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Preparemo-nos bem para a hora da Morte e do Juízo,
a fim de escaparmos ao Inferno e ganharmos o Paraíso!


sexta-feira, 16 de abril de 2010

SÍNTESE DO INFERNO - 2
+ Penas do Purgatório




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SÍNTESE DO INFERNO
- 2



Por muito incómodo que seja para o homem moderno, o que está revelado, revelado está.
E não existe forma de nos evadirmos desta realidade.
Não é pelo facto de não falarmos no Inferno que este deixa de existir e de ser uma realidade assombrosa.

Infelizmente, hoje ouvimos muitos cristãos, inclusivamente padres, dizerem, em matéria de Fé e Moral:
"A minha opinião é que..."; "Eu acho que..."; "Parece-me que..."; «Eu penso que..."

A esses, dizemos:
Mas, amigo, que nos interessa a tua opinião, o teu pensamento, o teu...
A nós, Cristãos, interessa-nos o que Deus pensa, o que Deus acha e o que Deus diz.
E se Deus nos diz que há Inferno, é porque há!
Ou achas que vamos ser estúpidos e fazer mais caso das tuas "filosofias de treta" do que da Palavra de Deus?

O relativismo é fruto da soberba humana!
Deus é Eterno; e o que Ele disse, está dito, quer gostemos ou não.
Assim, ou estamos a caminhodo Céu, ou do Inferno...
Não há meios "que", nem meios "mas"...

Se não estamos a caminho do Céu, para o Inferno iremos...
Por isso, trabalhemos na nossa Salvação com Amor e Temor a Deus, pois como diz S. Paulo:
«Meus queridos... operai a vossa salvação com temor e tremor» (Fil 2, 12).

Que diferença!
Dantes, dizia-se:
"Os que aqui entrarem, abandonem toda a esperança".
Agora, afirma-se:
"É proibido aqui entrar"...
Dantes, os maus iam para o Inferno.
Agora, se existe Inferno, Deus é mau!
Agora, não são os homens que têm de obedecer a Deus... Deus é que tem de adaptar-se aos homens!

Os modernistas, de agora, resolveram reinventar o Evangelho, suprimindo a doutrina do Inferno, dos púlpitos e das catequeses, pois alegam não querer "ferir susceptibilidades", ou
"instalar psicoses de medo"...

Numa palavra, não querem desagradar ao mundo, pois correriam o risco de serem chamados "loucos" ou "retrógrados"!
Não percebem que a «sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus» (1 Cor 3, 19).

Mas como se identificaram com o mundo, a eles aplica-se aquela palavra de Deus:
«Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o Amor do Pai» (Jo 2, 15).
E se não está nele o Amor do Pai, diz Jesus:
«Se alguém não permanece em Mim, é lançado fora, como o ramo seco. Tais ramos são recolhidos, lançados ao fogo e queimados» (Jo 15, 6).

Hoje prega-se um Evangelho manco, um Evangelho de moeda com uma só face; isto é, um Evangelho deficiente, pois já não se fala dos "Novíssimos do homem", salvo raras exceções, da Graça santificante actual, do pecado mortal...

E o que se conseguiu com isso?
Sempre que a luz se ofusca, avançam as trevas!
Queixam-se que as igrejas estão vazias, que há falta de vocações, que os seminários estão em crise...
Mas, se não acreditam na Eternidade, como podem convencer alguém a abandonar tudo por Cristo?

Sem a crença na Eternidade, é impossível existir vocações à Vida consagrada.
Humanizaram de tal maneira Jesus, que se esqueceram que Ele é Deus.
Assim, fizeram um cristianismo horizontal: do homem para o homem.

E se o homem é relativo nas suas posições morais e de Fé, Jesus Cristo, porque é homem, também o é.
Então, segundo essa degradada forma de pensar, tudo é relativo.
E tudo é de tal forma relativo que absolutizaram a relatividade.
É a "ditadura do relativismo": Toda a verdade é relativa, mesmo a Verdade de Cristo!

E ai de quem prega novamente as Verdades eternas e os Dogmas da Santa Igreja de Deus!
Esse é um fundamentalista, um tradicionalista; numa palavra, um retrógrado, que estagnou no tempo...

Hoje só se fala de amor, mas esquecem-se os filantropos que o amor para Deus tem significado diferente do que tem para o homem.
«Quem conhece os meus Mandamentos e os observa, é quem Me ama» (Jo 14, 21).
Isto é, quem não os guarda, nem os cumpre, não ama a Deus e engana-se a si próprio!
É claro como a água.

Sempre existiram dois caminhos para chegar até Deus.
Um mais perfeito do que o outro: o do Amor e o do Temor.
Da mesma forma que um carro tem um acelerador e um freio, da mesma forma, na estrada da vida, devemos acelerar no Amor de Deus e travar perante o pecado, pelo temor de Deus.

O que seria de um carro só com acelerador?
Na primeira curva despistava-se.
Do mesmo modo, não existe outra forma de caminharmos para Deus.

Devemos evitar o pecado, pelo temor de ofender a Deus, Pai Infinitamente Bom; e se isso não chegar, pelo medo do castigo do Inferno, com que nos ameaça a Justiça Divina.
E sobretudo pelo amor a Deus (em primeiro lugar), e através de Deus, também aos irmãos, sem olharmos a sacrifícios.


