando-O como Pai.
Por que é que Deus,
sendo infinitamente Bom
e prevendo que uma alma iria
para o Inferno, mesmo assim a criou?
Consideremos, pois, que Deus não tinha criado os "maus", mas só os "bons"...
Estes, "os bons", não poderiam ser livres, pois não teriam a possibilidade de escolha, tendo assim de ser "bons", quer quisessem ou não...
Ora, isso significaria que Deus era um tirano, como se tivesse criado homens-robôs, desprovidos de consciência e de livre-arbítrio.
Aonde pararia, então, a dignidade e a responsabilidade humana de, paradoxalmente, sermos criados... "à imagem e semelhança de Deus", mas não sermos livres?
Qual seria, afinal, a Glória de Deus, ao ser servido por seres desprovidos de vontade e liberdade?
Ao argumentarmos assim, estamos a colocar o homem ao nível do animal irracional, o que repugna à inteligência humana e divina.
Além de que, se Deus, levado apenas ou supostamente pela Sua infinita Misericórdia, não criasse senão aqueles que iriam salvar-se, mesmo que estes fossem criados com alguma liberdade, aconteceria que tais seres humanos podiam burlar a Deus, pecando incessantemente contra cada um dos Mandamentos Divinos.
Nem sequer seria necessário arrependerem-se dos seus pecados, já que Deus teria forçosamente que perdoar-lhes, mais tarde ou mais cedo.
Pelo que, depois de terem sofrido, provavelmente, uma determinada pena reparadora no Purgatório, entrariam finalmente no Céu, sem qualquer arrependimento, nem sequer um simples pedido perdão a Deus!
e prevendo que uma alma iria
para o Inferno, mesmo assim a criou?
Consideremos, pois, que Deus não tinha criado os "maus", mas só os "bons"...
Estes, "os bons", não poderiam ser livres, pois não teriam a possibilidade de escolha, tendo assim de ser "bons", quer quisessem ou não...
Ora, isso significaria que Deus era um tirano, como se tivesse criado homens-robôs, desprovidos de consciência e de livre-arbítrio.
Aonde pararia, então, a dignidade e a responsabilidade humana de, paradoxalmente, sermos criados... "à imagem e semelhança de Deus", mas não sermos livres?
Qual seria, afinal, a Glória de Deus, ao ser servido por seres desprovidos de vontade e liberdade?
Ao argumentarmos assim, estamos a colocar o homem ao nível do animal irracional, o que repugna à inteligência humana e divina.
Além de que, se Deus, levado apenas ou supostamente pela Sua infinita Misericórdia, não criasse senão aqueles que iriam salvar-se, mesmo que estes fossem criados com alguma liberdade, aconteceria que tais seres humanos podiam burlar a Deus, pecando incessantemente contra cada um dos Mandamentos Divinos.
Nem sequer seria necessário arrependerem-se dos seus pecados, já que Deus teria forçosamente que perdoar-lhes, mais tarde ou mais cedo.
Pelo que, depois de terem sofrido, provavelmente, uma determinada pena reparadora no Purgatório, entrariam finalmente no Céu, sem qualquer arrependimento, nem sequer um simples pedido perdão a Deus!
Quem não vê nisto uma espantosa aberração ou monstruosidade!
Deus ficaria escravo do pecador, pois estaria à mercê dos seus caprichos...
Que triste Deus seria o nosso, um Deus escravo da sua criatura!
Numa só palavra, um "deus" hipoteticamente a existir desse modo, não seria verdadeiro Deus!
Então, Deus não deveria
ter criado os homens e o mundo.
Mas aí ou desse modo, seria Deus que não era livre...
Visto que, só para evitar que algumas almas cometessem alguns crimes e fossem parar ao Inferno, deixaria de criar aqueles que O serviriam e amariam por toda a Eternidade, voluntariamente e por sua livre escolha.