Revelou Jesus a D. Ottavio Michellini, sobre os Clérigos e Leigos cristãos:

«Se Deus pudesse mudar os Seus ensinamentos, não seria Deus.
A Palavra de Deus não se modifica, não muda, não mudará jamais; ela é eterna, como eterno é Deus.
Ora, Deus deu aos homens uma norma de vida, o Mandamento do Amor; mas disse também que o Amor a Deus deve estar unido ao Temor de Deus.


Tal como o Amor é um precioso dom, que se deve pedir sem cessar, também o santo Temor de Deus é um valioso dom.
Mas os homens desta geração, verdadeiramente perversa, deformaram tudo e tentam demolir tudo.


«Do Temor de Deus, hoje já não se fala; fala-se (só) do Amor a Deus, mas do Temor, não, porque eles dizem que o Temor não se concilia ou não se pode conciliar com o Amor.
Tal como, na sua insensatez, acham inconciliáveis Misericórdia e Justiça, assim acham inconciliáveis o Amor e o Temor de Deus.

«Em suma, hoje aceitam-se as coisas que convêm e repudiam-se as que perturbam...
Quem fala ainda do Temor de Deus?
Quem fala ainda da Justiça Divina?
Quem fala ainda da presença de Satanás no mundo?...

«Deus é terrível na sua Cólera (Justiça).
Ai dos que desafiam a Cólera de Deus, repousando na cómoda ideia de que em Deus não há senão Amor e Misericórdia!
Muitos condenados quereriam poder voltar atrás para reformar as suas ideias, pois agora vêem e compreendem claramente o astucioso engano de Satanás e a sua feroz maldade...

Os homens dizem que não temem a Deus; mas isto é uma terrível blasfémia, de que se pode prever as terríveis consequências neste mundo e para além da vida terrena...»

(Jesus a D. Ottavio Michellini, em 'Jesus aos Seus Sacerdotes e Fiéis')


A tal propósito, assim mesmo ensinava o Papa Pio XII:

«A pregação das primeiras Verdades da Fé e dos Fins últimos não só não perdeu oportunidade nos nossos tempos, mas está a ser mais necessária e urgente do que nunca; incluindo a pregação sobre o Inferno.
Sem dúvida que devemos tratar estes assuntos com dignidade e sabedoria.

«Mas quanto à substância dessas mesmas verdades, a Igreja tem, diante de Deus e dos homens, o sagrado dever de anunciá-la, de ensiná-la sem nenhuma atenuação, como Cristo a revelou, e não existe nenhuma condição temporal que possa diminuir o rigor dessa obrigação.


«Isto obriga em consciência todo o sacerdote, a quem, no Ministério ordinário ou extraordinário, confiou-se o cuidado de governar, avisar e guiar os fiéis.

«É verdade que o desejo do Céu é um motivo em si mais perfeito que o temor da pena eterna; mas daí, não se segue que seja também para todos os homens o motivo mais eficaz para tê-los longe do pecado e convertê-los a Deus».

(PIO XII em 'Exortação aos Párocos e Pregadores', na Quaresma de 1949)


E João Paulo II, na Exortação Apostólica Pós-sinodal "Reconciliatio et Paenitencia", n.º 26, diz:

«A Igreja nunca pode omitir, sem grave mutilação da sua mensagem essencial, uma constante catequese sobre o que a linguagem do Cristão tradicional designa como os quatro Novíssimos do Homem: Morte, Juízo (particular e universal), Inferno e Paraíso.

«Numa cultura, que tende a encerrar o homem na sua vicissitude terrena mais ou menos acessível, pede-se aos Pastores da Igreja uma catequese que abra e ilumine com a certeza da Fé no mais além da vida presente.

«No mais além das misteriosas portas da morte, perfila-se uma Eternidade de gozo na Comunhão com Deus, ou (uma Eternidade) de dor longe d'Ele.

Somente nesta visão escatológica, pode ter-se uma medida exacta do pecado e sentir-se impulsionado decididamente à penitência e à reconciliação».

Então, há que catequizar sobre estes temas, de forma a que aqueles que nos ouvem percebam que não queremos que vão para o Inferno, mas que a isso nos obriga por dever de sermos fiéis ao Evangelho e a Cristo.

Pois, como dizia S. João Crisóstomo:
«Deus não nos ameaça com o Inferno por querer condenar-nos, mas para que nos livremos dele» (De Poenit. Hom. 3).

E terminamos com a Palavra de Deus Vivo:
«Teme a Deus e observa os Mandamentos, porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus julgará toda obra, até mesmo a que está escondida, para ver se é boa ou má» (Ecles 12, 13-14).


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C O N C L U S Ã O


Para terminar, queremos só citar as revelações de Jesus a Santa Josefa Menedez, tiradas da sua obra "Convite a uma Vida de Amor", de Soror Josefa Menendez, que pela sua seriedade e beleza fazem pensar...