E assim o mal triunfava sobre o Bem; ou seja, para evitar o mal, aniquilava-se o Bem.
Aonde estaria, então, Liberdade Divina?
Seria um Deus escravo do mal, que em atenção a este não poderia criar o bem.
Este argumento, também ele, repugna à nossa inteligência.
Nesse caso, Deus deveria aniquilar
o pecador, fazendo-o voltar ao nada,
de onde foi criado.
Com este argumento, colocaremos Deus ainda abaixo de Hitler.
Este matava os corpos, mas Deus, por essa forma de pensar, mataria os corpos e as almas, ao aniquilar o pecador.
O aniquilamento integral pressupõe uma rectificação da Obra de Deus, por parte do mesmo Deus, enquanto é a criatura culpável, e não o Criador, quem deve rectificar.
Além de que Deus seria injusto ao dar o mesmo castigo a todos os condenados que pecaram em graus muitos diferentes de maldade e malícia.
Acresce que o aniquilamento igualaria todos os condenados num mesmo e idêntico castigo para todos.
Ora, a Justiça Divina exige que não se castigue por igual aos que fizeram pecados de graus desiguais e variadíssimos.
Paralelamente, o aniquilamento impossibilitaria a Glória de Deus, através da Sua Justiça perante toda a criação.
Deus nunca poderia receber Glória pelo simples facto de assim parecer mais Justo, já que a Justiça com o aniquilamento não poderia ser exercida.
O nosso Deus seria um Deus finito e limitado, e como tal não seria verdadeiro Deus.
O problema deste argumento é que desconhecemos na totalidade a Natureza Divina.
Deus é um Ser Infinito em todos os Seus Atributos e Perfeições.
Se Ele é Infinito e Santíssimo em tudo, também o é, igualmente e sem diferença alguma, na sua Bondade e Justiça (e não apenas ou principalmente na sua imensa Misericórdia).
Efectivamente, quando Deus criou o homem, criou-o à Sua imagem e semelhança.
«Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança...» (Gn 1, 26).
Como Deus é Eterno, Ele mesmo, ao criar o homem, não o criou para o tempo, mas para a Eternidade, pois criou-o à Sua imagem e semelhança; isto é, criou-o com uma alma imortal; criou-o no tempo, mas para toda a Eternidade.
«Assim mesmo raciocinam os ímpios (os 'sem Deus'), mas enganam-se, porque a sua maldade cega-os.
Eles ignoram os segredos de Deus, não esperam o prémio pela santidade, não crêem na recompensa das vidas puras.
Deus criou o homem para a incorruptibilidade e fê-lo à imagem da Sua própria Natureza Divina; tendo sido por inveja do Diabo que a morte (eterna) entrou no mundo, experimentando-a quantos são do seu partido» (Sb 2, 21-24).
Deus não se contradiz a Si mesmo: Depois de dar, Ele jamais volta atrás.
«Porque os dons e a vocação de Deus são irreversíveis» (Rom 11, 29).
«A Glória de Israel não mente nem se arrepende, porque ela não é pessoa para se arrepender» (1 Sm 15, 29).
Deus jamais poderia chamar à existência um ser feito à Sua própria imagem e semelhança, em ordem à incorruptibilidade, e logo de seguida aniquilar o pecador(voltando a reduzi-lo ao nada), só porque as suas opções livres, baseadas na Liberdade Divina, não foram de acordo com a Sua Vontade.
Pois então Ele não seria um Deus infinitamente Bom e Justo, mas como que um déspota, na medida em que criava e destruía por mero capricho pessoal.
Se assim fosse, o nosso Deus seria imperfeito, e como tal não seria verdadeiro Deus.
A morte que refere a Sagrada Escritura, quando fala dos ímpios, ou "sem Deus", não é o aniquilamento integral, mas a morte espiritual, mais conhecida como "morte eterna", ou Inferno, na linguagem cristã.