Revelações tiradas de
"Convite a uma Vida de Amor", (Sóror Josefa Menendez, 2.ª ed., 1948, págs. 94 a 133):

" Ensinar-te-ei os Meus segredos de Amor, e tu serás exemplo vivo da Minha Misericórdia, porque, se tenho tanto amor e predileção por ti, que não és mais que miséria e nada, o que não farei Eu por muitas outras almas mais generosas do que tu?

" Farei conhecer que a Minha Obra repousa sobre o nada e a miséria, e que esse é o primeiro anel da Cadeia de Amor, que desde toda a eternidade preparo às almas.

" Farei conhecer até que ponto o Meu Coração as ama e lhes perdoa.
Vejo o íntimo das almas... O acto de humildade que fazem reconhecendo a sua fraqueza... Pouco se Me dá a fraqueza delas... Supro o que lhes falta.

" Farei conhecer como é que o Meu Coração se serve dessa fraqueza, para dar a vida a muitas almas que a perderam.
Farei conhecer que a medida do Meu Amor e da Minha Misericórdia, para com as almas caídas, não tem limites...

" Se tu és um abismo de miséria, Eu sou um abismo de Bondade e Misericórdia.
O Meu Coração é o teu refúgio. Vem procurar n'Ele tudo aquilo de que precisas, ainda mesmo que não se trate de coisas que Eu te peça.

" Não julgues que deixarei de amar-te por causa das tuas misérias, não.
O Meu Coração ama-te e não te abandonará jamais.
Bem sabes que é propriedade do fogo abrasar o destruir.
Assim, é próprio do Meu Coração perdoar, purificar e amar.

" Não te disse muitas vezes que o Meu único desejo é o de que as almas Me dêem as suas misérias?
Se não ousas aproximar-te de Mim, aproximar-me-ei Eu de ti.

" Quanto mais fraquezas encontrares em ti, tanto mais Amor encontrarás em Mim.
Pouco Me importam as tuas misérias; o que Eu quero é ser o dono da tua miséria.

" A tua pequenez dá lugar à Minha Grandeza...
A tua miséria e mesmo os teus pecados dão lugar à Minha Misericórdia... A tua confiança atrai o Meu Amor e a Minha Bondade.

" Não vos peço senão aquilo que tendes:
Dai-Me o vosso coração vazio e Eu o encherei; dai-Mo despido de tudo e Eu o revestirei; dai-Me as vossas misérias e Eu as consumirei.
O que não vedes, Eu vo-lo mostrarei... Pelo que não tendes, Eu responderei.

" Há muitas almas que crêem em Mim, mas há poucas que acreditam no Meu Amor; e entre as que acreditam no Meu Amor, são pouquíssimas as que contam com a Minha Misericórdia...

" Se peço amor em correspondência ao que Me consome, esse não é o único retorno que desejo das almas:
Desejo que creiam na Minha Misericórdia, que esperem tudo da Minha Bondade, e não duvidem nunca do Meu Perdão.

" Sou Deus, mas um Deus de Amor. Sou Pai, mas um Pai que ama com ternura, e não com severidade.
O Meu Coração é infinitamente Santo, mas também é infinitamente Sábio, e como Ele conhece a miséria e a fragilidade humanas, inclina-Se para os pobres pecadores com Misericórdia infinita.

" Amo as almas que, depois de cometerem o seu primeiro pecado, Me vêm pedir humildemente perdão...
Amo-as ainda quando choram o seu segundo pecado; e se estes se repetem, não digo um milhar de vezes, mas digo milhares de milhões de vezes, amo-as e perdoo-lhes sempre, lavando no Meu Sangue tanto o último, quanto o primeiro pecado.

" Não Me canso das almas, e o Meu Coração espera sempre que venham refugiar-se n'Ele, por mais miseráveis que sejam!
Não tem um pai mais cuidado com o filho que é doente, do que com os que têm boa saúde?
Para com esse filho, não são maiores as suas delicadezas e a sua solicitude?
Assim também, o Meu Coração derrama sobre os pecadores, com mais liberalidade do que sobre os justos, a Sua compaixão e a Sua ternura.

" Quantas almas encontrarão a vida nas Minhas palavras!
Quantas cobrarão ânimo, ao ver o fruto dos seus esforços: um pequeno acto de generosidade, de paciência, de pobreza, pode vir a ser um tesouro e ganhar para o Meu Coração um grande número de almas...

" Eu não atendo à acção, atendo à intenção.
O menor acto, feito por amor, pode adquirir tanto mérito e dar-Me tanta consolação!
O Meu Coração dá valor Divino às menores acções.
O Eu que quero é amar. Não procuro senão amor. Não peço senão amor...

" O fogo eterno do Inferno será a merecida paga pelo Amor de Deus desprezado, calcado aos pés... "


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O PURGATÓRIO


As almas dos justos que, no instante da morte, têm pecados veniais, ou penas temporais devidas, vão ao Purgatório. (Verdade de Fé)

O Purgatório (estado de purificação) é um lugar ou estado onde se sofrem temporariamente castigos de expiação.

Os Concílios de Lyon e Florença fizeram a seguinte declaração contra os gregos cismáticos, que se opunham principalmente à existência de um lugar especial de purificação, ao fogo do Purgatório e ao carácter expiatório das suas penas:
«As almas que partiram deste mundo no Amor de Deus, com verdadeiro arrependimento dos seus pecados, mas sem terem satisfeito com verdadeiros frutos de penitência pelos seus pecados por actos e omissões, são purificadas depois da morte com as penas do Purgatório» (Dz 464, 693; cf. Dz 456, 570 s).