Paralelamente, se fosse verdade o 'aniquilamento' dos ímpios (o seu regresso ao 'nada'), a bíblia estaria a mentir, pois afirma claramente:
«O fumo do seu tormento subirá pelos séculos dos séculos» (Ap 14, 11).
«O Diabo, que os tinha enganado, foi precipitado no lago de fogo e enxofre, onde também estão a besta e o falso profeta. Aí, serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos» (Ap 20, 10)
Sendo atormentados pelos séculos dos séculos, é sinal e prova que não foram aniquilados.
Se fossem aniquilados, como defendem alguns hereges e apóstatas, então a Palavra de Deus é mentirosa, pois afirma precisamente o contrário.
O Senhor Jesus diz: «Estes irão para o tormento eterno, mas os justos irão para a Vida eterna» (Mt 25, 46).
Como poderia o seu tormento ser eterno, se tivessem sido aniquilados por Deus?
Além disso, por que é que Deus não destruiu também Satanás e todos os demónios (como eis-anjos rebeldes que foram e que são)?
Em vez de destruí-los, pura e simplesmente, criou para eles mesmos o Inferno...
«Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos» (Mt 25, 41).
O homem foi criado livre, à imagem e semelhança de Deus, e como tal foi criado para o mérito ou desmérito.
Deus manifesta mais o seu Poder e a sua Glória na conservação dos seres humanos que criou, do que na sua total destruição.
Só acredita na aniquilação integral do pecador quem está fora da Verdade e a caminho do Inferno, pois um dos pecados contra o Espírito Santo, que não tem perdão neste mundo e na eternidade, é «negar a verdade conhecida como tal».
Foi o pecado dos Fariseus, pois conheciam a verdade, mas não a queriam aceitá-la como tal.
«Todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo isso lhes será perdoado [em caso de arrependimentlo]; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca mais terá perdão, pois é réu de castigo eterno» (Mc 3, 28-29).
«A todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem, poder-se-á perdoar; mas a quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo, jamais se perdoará» (Lc 12, 10).
«Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se for dita contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no vindouro» (Mt 12, 32).
Reparemos na expressão «nem no vindouro», o que significa que nunca, nem no mundo que há-de vir, tais infelizes terão perdão.
E para não terem perdão, eles terão de existir, pois não se perdoa algo a quem não existe.
O grande mal de muitos homens é a sua soberba descomunal, julgam-se melhores do que Deus ou superiores a Ele!
E querem impor ao Criador o que consideram ser ou não ser justo, segundo a sua tacanha e arrogante inteligência.
Se Deus nos revelou que o Inferno existe e nos colocou de sobreaviso em relação a ele, mais vale escutá-Lo e respeitá-Lo, humilde e fielmente, do que construir teorias no ar, e deste modo acabarmos por cair nesse mesmo abismo eterno, por nos recusarmos, rebelde e estultamente, a acreditar no óbvio.
É impressionante o relato de Santa Faustina, pois constatou que a maior parte dos que estavam no Inferno não acreditavam nele.
E é lógico, pois como não acreditavam, não procuraram evitá-lo, ou quando acreditaram já era tarde demais.
O Inferno é um tremendo Mistério!
Mas um mistério é algo que existe, mas que não pode caber na nossa inteligência limitada, ou que não é explicável por esta.
O facto de eu não saber explicar o que é o Amor, não significa que ele não exista. Sinto-o, mas não sei explicá-lo. E no entanto, o Amor existe.
O Amor é um grande mistério, embora seja profundamente real.
O Inferno, segundo a Revelação Divina, é algo absolutamente real, mas como desconhecemos os termos "infinito", "natureza divina", "fealdade do pecado", "suplício eterno", etc., não conseguimos senão dar dele uma pálida imagem, o que mesmo assim ajuda a perceber o porquê da sua existência.
O grande mistério do Inferno é o facto de, apesar de Deus desejar loucamente a nossa salvação - contemplemos Jesus Crucificado -, nós sermos capazes de nos condenarmos.