No Catecismo da Igreja Católica, é dito:

1030. Os que morrem na
Graça e na Amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua Salvação eterna, passam, após a sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na glória do Céu.

1031. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados.
A Igreja formulou a doutrina da Fé relativa ao Purgatório, sobretudo no Concílio de Florença e de Trento.
Fazendo referência a certos textos da Escritura, a Tradição da Igreja fala de um fogo purificador
(Parágrafos relacionados em 954 e 1472).

No que concerne a certas faltas leves, deve crer-se que existe, antes do Juízo final, um fogo purificador, segundo o que afirma Aquele que é a Verdade, dizendo que, se alguém tiver pronunciado uma blasfémia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século, nem nos séculos futuros (Mt 12, 32).
Desta afirmação, podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente (ainda neste mundo), ao passo que outras só no século futuro (no Purgatório) [a 21].

1032. Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala:
«Eis porque ele (Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seus pecados» (2 Mac 12, 46).

Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, e ofereceu sufrágios a seu favor, em especial o Sacrifício Eucarístico, a fim de que, já purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus.
A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência, a favor dos defuntos. (Parágrafos relacionados: 958, 1372, 1479)

Levemos-lhes socorro e celebremos a sua memória.
Se os filhos de Job foram purificados pelo sacrifício de seu pai [a 23], por que deveríamos duvidar de que as nossas oferendas, a favor dos mortos, lhes levem alguma consolação?
Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as nossas orações por eles.

E o Concílio de Trento, no Decreto sobre o Purgatório, afirma:

983. "Já que a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, apoiada nas Sagradas Escrituras e na antiga Tradição dos Padres, ensinou nos sagrados Concílios, e recentemente também neste Concílio Ecuménico, que existe Purgatório [cf. n.° 840], e que as almas que nele estão detidas são aliviadas pelos sufrágios dos fiéis, principalmente pelo Sacrifício do Altar [cf. n.º' 940, 950], prescreve o santo Concílio aos Bispos que façam com que os fiéis mantenham e creiam na sã Doutrina sobre o Purgatório, aliás transmitida pelos Santos Padres e pelos Sagrados Concílios, e que a mesma doutrina seja pregada com diligência por toda parte.


"Sejam, outrossim, excluídas das pregações populares, à gente simples, as questões difíceis e subtis, e as que não edificam (cf. 1 Tim 1, 4), nem aumentam a piedade". (Sessão XXV - 3/4-12-1563)

São Pio X, no seu Catecismo maior, definia o Purgatório como «o sofrimento temporário da privação de Deus e doutras penas que apagam da alma todos os restos de pecado».

A Sagrada Escritura ensina directamente a existência do Purgatório, concedendo a possibilidade duma purificação na vida futura.

Segundo o Livro dos Macabeus (2 Mac 12, 42-45), os judeus oraram pelos caídos em combate, a fim de que o Senhor lhes perdoasse os pecados; e para isso enviaram 2000 dracmas de prata a Jerusalém, para que se fizessem sacrifícios pelos seus pecados.
Estavam, pois, convencidos de que aos defuntos pode-se livrá-los do seu pecado, por meio da oração e do sacrifício.

O próprio hagiógrafo do Livro sagrado, no versículo 45, diz:
«Porém, se considerava-se que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar.
Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado».

As palavras de Jesus em S. Mateus (12, 32): «Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se a disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro»... admitem a possibilidade de que certos pecados se perdoem, ou expiem, não só neste mundo, mas também no futuro.

S. Gregório Magno comenta:
«Nesta frase, dá-se-nos a entender que algumas culpas se podem perdoar neste mundo e outras também no futuro» (Dial. IV 39).

Natureza do suplício do Purgatório:

No Purgatório distingue-se de maneira análoga ao Inferno, por uma pena de dano e outra de sentido.

A Pena de dano consiste no adiamento temporal da visão beatífica de Deus.
Como já aconteceu o juízo particular, a alma sabe que a exclusão é somente de carácter temporal, possuindo a certeza de que no fim possuirá a Bem-aventurança.
(Dz 778)

As Almas do Purgatório têm consciência de serem filhas e amigas de Deus, suspirando por unirem-se intimamente a Ele.
Daí, resulta que essa separação temporal seja para elas mais dolorosa.

À pena de dano, acrescenta-se a pena dos sentidos.
Tendo em conta a passagem de S. Paulo (1 Cor 3, 15), a generalidade dos Santos e dos teólogos supõem a existência dum fogo espiritual, ou mesmo físico, diferente em natureza do nosso fogo terreno, como instrumento externo de castigo.
No entanto, a Igreja, nas suas declarações oficiais, nunca falou em fogo do Purgatório, mas somente nas penas do Purgatório.
(Dz 464, 693)

Objecto da Purificação:

Na vida futura, a remissão dos pecados veniais, ainda não perdoados, efectua-se, segundo a doutrina de S. Tomás de Aquino (De Malo 7, 11), de maneira semelhante a esta vida: Por um acto de contrição perfeita, realizada com a ajuda da Graça Divina.