Deus criou-nos livres e quer que nos comportemos como tais.
Negar a possibilidade de alguém se condenar, é negar a liberdade do homem; é anular o próprio homem.
Se o homem não fosse livre para dizer "não" a Deus, também não o seria para dizer "sim".
Logicamente, ainda que insensata e tragicamente, a possibilidade de optar por Deus inclui também possibilidade de rejeitá-Lo.
Afirmar e acreditar que existe o Inferno é levar a sério, responsavelmente, a liberdade humana.
Deus oferece generosamente a todos a Salvação eterna, mas não a impõe a ninguém.
O Inferno equivale ao respeito de Deus pela última vontade do homem.
Se o pecador elege livremente o pecado, sem qualquer arrependendimento, Deus respeita essa sua vontade, por mais negativa e nociva que seja, embora naturalmente com imenso desgosto.
E assim como com a morte termina a liberdade humana, assim mesmo o pecador ficará por toda a eternidade.
Como devemos proceder
para evitarmos o Inferno?
Jesus disse: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por Mim» (Jo 14, 6).
«Pilatos perguntou-Lhe: "Então, tu és rei?"
Respondeu-lhe Jesus: "Tu o dizes: Eu sou Rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Quem é da verdade escuta a Minha voz" » (Jo 18, 37).
Jesus, o Filho de Deus Vivo, foi claro como a água, ao afirmar que era a Verdade e o Caminho.
Ele próprio acrescentou: «Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque se não crerdes que "eu sou", morrereis nos vossos pecados» (Jo 8, 24).
«Se alguém guardar a Minha palavra, jamais provará a morte» (Jo 8, 52).
«Eu sou a Ressurreição. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em Mim, jamais morrerá. Crês nisso?» (Jo 11, 25-16).
S. Paulo afirma: «Ora, sem a Fé é impossível ser-Lhe agradável. Pois aquele que se aproxima de Deus deve crer que Ele existe e que recompensa os que O procuram» (Hb 11, 6).
O que é necessário fazer
para não ir para o Inferno?
Sendo Jesus a Verdade, Ele não mente.
Jesus disse: «O que pedirdes em Meu nome, Eu vo-lo darei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes algo em Meu nome, Eu vo-lo darei» (Jo 14, 13-14)
«Em verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em Meu nome. Até agora, nada pedistes em Meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa» (Jo 16, 23-24).
«Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha, e ao que bate se lhe abrirá.
Quem, dentre vós, dará uma pedra a seu filho, se ele lhe pedir pão? Ou lhe dará uma cobra, se ele lhe pedir peixe? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está no Céu, dará coisas boas aos que lhas pedirem» (Mt 7, 7-10).
«E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis» (Mt 21, 22)
«A fim de que tudo o que pedirdes ao Pai, em Meu nome, Ele vos dê» (Jo 15, 16)
Então, para não irmos para o Inferno, devemos pedir ao Pai, em nome de Jesus, que salve eternamente a nossa alma.
É tão simples como isso; isto é, devemos rezar, sempre.
Dizia S. João Crisóstomo que «orar é falar com Deus» (Orat I de. orat. dominic: MG 44, 1125).
Então devemos, nas nossas «conversas com Deus», pedir a graça da -Salvação eterna da nossa alma.
Pedir e pedir incessantemente, eis o que Deus pede ao homem adulto que faça, se quer salvar-se.
Dizia Santo Afonso Maria de Ligório, que todos os condenados se perderam porque não rezaram.
Se tivessem rezado, ter-se-iam salvo. E acrescentava:
«Quem reza salva-se, quem não reza perde-se».
E por que rezar? Porque a oração pressupõe humildade. Só reza quem é humilde e se sente criatura de Deus.
O pecador não quer rezar, porque isso seria reconhecer-se criatura de Deus, e isso ele não suporta.
Por isso, não reza e por isso se perde.
Já dizia Santa Teresa d'Ávila, «Quem pede, alcança, quem não pede, não alcança».
Não resisto a citar pertinentemente Santo Afonso Maria de Ligório, no seu tratado da "Preparação para a Morte":
«Coloquemos, portanto, fim a este importante capítulo, resumindo todo o escrito e deixando bem clara esta afirmação: O que reza, salva-se certamente; e o que não reza, certamente condena-se».
Se deixarmos de lado as crianças, «todos os Bem-aventurados se salvaram porque rezaram, e os condenados se condenaram porque não rezaram.
E nenhuma outra coisa lhes produzirá no Inferno mais espantoso desespero do que pensarem que lhes tinha sido coisa fácil a salvação, pois a teriam conseguido pedindo a Deus as Suas graças, e que serão eternamente desgraçados porque passou o tempo da oração» (Cf. Preparação para a Morte, cap XXX, 2)
Muitos pedem, mas não pedem o essencial.
Pedem dinheiro, riquezas, saúde, amor, felicidade, solução para os problemas, mas não pedem o essencial: a salvação eterna da sua alma.
E como não pedem o Deus das coisas criadas, mas as coisas criadas de Deus, não terão umas nem as outras.
«Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua Justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas» (Mt 6, 33); pois «onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração» (Mt 6, 21).
Pedir a graça da Salvação eterna, pedir a graça de ser santo e de ir para o Céu. E rezar incessantemente, enquanto durar a nossa vida sobre a terra.
Eis o que devemos fazer para não irmos para o Inferno, e para irmos, sim, para o Céu.
«E quando orares... entra no teu quarto e, fechando porta, ora ao teu Pai, que está lá, em segredo; e o teu Pai, que vê em segredo, recompensar-te-á» (Mt 6, 5-6).
«Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele.
Estreita, porém, é a porta e apertado é o caminho que conduz à Vida, e poucos são os que o encontram» (Mt 7, 13-14).
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Fonte-guia:
Últimas e Derradeiras Graças
Adaptação:
Nova Evangelização Católica
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COMO EVITARMOS O INFERNO
E GANHARMOS O PARAÍSO
O Inferno é ainda, realmente, muitíssimo pior do que os homens o "pintam", ou conseguem pintar!
Quase todos os Santos, sobretudo os grandes Místicos, aos quais foram reveladas, infimamente, algumas das terríveis penas do Inferno, por visão ou mesmo por audição espiritual, são unânimes em afirmar e testemunhar isso mesmo que refiro no primeiro parágrafo.
Ai, como o mundo seria muitíssimo diferente para melhor, quase um segundo paraíso terrestre, se a maioria dos homens, e em especial dos Cristãos, levasse bastante a sério a existência do Inferno, com todos os seus imensos sofrimentos e horrores por toda a Eternidade - para além, é claro, da imensa Glória do Céu e do infinito Amor de Deus!
Não, nada disso é metáfora ou alegoria, superstição ou fanatismo, e muito menos mera fantasia, como num simples filme de terror, antes pelo contrário; ou seja, é uma palidíssima imagem de tão tremenda e horrível realidade, o supremo castigo que espera todo aquele que, deliberadamente, vive e morre em pecado mortal!
Quem ofende gravemente a Deus, sem qualquer espécie de arrependimento e emenda de vida, isso mesmo constitui um ultraje e um sacrilégio de grau "infinito" ao Criador de tudo e de todos, na exacta medida em que Deus, Único e Verdadeiro, é um Ser de Perfeição e Santidade infinitas, tais como infinitas são as suas Sabedoria, Omnipotência, Justiça, Misericórdia, etc/etc...; pelo que quem assim procede, tão maligna, traiçoeira e ingratamente, só merece realmente o Inferno eterno, tal como o mesmo foi criado originalmente para castigar perpetuamente os ex-anjos rebeldes, sem qualquer oportunidade de redenção, ao contrário do que felizmente aconteceu connosco, a humanidade pecadora, mas desgraçadamente para inúmeras almas rebeldes e ímpias, debalde, completamente em vão!