Este acto de arrependimento, que se faz imediatamente depois de entrar no Purgatório, não causa a supressão ou diminuição da pena (na vida futura não existe a possibilidade de mérito), mas unicamente a remissão da culpa.

As penas temporais, devidas pelos pecados e ainda não satisfeitas, são cumpridas no Purgatório, por meio do sofrimento expiatório; isto é, por meio da aceitação voluntária dos castigos purificadores impostos por Deus.

Duração do Purgatório:

O Purgatório não subsistirá depois de ter tido lugar o Juízo universal. (Sentença comum)

Depois do Soberano Juiz pronunciar a Sua sentença, no Juízo Universal (Mt 25, 34-41), não existirá mais do que dois estados: o do Céu e o do Inferno.

Para cada alma, o Purgatório durará até que se atinja a completa purificação de todo o vestígio de culpa e pena.
Uma vez terminada a purificação, será recebida na Bem-aventurança Celeste. (Dz 530, 693)





= F I M =


+ + + + +
Adaptação:
NOVÍSSIMOS DO HOMEM


8 comentários:

José Avlis disse...

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= Auto-comentário =

CÉU OU INFERNO ETERNAMENTE?
A ESCOLHA É NOSSA!

Perguntar se queremos escolher o Céu ou o Inferno para sempre, não me parece constituir, de modo nenhum, qualquer exagero ou fanatismo, antes pelo contrário...
Entre outros fortes e pertinentes motivos em relação a devermos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitarmos o Inferno eterno, a todo o custo, destaco os seguintes:

1 - É uma Verdade eterna, que consta centenas de vezes em toda a Sagrada Escritura...

2 - É uma Máxima eterna revelada e repetida dezenas de vezes por N. S. Jesus Cristo...

3 - É um Verdade de Fé em que todo o bom Cristão deve acreditar, sob penas gravíssimas...

4 - É um Dogma católico, e como tal, quem o puser em dúvida, desrespeitá-lo ou recusá-lo, sujeita-se a ser automaticamente excomungado, sendo tido como herege, rebelde ou traidor....

5 - Um Dogma católico é uma suprema Verdade doutrinária, definida e proclamada pelo Santo Padre, em que nós, Cristãos, devemos acreditar fiel e respeitosamente, porque Deus a revelou e a Igreja a ensina, como sendo essencial à nossa Fé e Salvação eterna...

6 - Todavia, a existência real e irrefutável do INFERNO, assim como correlativamente a de Satanás e de todos os demais espíritos malignos, é um Dogma de primeira grandeza (se assim podemos dizer), ou seja, dos mais essenciais e definitivos, quase tão importante como a crença na existência de Deus, da Santíssima Trindade, da Pátria Celeste e da Vida Eterna...

7 - Sendo Deus infinitamente Perfeito, Sábio, Santo e Poderoso, imenso de Amor, Misericórdia e Clemência, para todos nós, ao ponto de dignar-se premiar ou recompensar, generosa e magnanimamente, os justos e os pecadores arrependidos, com a Vida Eterna, na Glória do Céu, no seu Reino Celeste, por toda a Eternidade...; do mesmo modo:

8 - Deus também é, como não podia deixar de ser, infinitamente Justo e Recto, tal como é Sábio e Santo (e jamais justiceiro, cruel ou vingativo), punindo ou castigando severamente (consoante a gravidade das culpas de cada um) os pecadores obstinados, ingratos e traiçoeiros -- isto é, aqueles que recusam, advertida e voluntariamente, a Sua Amizade, o Seu Amor, a Sua Misericórdia, a Sua Palavra, a Sua Lei, a Sua Justiça --, com a Morte eterna, com suplícios perpétuos, sendo que a pior das penas é o afastamento total d'Ele mesmo para sempre...

(Conclui a seguir)

J. M.
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José Avlis disse...

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CÉU OU INFERNO ETERNAMENTE?
A ESCOLHA É NOSSA!

(Conclusão)

9 - Deus, tendo sido extremamente severo e implacável, muito embora justissimamente, com os anjos rebeldes, ao ponto de não conceder-lhes uma segunda oportunidade de arrependimento e expiação, de perdão e redenção...; apesar de tudo isso, Ele dignou-Se proceder de modo extremamente generoso e favorável connosco -- mesmo tratando-se de miseráveis criaturas humanas, cheias de imperfeições e fraquezas! --, e tudo isso por excesso de Amor e Misericórdia, ao ponto de não hesitar encarnar, sofrer e morrer numa cruz pela nossa redenção e salvação, sem o nosso mínimo merecimento...

10 - No entanto, Deus que nos criou sem o nosso consentimento, não nos pode salvar eternamente sem a nossa permissão, tendo-nos confiado, por isso mesmo, o dom do livre-arbítrio, a fim de podermos escolher, consciente, responsável e livremente, entre Deus e Satanás, entre o Seu Amor e o Ódio do Seu arqui-inimigo, Satanás e todos os seus espíritos malignos, ex-anjos rebeldes e decaídos...