Deus possui, de facto, numerosos Atributos Divinos, a maioria deles completamente desconhecidos por e para todos nós, o que constitui um verdadeiro Mistério, só desvendado quando O virmos face a face, na Vida Eterna, se fizermos por merecer essa magnífica e diviníssima Graça e Glória, evitando assim, a todo o custo, o Inferno eterno.
Não desafiemos, pois, a rectíssima e perfeitíssima Justiça Divina, nem sequer abusemos da Sua imensa Misericórdia, jamais!
Efectivamente, Deus não é, ao contrário do que muitos cegamente julgam ou inventam, SÓ Amor, SÓ Bondade, SÓ Clemência, SÓ Perdão, de modo nenhum!
Ou melhor, Ele é tudo isso e muitíssimo mais - infinitamente mais! -, tanto em Misericórdia e Sabedoria, quanto em Santidade e Justiça, etc/etc...
"QUEM COMO DEUS?!"
No entanto, tantos homens maus e ingratos, arrogantes e hipócritas, pensam que sabem tanto ou mais do que Deus, que são iguais ou superiores a Deus, na medida em que não só põem continuamente a Sua Palavra e a Sua Lei em dúvida, como ainda as enxovalham, adulteram, violam ou ignoram, calcando-as aos pés!
Rezemos e sacrifiquemo-nos por todos esses infelizes, por mais pecadores que também sejamos, que, se não o fizermos, não só eles irão parar ao Inferno, quando menos esperarem, mas nós mesmos também correremos esse tremendo risco!
V/. Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do Inferno;
R/. Levai as almas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem!
José Avlis - NOVÍSSIMOS
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Como é possível tanta estupidez e crueldade?
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E vocês ainda aceita a adorar um deus que se não obedecer os seus preceitos vai ser condenado pro inferno mesmo sem ter matando alguem,estrupando ou roubado alguem.
a verdade é clara, tudo depende do livre arbítrio, uns escolhe adulterar, outros escolhe matar, outro roubar, outro escolhe viver, Jesus disse eu vim para que tenhas vida e vida com abundância, Deus nos coloca o poder da escolha, de ir para o céu ou inferno, o diabo quer que nós sejamos céticos a julgar a atitude de Deus, e não acreditar na salvação, ap 20v15 c diz que serão lançado no lago de fogo aqueles que não foram encontrado escrito no livro da vida. ap 21v27 diz que não entrara coisa alguma que comete abominação, a não ser os que estão escrito no livro da vida, então somos nós que colocamos ou tiramos o nosso nome deste livro, acredite DEUS não é boçal nem carrasco Deus é vida e o céu é real. Por Pastor Ramão seminarista e concelheiro familiar, e que Deus os abençoe.
a verdade é clara, tudo depende do livre arbítrio, uns escolhe adulterar, outros escolhe matar, outro roubar, outro escolhe viver, Jesus disse eu vim para que tenhas vida e vida com abundância, Deus nos coloca o poder da escolha, de ir para o céu ou inferno, o diabo quer que nós sejamos céticos a julgar a atitude de Deus, e não acreditar na salvação, ap 20v15 c diz que serão lançado no lago de fogo aqueles que não foram encontrado escrito no livro da vida. ap 21v27 diz que não entrara coisa alguma que comete abominação, a não ser os que estão escrito no livro da vida, então somos nós que colocamos ou tiramos o nosso nome deste livro, acredite DEUS não é boçal nem carrasco Deus é vida e o céu é real. Por Pastor Ramão seminarista e concelheiro familiar, e que Deus os abençoe.
Essa pessoas só leen a Almeidinha, não sabem que Jesus não falou em inferno, mas sim Geena, que não tem nada a ver. Pesquisem a bíblia com referências em grego.
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