11 - Resumindo e concluindo:

a) Deus, depois de fazer tudo quanto generosa e misericordiosamente, humana e divinamente, poderia fazer pela nossa eterna salvação - que só essa contará no Seu Plano Divino em relação à Humanidade - pôs-nos, tão-somente, uma única e simples condição, acessível a todos os seres humanos, sem qualquer acepção de pessoas:

b) Aceitarmos, humilde e reconhecidamente, o Seu Amor e a Sua Misericórdia, respeitando e cumprindo a Sua Doutrina e a Sua Lei, mediante o nosso livre-arbítrio..., visto que tal negação constitui prova suficiente de não só rejeitarmos o próprio Deus Criador, como também de ofendê-Lo gravemente, com extrema malícia e ingratidão -- sujeitando-nos assim a um castigo semelhante ao dos Demónios, no Inferno eterno, por nossa livre e voluntária escolha, após termos desprezado todas as condições de expiação e perdão, visando a eterna salvação...

c) Embora a condenação ao Inferno, assim como a salvação eterna, seja de iniciativa e responsabilidade individual, todos nós, em especial os Cristãos, constituímos um Corpo Místico, pelo que também somos responsáveis colectiva e mutuamente, pelo que devemos rezar e sacrificar-nos uns pelos outros, inclusive pelos ateus e pagãos, tanto quanto possível, como nos recomendou Jesus, como nos ensinaram os Santos, como nos tem sido pedido através das Aparições de Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe nossa, pois «vão muitas almas para o Inferno por não terem quem reze e se sacrifique por elas)...

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J. Mariano - N.E.C.
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José Avlis disse...

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= Tema relacionado =

O EPISCOPADO, A UCP E A PEDOFILIA

1. O que será mais grave: Abusar sexualmente de um(a) adolescente de 14 anos, depois de o/a ter seduzido, tirando partido da ascendência que, por familiaridade ou posição, se tem sobre o mesmo/a? Ou injectar com uma solução salina no mesmo adolescente, até que a queimadura o mate, ou desmembrá-lo e decapitá-lo?
O que é mais grave: abusar sexualmente de uma pessoa, ou matar essa mesma pessoa?
É caso para dizer: entre os dois (crimes), venha o diabo e escolha.

No entanto, por mais abominável e hediondo que seja o abuso sexual, intuímos que é sempre possível uma recuperação, uma restauração, enquanto no homicídio (pré-natal) a justiça só poderá ser restabelecida no além.
E não valem as distinções entre pessoas e pessoas, baseadas nos estados de desenvolvimento, que vão da concepção até à morte natural.
Todas as argumentações que vão nesse sentido pecam por absurdo.
A pessoa humana, o sujeito humano, é sempre o mesmo, desde o seu início até ao seu termo; no seu desenvolvimento nunca se encontram dissoluções de continuidade.

2. Espantou-me muito que o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa tenha afirmado, no final dos trabalhos da Assembleia Plenária, que nenhum Bispo tinha conhecimento de casos concretos de abusos de menores [1] por parte do clero.

Eu fico assombrado com tais declarações, uma vez que sendo um “eremita”, cuja vida decorre entre a minha cela, a Capela, o refeitório, a sala conventual de convívio e o claustro onde contemplo os irmãos peixes no lago do mesmo – para mim ir ao centro comercial Colombo, que distará cerca de 5oo metros do convento, parece-me uma odisseia tão aventureira, longínqua e perigosa, como a Missão de S. Francisco Xavier, que calcorreou, anunciando a Palavra de Deus, da Índia ao Japão -, sendo (eu) um eremita, dizia, conheço casos concretos, que nada têm a ver com o sigilo sacramental, e que só não posso revelar porque as vítimas não o consentem.

Sem duvidar, de modo algum, dos Senhores Bispos - onde é que já se viu um Bispo a mentir? -, fiquei perplexo por não convidarem as possíveis vítimas a apresentarem queixa e (por) não disporem de uma linha telefónica, como fizeram, por exemplo, na Áustria, para atender todos aqueles que foram abusados.
O tiro só lhes poderá sair pela culatra. É uma questão de tempo.

(Conclui a seguir)

J. M.
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José Avlis disse...

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O EPISCOPADO, A UCP E A PEDOFILIA

(Conclusão)

3. Ainda me recordo de, na Faculdade de Teologia, ter de aturar, revoltado, aulas (e ser obrigado a ler obras) sobre Sartre, um “filósofo” que advogava a inocência e a bondade da pedofilia!

A UCP comportava-se, então, para com os defensores da pedofilia, com a mesma complacência com que hoje trata os abortistas e os advogados do pseudo-casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Com aquela “consciência tranquila” que tem caracterizado os maiores criminosos, como Pol Pot, (a UCP) resolveu organizar um encontro intitulado “Reflexões sobre o pensamento de Bento XVI” [2], no dia 3 de Maio, com diversos advogados públicos, quer da liberalização do aborto quer do pseudo-casamento entre pessoas homossexuais.

É evidente que nem o Episcopado autorizaria, nem a UCP se atreveria, nem os poucos católicos sérios que lá aparecem, a realizarem algo de semelhante com “intelectuais” que advogassem ou promovessem a pedofilia e o abuso de menores.

Pelo que só podemos concluir que muitos membros do Episcopado, da UCP e de diversos sectores católicos, não são movidos pela Verdade e pelos princípios inegociáveis que dela resultam, mas somente pelo impacto na comunicação social e na mentalidade reinante.

Ora, acontece que as crianças nascituras que têm sido assassinadas às centenas de milhares (incluo aqui o aborto químico e hormonal, e as pessoas humanas violenta e cruelmente experimentadas e descartadas no seu estádio embrionário) nunca aparecerão na televisão, testemunhando os seu horrores, nem terão o Santo Padre e os Bispos a pedir-lhes perdão e a resignarem pela sua (dos Bispos) complacência para com o clero abortista e contraceptivo.
À honra de Cristo. Ámen.


Autor: Pe. Nuno Serras Pereira
(em 24. 04. 2010)

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[1] Prefiro usar a expressão “abuso de menores” (até aos 18 anos) do que "pedofilia".
Isto porque, embora seja diminuta a percentagem de abusos de menores entre membros da Igreja (comparada com os abusos nas famílias e em outras confissões religiosas), a de pedofilia propriamente dita (incluída no abuso de menores) é uma raridade.
Considera-se que a pedofilia é o abuso sexual perpetrado contra crianças até aos 10 anos de idade.
Ora, cerca de 80% dos casos nos USA, foram entre os 11 e os 17 anos de idade, quase todos em adolescentes do mesmo sexo que o abusador.
Acresce que, por exemplo na Irlanda, a grandíssima maioria dos abusos foi de violência física, e não de índole sexual.

[2] http://www.ucp.pt/site/custom/template/
ucptplfac.asp?SSPAGEID=1752&lang=1&artigoID=7982


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Adaptação:
N. E. C.
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José Avlis disse...

+ + +

Ah, reverendíssimo senhor Padre Nuno Serras Pereira, perdão... por me ter esquecido, desta vez, de referenciar o seu excelente e franciscaníssimo Blog LOGOS, em:
http://jesus-logos.blogspot.com/
e também mais este seu magnífico e justíssimo artigo, agora também aqui reproduzido (por sua permissão implícita):
http://jesus-logos.blogspot.com/2010/04/o-episcopado-ucp-e-pedofilia.html

Ainda bem que aprendi com o Senhor Jesus, com os meus queridos Pais (que Deus tenha!), com Suas Santidades João Paulo II e Bento XVI, assim como com o senhor Padre Nuno S. Pereira - honra lhes seja! -, a perdoar e a ser perdoado, quer através do Sacramento da Confissão/Reconciliação, quer directamente através de Deus e da nossa sã consciência...

Jesus Cristo ensinou-nos a perdoar "70x7" (isto é, sempre, por mais gravoso e hediondo que seja o pecado ou crime perpetrado)... e nós, quantas vezes perdoamos?

Tolera-se e perdoa-se - até demais!- gravíssimos e nefandos pacados/crimes (aos milhões!) contra o Direito à Vida dos Nascituros - continuando-se livremente a assassiná-los cruelmente como se fossem ratos ou baratas!!?? -, e não se perdoam pecados de pedofilia e até mesmo de pederastia?!
Com a agravante da pedofilia ou pederastia - por mais abominável e escandalosa que seja em si mesma - ser geralmente considerada uma doença ou parafilia, enquanto o aborto voluntário (homicídio pré-natal), sendo ainda muito mais grave e execrável em si mesmo, é sempre premeditado, quase sempre de modo super-egoísta e hedonista... !!??

+ Jesus Cristo, tende piedade de nós!

Cordiais saudações fraternais, amigas e reconhecidas, para si e para os seus, em Jesus e Maria.
José Mariano
(Com a sua bênção)
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Anónimo disse...

Querido amigo José Mariano,
Salve Maria Santíssima!

Escrevo-lhe só para lhe dizer que tenho saudades suas! Nunca mais passou pelos meus blogs rsrsss. Gostava de conversar mais vezes consigo, por e-mail, já que não usa o msn!

Não comento nos blogs porque ando sem tempo nenhum! Até ponho o blogger a publicar-me automaticamente as mensagens à hora previamente determinada, por falta de tempo.

Tenha um excelente e santo Domingo,!

Que a nossa querida Alexandrina interceda por todos nós e pela Santa Igreja!
Teresa

José Avlis disse...

* * *
Querida Irmã e Amiga Teresinha

Fiquei bastante contente e satisfeito com esta sua amável e amistosa mensagem, que lhe agradeço do coração.
Por eu ter bastante consideração e respeito por si, por tudo aquilo que é e representa, sobretudo em termos morais e católicos - o que deveras louvo e aprecio -, não tenho comentado no seu blogue, pois receio mesmo assim contrariá-la em alguma coisinha, por mais trivial que seja, como aliás parece já ter acontecido há tempos (nomeadamente em relação àquela nossa irmã brasileira do blog 'Sucessão Apostólica')... o que é para mim bastante desagradável, pois detesto sobremaneira magoar ou melindrar, mesmo que involuntariamente, quem quer que seja, e em especial a Teresinha Moreno, ainda que indirectamente...

Talvez devido à sua juventude e madureza psicológica e moral, espiritual e cristã, bem assim como ao seu excepcional sentido de justiça e rectidão, de sensibilidade e piedade, de pureza e humildade, visando ideais altamente transcendentes, inspirados na Tradição Cristã e na Vida dos Santos, do que em grande parte eu mesmo também tenho comungado ou aspirado ao longo da minha vida algo conturbada, com altos e baixos, por tudo isso, julgo compreender muito bem a sua actual situação, as suas preocupações, as suas dúvidas, os seus anseios, as suas dificuldades, os seus ideais, felizmente mais de ordem espiritual e cristã do que material e mundana...

Efectivamente, tenho-a acompanhado, com alguma regularidade e discretamente, nos seus blogues 'Tradição Católica' e 'Vida Espiritual Católica', mas desculpe-me ter ficado por aí, devido aos especiais motivos já em parte referidos.
No entanto, se a querida amiga Teresinha quiser mesmo corresponder-se comigo por e-mail (já que por MSN torna-se-me algo mais difícil), quando e como bem entender, esteja à sua vontade (o que aliás já iniciámos em tempos), pois terei muita honra e gosto em corresponder-me consigo, sempre que possível, pois também, como a Teresinha, tenho uma vida bastante cheia e com algumas limitações...

Embora isso não signifique que, uma vez por outra, possa também deixar mensagens nos seus blogues, sobretudo quando for oportuno apoiá-la ou ajudá-la, caso seja necessário e/ou a Teresinha manifestar tal desejo.
Também já tinha saudades suas, de ser visitado por si, pois é para mim uma pessoa especial e amiga singular, apesar de ainda tão pouco saber a seu respeito, excepto o que tenho lido nos seus óptimos blogues.

Peço a caridade das sua orações, se e quando possível, que eu também a associo às minhas, como a todos os amigos em geral.
Cordiais saudações fraternais, para si e para os seus familiares e amigos, todos unido em Jesus e Maria, através dos Santos e Anjos das nossas devoções.
José Mariano
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José Carlos de Castro Rios disse...

Todos nós cremos alguma coisa. Os ateus crêem que Deus não existe e conseqüentemente que não existe vida após a morte, enquanto que outros crêem na existência de Deus e que conseqüentemente existe outra vida além desta. Uma coisa está ligada a outra. Existe a suposição quando não há provas que podem ser observadas pelos órgãos do sentido; ver, tocar, inalar, saborear, pela física, pela química, pela cibernética, assim sendo, tanto se pode supor a não existência de Deus como também se pode se supor á Sua existência. É uma questão de quer crer numa ou não outra coisa. È uma questão da vontade de cada pessoa. Existem ateus por razão ideológica, como os marxistas que adotam a teoria do materialismo dialético. Como disse Karl Marx “A religião é o ópio do povo”. Outros ainda recusam aceitar a idéia de um ser superior que tem o poder de fiscalizar e de julgar os seus atos, a existência de um Deus os incomoda. Ainda outros, que estão alheios a existência de Deus, pretendem simplesmente ignorá-Lo, não tomar conhecimento da Sua existência, assim eles podem pensar e agir livremente como bem entenderem; Deus não faz parte da vida deles vida, estão alheios a Ele. Assim sendo, como é uma questão optativa que tanto se pode não crer na existência de Deus e numa vida além túmulo como também se pode crer na existência de Deus e numa vida após a morte. Aqueles que acreditam na existência de Deus partem do princípio que não pode existir obra sem autor, que nada se faz por si mesmo. Uma casa não se constrói por sim mesma, alguém tem que construí-la. Não existe geração espontânea. Alguém acionou do nada o Big-Bang. Se os Bigs-Bangs são uma secessão de expansões e retrações do universo deve ter havido um primeiro Big-Bang, ou esse processo é eterno? Nunca teve principio... ...? Então a eternidade existe?
Caso Deus não exista e nem outra vida após esta, quando uma pessoa morre, deixa de existir, ela cai no vácuo do nada. Todos que morreram tiveram o mesmo fim foram reduzidos a nada, os grandes benfeitores da humanidade, os grandes cientistas, tiveram o mesmo destino dos maiores malfeitores da humanidade; assassinos cruéis, bandidos de toda espécie se igualaram na morte. Sem mencionar personagens ligadas a religião, mas criaturas como Mahatma Gandhi, o casal Curie, Madre Teresa de Calcutá, Braile, Albert Sabin, passaram a ter o mesmo fim de Nero, Calígula, Hitler, Stalin, todos se igualaram na morte. Se nada existir após a morte nunca poderemos ficar sabendo. Ninguém, jamais, poderá pensar após a sua morte: — “Eu não disse que iria existir nada após a morte”, porque o defunto não mais um cérebro para raciocinar. Para os ateus isso é uma tranqüilidade, morrem sem nenhum sentimento de culpa. Mas, numa segunda suposição, se houver outra vida após a nossa morte imediatamente saberemos que ela existe e que conseqüentemente, Deus também. Na dúvida, é mais prudente, considerar esta segunda hipótese. Hipótese por hipótese é melhor ficar com a última. Não haverá risco para uma decepção desastrosa e irreparável.
José Carlos de Castro Rios — São Paulo – SP.
jc.rios@globo.com